Indígenas Kayapó defendem produção sustentável nas aldeias por meio de cooperativas

Cerca de 100 lideranças do povo Kayapó se reuniram no último domingo (25) no sul do estado do Pará para discutir a produção sustentável por meio de cooperativas indígenas. A Coordenação da Fundação Nacional do Índio (Funai) na região participou da reunião. O presidente da recém-criada Cooperativa Totoy, Yubal Kayapó, da aldeia Joary, destacou que o objetivo principal de seu povo ao se organizar em cooperativas é desenvolver atividades produtivas nas aldeias. "Para que nós, indígenas, possamos trabalhar de maneira legal. Para que possamos usufruir as nossas terras Kayapó e que possamos ter uma vida melhor”, afirmou. Clique para acessar o vídeo. 

Kabaiti Kayapó, da aldeia Gorotire, também ressaltou a preocupação das lideranças em relação aos aspectos legais da atividade produtiva e sustentável nas Terras Indígenas da etnia Kayapó. "A gente quer trabalhar dentro da legalidade, dentro da Lei. Nós queremos trabalhar com cooperativas." Clique e acesse o vídeo.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, divulgou a iniciativa em seus perfis nas redes sociais. “Kaiapós do Pará e Mato Grosso obtém apoio do nosso governo para trabalharem a terra. A nova Funai cada vez mais ajuda na integração dos nossos irmãos índios”, disse o presidente nas postagens. 

O coordenador regional da unidade descentralizada da Funai em Tucumã (PA), Raimundo Pereira dos Santos, também salienta a importância do etnodesenvolvimento para os indígenas. “Estamos correndo atrás de parcerias para incentivar as atividades produtivas sustentáveis na área indígena para que eles possam ter autonomia e autossuficiência econômica. É importante lembrar que havia muitas aldeias com muito pasto para a criação de gado, porém a pecuária não era liberada. Hoje temos mais de 5 mil cabeças de gado distribuídas nas aldeias proporcionando renda mensal para os indígenas”, detalha Santos. 

Apoio 

No dia 23 de março Marcelo Xavier se reuniu com lideranças Kayapó na sede da Funai, em Brasília. Na ocasião, ele ressaltou o incentivo da Funai a projetos de etnodesenvolvimento em Terras Indígenas, com respeito à autonomia e as potencialidades de cada comunidade. “Atividades agrossilvopastoris, de manejo sustentável, de beneficiamento de produtos, entre outras, permitem aos indígenas auferir renda e melhorar suas condições de vida”, disse o presidente da Funai, que ouviu as demandas dos indígenas e reforçou o apoio da Funai às atividades. 

Já o líder Xerê Kayapó mencionou a necessidade da geração de renda para as comunidades indígenas. “Para ter uma vida digna e não depender da ajuda de terceiros para sobreviver. Por isso estamos aqui para apresentar nossas demandas, para que possamos desenvolver nosso trabalho sustentável na comunidade seguindo todas as normas legais”. Participaram também do encontro as lideranças Niti Kayapó, Bepty Kayapó, Beto Kayapó, Bep Torin Kayapó e Bep Koxê Kayapó, representando diversas aldeias da etnia. 

Produção sustentável 

Como o objetivo de desburocratizar processos e permitir a modernização da produção agrícola nas aldeias, a Funai e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) publicaram, no início deste ano, a Instrução Normativa nº 01/2021, que estabelece normas específicas para o licenciamento ambiental de projetos sustentáveis desenvolvidos pelos indígenas em seus territórios, sempre respeitando a autonomia desses povos. 

Diálogo

A partir desta segunda-feira (26), ocorre o 1º Seminário Povos Indígenas: Etnodesenvolvimento e Sustentabilidade. O evento será transmitido pelo YouTube da Funai e tem o objetivo de promover o diálogo sobre perspectivas, ferramentas e instrumentos para o etnodesenvolvimento. O seminário é fruto de uma parceria inédita entre a Funai, a Secretaria de Governo (SeGov) e o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Clique aqui para acessar a programação completa. 

Assessoria de Comunicação / Funai
com informações da Coordenação Regional Kayapó Sul do Pará