Funai e Rede Xingu+ discutem ações de proteção aos povos indígenas da região

O apoio a ações de proteção aos povos indígenas da região do Xingu foi tema de uma reunião nesta terça-feira (18), em Brasília, entre a presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, e representantes do Conselho Político da Rede Xingu+. A aliança é composta por 32 organizações indígenas, de comunidades tradicionais e da sociedade civil que atuam na defesa de direitos e territórios dos povos tradicionais e populações indígenas do Xingu.

Estiveram presentes o presidente do Instituto Kabu e conselheiro da Rede Xingu+, Mydjere Kayapo Mekrangnotire, o representante do Instituto Raoni e conselheiro da Rede Xingu+, Roiti Metuktire, o presidente da Associação Floresta Protegida, Patkore Kayapó, o secretário-executivo da Rede Xingu+, André Villas-Bôas, a cacica da Terra Indígena Menkragnoti e conselheira suplente da Rede Xingu+, Kokoba Mekragnotire, entre outras lideranças.

Na ocasião, as lideranças apresentaram uma série de reivindicações, como o reforço das ações da Funai na região, bem como a ampliação dos trabalhos de monitoramento e fiscalização a fim de coibir invasões. O acompanhamento da Funai em projetos envolvendo a comercialização de créditos de carbono também entrou na pauta.

O representante do Instituto Raoni e conselheiro da Rede Xingu+, Roiti Metuktire, pediu maior atenção da Funai a empreendimentos que provocam impacto nas áreas indígenas. Um exemplo é o licenciamento da MT-322, que corta duas terras indígenas (Xingu e Capoto Jarina). A obra é motivo de preocupação para eles.

Em sua fala, a presidenta da Funai informou que as demandas tratadas na reunião serão analisadas pelas áreas competentes da Funai. A presidenta garantiu ainda que a Funai está atenta à necessidade de ampliar as ações de fiscalização e o combate a ilícitos na região do Xingu, bem como acompanhar o impacto de empreendimentos em Terras Indígenas e as devidas compensações.

Joenia Wapichana também explicou que o momento é de reorganizar a casa, diante do quadro de limitações orçamentárias e de pessoal vivido pela Funai. “Por muito tempo a Funai esteve parada, sucateada, sem investimentos. Nesses dois meses que estou aqui, estamos tentando organizar os processos. Não será fácil, mas a Funai está aberta a todos para buscar soluções às demandas”, frisou.

Segundo Joenia, a comercialização de créditos de carbono em Terras Indígenas será discutida com o Ministério dos Povos Indígenas (MPI). A prática ainda carece de regulamentação.

Pela Funai, participaram da reunião servidores da Diretoria de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável (DPDS), por meio da Coordenação Geral de Licenciamento Ambiental (CGLIC) e da Coordenação Geral de Gestão Ambiental (CGGAM), além da assessora da Presidência Maial Paiakan Kaiapó.

Assessoria de Comunicação / Funai