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Terapia Ocupacional contribui para repensar a centralidade do trabalho na vida das pessoas
Equilíbrio é a palavra-chave para se pensar os papéis e ocupações que temos ao longo da vida, e a Terapia Ocupacional (TO) pode nos ajudar nesse desafio. Em tempos de aumento de transtornos mentais, intensificação e precarização laboral, é fundamental repensar a centralidade do trabalho em nossas vidas. Esse é o caminho percorrido pela discussão Qual a contribuição da terapia ocupacional diante dos efeitos da centralidade do trabalho no tempo e na vida das trabalhadoras e trabalhadores?, publicada na Revista Brasileira de Saúde Ocupacional (RBSO).
A Terapia Ocupacional traz como fundamento a distribuição equilibrada entre trabalho, descanso, lazer e sono para participação mais efetiva dos homens e mulheres no mundo. Isso porque ela considera que os indivíduos se engajam em ocupações, tanto as que precisam ser feitas como as que desejamos fazer. Essas são as atividades com as quais nos envolvemos ao longo dos dias e da vida, o que faz com que elas sejam dinâmicas e variem conforme o momento em que se vive.
“As práticas da TO permitem analisar as ocupações nas quais as pessoas estão engajadas, verificar sua adequação, distribuição, significância, equilíbrio ou desequilíbrio e correlacionar com os processos de saúde e bem-estar", afirmam os autores, Angela Simonelli e José Marçal, da Universidade Federal do Paraná e da Fundacentro, respectivamente. Por meio dessa disciplina, é possível “analisar o desequilíbrio que a ocupação trabalho tem provocado na vida de uma pessoa e suas consequências” e auxiliá-la na busca de equilíbrio.
Na vida adulta, o trabalho se destaca como principal ocupação esperada pela sociedade. “Embora trabalhar – na sociedade capitalista – seja a ocupação principal do ciclo de vida adulta, associado à realização pessoal, não é a única ocupação desempenhada nesse ciclo e deveria, idealmente, estar equilibrada com as demais ocupações que precisamos ou desejamos desempenhar: lazer, atividade física e, gestão de saúde, atividades de vida diária ou instrumentais de vida diária, descanso e sono, educação e participação social”, apontam os pesquisadores.
Outro aspecto importante a considerar é que o início de um novo papel ocupacional na vida pode alterar a importância, o tempo despendido e o engajamento daqueles desempenhados anteriormente. São os casos, por exemplo, de uma pessoa que tem um filho ou de alguém que se aposenta. “A TO questiona e relativiza a supremacia do trabalho sobre as demais ocupações, já que reconhece a importância do equilíbrio nas diversas ocupações e papéis como fator determinante de saúde e desenvolvimento”, concluem.
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Texto:
Cristiane Oliveira Reimberg