Live comemora os 10 anos de lançamento do Herbário Virtual Reflora, que alcança marca de 4 milhões de imagens digitalizadas

O Herbário Virtual Reflora completou 10 anos de seu lançamento em 30 de setembro, e alcançou a marca de 4 milhões de imagens botânicas digitalizadas e disponibilizadas para os cientistas e o público. Para comemorar, o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) farão uma mesa redonda online, no próximo dia 11 de outubro, às 14h, sobre os avanços que o HV Reflora tem proporcionado ao conhecimento da flora brasileira, seus desdobramentos, desafios e um pouco dessa história de sucesso. A live será transmitida pelo canal do Jardim Botânico no YouTube.

Ferramenta que se tornou indispensável para as pesquisas e ações de conservação da flora brasileira, o HV Reflora surgiu de uma iniciativa do CNPq e é coordenado pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Ao ser lançado, em 2013, eram três as instituições de pesquisa envolvidas: o próprio Jardim Botânico do Rio, o Royal Botanic Gardens, Kew (Londres), e o Muséum National d’Histoire Naturelle (Paris). Atualmente, são 84 parceiros, entre instituições nacionais e do exterior.

Um novo aporte de R$ 1,5 milhão, feito em maio deste ano pelo CNPq, é outra conquista a ser comemorada. Os recursos serão aplicados na digitalização de amostras do herbário do Museu de História Natural de Viena, na Áustria, e  também possibilitarão dar continuidade à captura de imagens e dados em herbários brasileiros. Viena tem importantes coleções de amostras de plantas brasileiras, pois, no século 19, naturalistas da chamada "missão austríaca" fizeram expedições em nosso país. Eles faziam parte da comitiva da futura imperatriz Leopoldina, esposa de Dom Pedro I, vinda da Áustria em 1817.

Herbários físicos são formados por amostras de plantas coletadas pelos pesquisadores em suas expedições de campo e preparadas para armazenamento e estudo, chamadas de exsicatas. Até o início do século 20, muitos naturalistas estrangeiros fizeram coletas no Brasil e as levaram para herbários em outros países. Até 2013, as pesquisas ocorriam de maneira lenta e custosa, uma vez que dependiam, em grande parte, da visita presencial dos pesquisadores a esses herbários estrangeiros. 

O Herbário Virtual Reflora revolucionou e impactou profundamente o fazer científico da botânica brasileira, permitindo aos taxonomistas trabalhar de forma semelhante à que já fazem nos acervos físicos, ao dar acesso às imagens das exsicatas em alta resolução em uma plataforma online. Assim, podem ser feitas consultas, identificações, reidentificações e tipificações das amostras, além de outras funcionalidades.

A plataforma do HV Reflora foi desenvolvida pelo JBRJ em parceria com a Coppe/UFRJ. A partir de 2014, com apoio do Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBR), Inventário Florestal Nacional (IFN) e Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado Rio de Janeiro (Faperj), outros herbários europeus, norte-americanos e brasileiros foram incluídos no projeto, recebendo equipamentos, treinamento e bolsistas para a digitalização das exsicatas de plantas brasileiras de seus acervos.

O programa contou com o apoio do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), de fundações estaduais de amparo à pesquisa, da empresa Natura, do Instituto Vale e também do Fundo Newton, do governo Reino Unido.