Funai e ONU Mulheres dialogam sobre garantia de direitos para indígenas

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e a ONU Mulheres iniciaram diálogo sobre ações conjuntas para garantia de direitos das mulheres indígenas no Brasil. O tema foi tratado na segunda-feira (27), na sede da Funai em Brasília, em reunião com a titular da pasta, Joenia Wapichana, e uma equipe da entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres.

A representante da ONU Mulheres, Anastasia Divinskaya, explicou que a entidade apoia governos com ações voltadas à promoção de direitos de mulheres indígenas e eliminação da violência. “A atuação se dá, por exemplo, por meio da elaboração de diagnósticos, do apoio técnico para redação de leis e compartilhamento de experiências entre os países”, informou. Segundo ela, o apoio da ONU Mulheres pode ser estendido à Funai por meio de iniciativas previstas no Plano Plurianual (PPA) da instituição.

Na ocasião, Joenia Wapichana ressaltou que o Governo Federal vive um novo momento, em que será priorizado um olhar específico para os povos indígenas no que se refere a políticas públicas. “Estamos mudando a perceptiva que se tinha no governo passado, quando a Funai foi omissa e negligente quanto aos direitos indígenas. Nosso desafio agora é revisar tudo que estava paralisado e reconstruir o que foi desmontado”, frisou. Entre os temas mais urgentes estão o enfrentamento à crise Yanomami e a retomada das demarcações: “A regularização de terras indígenas beneficia crianças e mulheres que dependem desse território”, apontou Joenia.

A presidenta da Funai destacou ainda que a instituição vive um cenário de restrições orçamentárias, estruturais e de pessoal, o que demandará esforços conjuntos entre o poder público e outras instituições e entidades. “Queremos firmar cada vez mais parcerias, possibilitando novas formas de promover melhorias nas comunidades indígenas. Estamos abertos a isso para desenvolver esta vasta pauta que nós temos. Só assim vamos conseguir avançar”, completou.

A importância de as mulheres ocuparem cada vez mais espaços estratégicos na Administração Pública também foi mencionada. Como exemplo, Joenia Wapichana citou o protagonismo feminino e indígena no âmbito da Funai. Hoje, a alta cúpula do órgão indigenista é composta exclusivamente por mulheres, sendo três delas indígenas.

Participaram da reunião a analista de Programas para Governança e Participação Política da ONU Mulheres, Ana Claudia Pereira, e a representante adjunta Ana Carolina Querino. Pela Funai, estiveram presentes na reunião a coordenadora substituta de Gênero, Assuntos Geracionais e Participação Social da Funai, Lidia Lacerda, e o assessor da Presidência Arlisson Tobias da Silva.

Assessoria de Comunicação / Funai