Dissertação mostra a importância da serapilheira na restauração ecológica da Mata Atlântica

Por Gabriela Kerklaan*

O Programa de Pós-Graduação em Botânica da Escola Nacional de Botânica Tropical teve sua 166ª defesa de mestrado realizada na tarde de quinta-feira, 11 de março. A mestranda Rayanne Moreira apresentou sua dissertação "Aporte e decomposição da serapilheira em áreas em processo de restauração ecológica na Mata Atlântica", que avaliou os aspectos do processo de ciclagem de nutrientes por meio da decomposição e produção da serapilheira em áreas em processo de restauração ecológica na Mata Atlântica. A ciclagem consiste na transferência dos nutrientes acumulados na camada de matéria orgânica do solo chamada serapilheira, composta pelo acúmulo de materiais vegetais, e sua posterior decomposição. Esse processo desempenha papel fundamental no funcionamento do ecossistema, além de ser uma importante medida para avaliar o sucesso de projetos de restauração ecológica.

Segundo a pesquisa da mestranda, a serapilheira é considerada o principal agente responsável pela ciclagem de nutrientes em ecossistemas florestais e a principal via de transferência de nutrientes, além de ser isolante térmica, evitar erosão, lixiviação e reter a umidade do solo.

Os resultados do estudo, realizado na Reserva Biológica de Poço das Antas, têm várias implicações práticas para projetos de restauração ecológica e reforçam a necessidade de considerar os efeitos das espécies para construir futuros modelos de restauração baseados em plantação de árvores nativas.

“Foi possível concluir que as espécies pioneiras exibiram menor contribuição na produção de serapilheira. Algumas espécies como Guarea guidonia, Plathymenia reticulata, Eugenia florida e Inga laurina apresentaram contribuição significativa na queda de serapilheira”, diz Rayanne. “A inclusão destas pode aumentar a quantidade matéria orgânica no solo, já que apresentaram alta queda foliar, e assim tornar o processo de ciclagem de nutrientes mais eficiente.”

A dissertação foi aprovada pela banca examinadora composta pelas professoras doutoras Dora Villela (UENF) e Danielle Celentano (UEMA), além do orientador Prof. Dr. Jerônimo Sansevero (UFRRJ).

*estágio CRS/JBRJ