Funai acompanha andamento de ações emergenciais na Terra Indígena Yanomami

A Presidência da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) cumpre agenda nesta quinta e sexta-feira (13 e 14), em Boa Vista (RR), para tratar do andamento de projetos a serem executados por outras instituições governamentais aos indígenas Yanomami e Ye'kwana.

Os projetos fazem parte das ações emergenciais do Governo Federal para o enfrentamento da crise humanitária na Terra Indígena Yanomami (TIY). Como integrante da Casa de Governo, além de executar, a Funai orienta a política indigenista do Governo Federal. 

“Viemos aqui para fazer um alinhamento das nossas parcerias e compartilhar algumas informações do que avançou, do que são os nossos gargalos e quais os próximos passos”, afirmou a presidenta Joenia Wapichana, mencionando a diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Funai, Lucia Alberta, e demais técnicos que acompanham a agenda em Roraima, além da Coordenação Regional (CR) da autarquia e da Frente de Proteção Yanomami e Ye’kwana.

Júnior Hekurari, presidente da Urihi - Associação Yanomami | Foto: Lohana Chaves/Funai

Participação social

Joenia também reafirmou o compromisso firmado pela Funai com as organizações indígenas em fevereiro deste ano de assegurar que elas acompanhem todas as iniciativas do poder público. 

“Quando chamamos as organizações indígenas, é justamente para garantir esse acompanhamento. Começamos juntos quando viemos aqui e nos reunimos para construir o plano com os povos Yanomami e Ye’kwana. Agora, estamos dividindo tarefas com os órgãos do Governo Federal porque é urgente. É importante ter representantes da Terra Indígena Yanomami em todas as fases até a entrega da execução dos projetos”, destacou a presidenta, se dirigindo aos representantes dos povos indígenas, entre eles, Dário Kopenawa Yanomami - Hutukara.

Para Júnior Hekurari, presidente da Urihi - Associação Yanomami, essa parceria que vem sendo estabelecida com diversas instituições é fundamental para levar novas tecnologias às comunidades. “Precisamos do trabalho de vocês para recuperar o bem viver do povo Yanomami. Com essas ações, veremos uma nova luz, permitindo que a gente encontre uma solução juntos, especialmente nas áreas onde as comunidades mais sofreram”, enfatizou.

Quando chamamos as organizações indígenas, é para garantir esse acompanhamento. É importante ter representantes da Terra Indígena Yanomami em todas as fases até a entrega da execução dos projetos

Joenia Wapichana, presidenta da Funai

Segurança alimentar

Na manhã desta quinta-feira, foi discutido o projeto de segurança alimentar voltado para a piscicultura, a ser implementado por meio de Termo de Execução Descentralizada (TED), estabelecido entre o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). 

Também entrou na pauta outro projeto que visa à realização e o apoio a atividades de ensino, pesquisa e extensão na TIY, também na área de piscicultura e pesca artesanal, a ser viabilizado por meio de TED estabelecido entre o MPA e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima (IFRR), localizado no campus Amajari.

Participaram da agenda pela Funai, além da presidenta Joenia Wapichana e diretora Lucia Alberta, a coordenadora-geral de Promoção dos Direitos Sociais, Andrea Prado; José Augusto, coordenador-geral de Etnodesenvolvimento; Germando da Silva, da Coordenação Regional da Funai em Roraima; Inayê Neto, do Serviço de Gestão Ambiental e Territorial (Segat); e Elayne Rodrigues, coordenadora da Frente de Proteção Yanomami e Y’ekwana.

O reitor da Universidade Federal de Roraima (UFRR), José Geraldo, também participou, além de Cleide Souza, da Casa de Governo; Pierangela Nascimento da Cunha, coordenadora-geral da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi), do Ministério da Educação (MEC); Hyanameylla Primo, chefe-geral da Embrapa; Edvan Alves e Sandro Pereira, pesquisadores da Embrapa; Lucas Eduardo e Fernanda Santos, engenheiros de pesca do IFRR; e Leidiana Lima, bióloga do IFRR.

Indígena Ênio Yanonami | Foto: Lohana Chaves/Funai

Crédito extraordinário

O valor liberado para a Funai em crédito extraordinário apoiará ações de fiscalização, monitoramento, proteção e gestão dos territórios indígenas, fortalecimento institucional, educação, cidadania, proteção social, saúde, mutirões, infraestrutura comunitária e logística aérea, terrestre e fluvial. 

Parte do recurso, no valor de R$ 17,6 milhões, será executada por meio de TED estabelecido com diferentes instituições. Outra parte, no valor de R$ 10,8 milhões, para demais atividades das áreas finalísticas da autarquia indigenista em apoio aos Yanomami e Ye'kwana.

Entre as instituições com as quais a Funai irá estabelecer os TEDs estão a Embrapa, o IFRR e a Universidade Federal de Roraima (UFRR) para a execução de projetos focados na segurança alimentar. Essa pauta foi tratada no período da tarde nesta quinta-feira, em Boa Vista. 

“Todos esses projetos estão conectados e envolvem muitos órgãos. Por isso, estamos dando ênfase a esse foco na soberania alimentar, que está ligada à educação, à infraestrutura comunitária e à garantia de direitos sociais, pois tudo está integrado”, ressaltou a diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Funai, Lucia Alberta.

Além desses recursos, outros órgãos do Governo Federal têm projetos de segurança alimentar a serem executados na Terra Indígena Yanomami. A Funai segue acompanhando a implementação da política indigenista.

Assessoria de Comunicação/Funai