Seminário realizado pelo Governo Federal em Cuiabá (MT) discute iniciativas sustentáveis nas aldeias

Teve início nesta terça-feira (17), em Cuiabá (MT), o Seminário Regional Etnodesenvolvimento e Sustentabilidade, etapa Centro-Oeste. Realizado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) em parceria com a Secretaria de Governo da Presidência da República (Segov), o evento busca disseminar, avaliar e propor políticas de etnodesenvolvimento para os indígenas. O encontro segue até sexta-feira (20), com transmissão on-line no canal da fundação no YouTube .

Compondo a mesa de abertura estiveram presentes o presidente da Funai, Marcelo Xavier, a secretária Especial de Articulação Social da Presidência da República, Gabriele Olivi (representando a ministra-chefe da Secretaria de Governo, Flavia Arruda), o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, o superintendente de Assuntos Indígenas do Mato Grosso, Agnaldo Santos, a liderança indígena Arnaldo Paresi, que representa o Grupo de Agricultores Indígenas do Brasil, o deputado federal Nelson Barbudo e o deputado estadual Gilberto Cattani.

Durante a cerimônia, indígenas da etnia Paresi realizaram uma dança Dzerô Zerane, que significa o renascimento da vida e o fortalecimento espiritual para a etnia. O seminário conta com a participação de aproximadamente 80 indígenas, 20 organizadores não indígenas e outras autoridades convidadas.

Em sua fala, o presidente da Funai chamou atenção para a importância do evento, que tem como proposta contribuir com a troca de experiência entre os indígenas, gestores de outros ministérios e empresas, propondo novas parcerias públicas e privadas. Xavier também citou iniciativas já consolidadas no estado, como a agricultura desenvolvida pelos Paresi, a produção de arroz pelas etnias Bakairi e Xavante e o plantio de milho por indígenas Umutina.

"A Castanha-da-Amazônia, por exemplo, produzida por indígenas de Rondônia e do Mato Grosso, com apoio da Funai, vem conquistando até o mercado internacional. Por ano, as etnias Apiaká, Cinta Larga, Kayabi, Munduruku, Suruí e Zoró fornecem cerca de 300 toneladas do fruto para a Cooperativa dos Agricultores do Vale do Amanhecer, que faz o beneficiamento da castanha para comercialização no mercado interno e exportação para a Holanda. Esse é apenas um exemplo entre tantos outros que existem Brasil afora" pontuou.

Ainda na abertura, o presidente presenteou o governador do Mato Grosso com o livro institucional “Funai: autonomia e protagonismo”. Lançada pelo órgão em 3 de agosto, a publicação divulga aspectos significativos da atuação da instituição. “Nós temos um grande respeito pelo trabalho que o Marcelo e toda a equipe dele tem feito na Funai, atuando com essa sinergia, com essa harmonia. Assim, tenho certeza de que todos nós vamos construir resultados melhores para os indígenas”, apontou Mendes.

Arnaldo Paresi frisou a importância do evento para sua comunidade. "A gente precisa estar nessa luta para podermos ter voz diante da sociedade, para que ela possa nos apoiar e ouvir aquilo que o indígena quer e precisa fazer, de maneira responsável. Esse seminário trata de etnodesenvolvimento e sustentabilidade, que significa a comunidade fazer algo dentro do seu território que traga uma melhoria de vida para todos”, afirmou.

Já Gabriele Olivi ressaltou a importância do encontro para a promoção da igualdade entre os indígenas. "A estratégia do seminário foi elaborada com a expectativa de atender os anseios dos indígenas, e está aliada com as diretrizes do governo do presidente Jair Bolsonaro de promover a autonomia dessa parcela da população", completou.

No primeiro dia do encontro, serão discutidos temas relativos à agricultura, extrativismo e manejo florestal. Já no segundo dia, serão debatidas iniciativas sobre piscicultura, pecuária, turismo e artesanato. Finalizando o evento, o terceiro dia abordará ideias acerca de crédito, financiamento, capacitação e organização social. Confira aqui a programação completa do seminário .

Etnodesenvolvimento

A Funai já investiu cerca de R$ 30 milhões em projetos de etnodesenvolvimento nos dois últimos anos. “Nosso esforço diário tem sido o de impulsionar as atividades produtivas nas aldeias, contribuindo para que os indígenas melhorem de vida e alcancem a autossuficiência econômica”, destacou o presidente da Funai em seu discurso. “Esperamos dar continuidade às ações, caminhando para uma nova realidade: na qual os indígenas sejam, de fato, protagonistas da própria história”, finalizou Xavier.

Assessoria de Comunicação/Funai