Funai e Ibama promovem curso de brigadista para indígenas no Paraná

A Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (PrevFogo/Ibama) promoveram, de 7 a 12 de março, um curso de formação de brigadistas indígenas no estado do Paraná. O treinamento contou com a participação de indígenas das etnias Guarani e Kaingang da Terra Indígena Rio das Cobras.

A área passa a contar agora com duas brigadas, uma Guarani e outra Kaingang, em uma ação que facilita a comunicação interna no idioma de cada uma dessas etnias, elemento fundamental para a organização e planejamento no combate aos incêndios florestais. O curso teve o apoio da unidade descentralizada da Funai em Guarapuava (PR) e foi ministrado pelos instrutores do Ibama Márcio Yule e Emilton Paixão e contou ainda com a participação da coordenadora estadual do PrevFogo no Paraná, Thaís Fernandes.

“Essa capacitação é um feito inédito no Sul do Brasil, que traz novo estímulo na busca de propiciar autonomia aos indígenas. Para nós, é muito enriquecedora essa parceria com o Ibama”, afirma José Luiz Perazzolo, coordenador regional da Funai em Guarapuava. Segundo ele, está previsto um novo treinamento para o mês de março, dessa vez destinado a indígenas da Terra Indígena Mangueirinha. A ação vai envolver equipes da Funai, Prevfogo/Ibama e órgãos locais.

Para o servidor da fundação Rodrigo Thurler Nacif, que atua na unidade de Guarapuava, a formação das brigadas é uma conquista de grande significado, em especial diante da possibilidade de queimadas em épocas de seca. “A iniciativa irá contribuir muito para a proteção, além da fauna e da flora nas Terras Indígenas, das moradias dos indígenas, suas criações e áreas de produção agrícola”, afirma.

O curso é resultado de uma articulação realizada pela Diretoria de Proteção Territorial (DPT) da Funai em 2021, por meio da Coordenação de Prevenção a Ilícitos/Coordenação-Geral de Monitoramento Territorial (Copi/CGMT), com o Prevfogo/Ibama para a formação de novas Brigadas Federais Indígenas (BRIFs-I) e ações de Manejo Integrado do Fogo (MIF) em Terras Indígenas de diversos estados, incluindo o Paraná. Essas áreas indígenas foram indicadas após levantamento interno da Copi/CGMT e também junto a unidades descentralizadas da Funai no país.

Parceria

Em 2013, foi firmado entre a Funai e o Prevfogo/Ibama um Acordo de Cooperação Técnica (ACT), por meio do qual é realizado anualmente o Programa BRIFs-I, com a formação de brigadas federais compostas por indígenas capacitados e a execução de ações de MIF. As BRIFs-I são contratadas anualmente, atuando principalmente na prevenção e combate aos incêndios florestais durante o período crítico do fogo.

No âmbito do ACT, a Copi/CGMT, em articulação com as Coordenações Regionais da Funai, apoia os processos de formação e contratação dos brigadistas, descentralizando recursos e disponibilizando servidores para acompanhar e participar das formações e operacionalização das brigadas. Os cursos valorizam os conhecimentos tradicionais e promovem o diálogo intercultural acerca das práticas de MIF.

Foto: Divulgação/Funai

CR Guarapuava

A Coordenação Regional de Guarapuava atua junto a comunidades indígenas das etnias Kaingang, Guarani (subgrupos Avá/Ñandeva, Mbyá e Kaiowá), Xetá e Xokleng (Laklanô). Criada em 2018, a unidade é responsável por coordenar e monitorar a implementação de ações de proteção e promoção dos direitos de indígenas dos estados do Paraná e Santa Catarina.

A área de atuação da CR Guarapuava abrange os municípios de Curitiba (PR), Barracão (PR), Planalto (PR), Rio Negro (PR), Vitorino (PR), Terra Roxa (PR), Santa Helena (PR), Itaipulândia (PR), Guaíra (PR), Diamante D'Oeste (PR), Tamarana (PR), São Miguel do Iguaçu (PR), São Jerônimo da Serra (PR), Laranjeiras do Sul(PR), Cândido de Abreu (PR), Manoel Ribas (PR), Santa Amélia(PR), Mangueirinha (PR), Chopinzinho(PR), Coronel Vivida (PR), Turvo (PR), Tomazina (PR), Ortigueira (PR), Inácio Martins (PR), Nova Laranjeiras (PR), São Jerônimo da Serra (PR), Abatiá (PR) e Mafra (SC), onde vivem aproximadamente 26 mil indígenas.

Assessoria de Comunicação/Funai