Funai apresenta ações executadas com os povos indígenas de Roraima em reunião interministerial sobre estiagem e incêndios no estado

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) esteve presente na reunião emergencial conduzida pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, na sede do PrevFogo, localizado no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O diálogo, que ocorreu na terça-feira (5), teve por objetivo discutir e articular ações para a população afetada pela forte estiagem e incêndios em Roraima, o que inclui os povos indígenas situados no estado. 

Pela Funai, participaram a presidenta-substituta, Lucia Alberta, e a diretora de Proteção Territorial, Janete Carvalho. A reunião contou com a presença do ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes; da ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara;  e do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias. 

Também estiveram presentes na reunião emergencial o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho; o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Pires; e o senador Hiran Gonçalves (RR), além de representantes da Casa Civil e de órgãos que monitoram a estiagem e atuam no combate aos incêndios no estado. O governador de Roraima, Antonio Denarium, participou do diálogo por meio de videoconferência.    

De acordo com o presidente do Ibama, o fenômeno natural El Niño se agravou devido às mudanças climáticas. Os resultados dessa intensificação em Roraima foram o volume de precipitação bastante baixo e o cenário de uma das maiores estiagens em 24 anos. Rodrigo Agostinho ressaltou que o Brasil apresentou recorde de focos de calor em fevereiro ao atingir o número de 4.568, sendo que houve o registro de 2.670 pontos de calor somente no estado da região Norte. 

“É uma somatória enorme de situações que leva ao quadro bastante complicado. Todo o centro Norte de Roraima está em um cenário de risco absoluto de fogo. Para nós, é algo bastante grave”, enfatizou o presidente do Ibama. Segundo Rodrigo Agostinho, em torno de 23% dos focos de calor estão em territórios indígenas. Entre as ações preventivas executadas pela instituição no estado constam 25 quilômetros de aceiro na Terra Indígena Yanomami (TIY), em Roraima.  

Funai

No diálogo, a presidenta-substituta da Funai destacou a importância da parceria com o PrevFogo para combater os incêndios em Roraima. Ela frisou que há seis brigadas indígenas integradas por mais de 20 profissionais qualificados. Lucia Alberta alertou ainda sobre algumas das queimadas em áreas florestais terem sido de teor criminoso, conforme denúncias recebidas pela Fundação.    

Lucia Alberta listou algumas ações realizadas pela fundação para mitigar os efeitos da estiagem e dos incêndios nas comunidades indígenas. Ao longo do período, a Funai fez a entrega de cestas de alimentos na região da Missão Catrimani e distribuiu caixas d’água em territórios indígenas do lado leste do estado. Outra iniciativa citada pela presidenta-substituta envolve o monitoramento da seca na área leste de Roraima em parceria com a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) para a construção de poços artesianos.

“É importante essa soma de esforços porque nós vamos viver uma fase de penúria, já que as roças e os animais nos territórios indígenas estão sendo perdidos”, comentou a presidenta-substituta da Funai. De acordo com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, todo esforço é necessário. Ela pediu a maior efetividade possível nas ações de ajuda humanitária à população de Roraima. “Esse trabalho precisa de ação continuada”, disse a ministra do MMA.  

A ministra dos Povos Indígenas pontuou que o cenário extremo enfrentado por Roraima é decorrente das mudanças climáticas. Sonia Guajajara pediu que a demanda das comunidades indígenas seja incluída nos projetos a serem realizados pelos governos estaduais e municipais, responsáveis por executar as ações do governo federal. “Vamos continuar trabalhando juntos”, reforçou a ministra. 

Assessoria de Comunicação/Funai