Ministério da Educação

Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco

ANEXO - RESOLUÇÃO Nº XXXX, DE XX DE XXXX DE 2025

POLÍTICA DE INTERNACIONALIZAÇÃO DO IFPE

Recife, 2025

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO - IFPE

Reitor

José Carlos de Sá Junior

Chefe de Gabinete

Rosana Maria Teles Gomes

Pró-Reitoria de Ensino

Magadã Marinho Rocha de Lira

Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação

Gabriela Lins Falcão

Pró-Reitoria de Extensão

Laura Fabiana da Silva Caliento

Pró-Reitoria de Administração

Aurino César Santiago de Souza

Pró-Reitoria de Integração e Desenvolvimento Institucional

Juliana Souza de Andrade

Direção Geral dos Campi

Campus Abreu e Lima - Maria de Fátima Neves Cabral

Campus Afogados da Ingazeira - Andrea Ferreira Dacal

Campus Barreiros - Caetano Claudio Pereira Júnior

Campus Belo Jardim - Carlos Alberto Brasiliano Campos

Campus Cabo de Santo Agostinho - Daniel Costa Assunção

Campus Caruaru - Diniz Ramos de Lima Júnior

Campus Garanhuns - José Roberto Amaral Nascimento

Campus Igarassu - Lincoln Tavares dos Santos

Campus Ipojuca - Victor da Costa Wanderley

Campus Jaboatão dos Guararapes - Francisco Do Nascimento Junior

Campus Olinda - Luciana dos Santos Tavares

Campus Palmares - Diogo Lopes da Silva

Campus Paulista - George Alberto Gaudêncio de Melo

Campus Pesqueira - Fabiana Júlia de Araújo Tenório

Campus Recife - Fábio Nicácio Barbosa de Souza

Campus Vitória de Santo Antão - Luís Lucas Dantas da Silva

Educação a Distância - José Severino Bento da Silva

Art. 1º A Política de Internacionalização do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) estabelece princípios, objetivos e instrumentos que visam promover uma cultura institucional de internacionalização.

Parágrafo único: Este documento reflete o compromisso do IFPE com a inclusão da dimensão internacional, intercultural e global em suas práticas, alinhado à legislação vigente, à missão institucional e à Cadeia de Valor Público.

Art. 2º A política de internacionalização do IFPE se fundamenta no compromisso institucional com a formação integral do ser humano e com a promoção da transformação social.

Art. 3º A internacionalização do IFPE visa consolidar-se como um instrumento de equidade e justiça social, contribuindo para uma educação comprometida com o desenvolvimento sustentável e com a construção de um futuro mais justo para todos.

Art. 4º A internacionalização deve ser concebida como um processo crítico e comparativo que amplia horizontes de produção do conhecimento e fomenta a educação emancipadora.[1] 

Art. 5º Entende-se a internacionalização como um elemento estratégico para a melhoria da formação acadêmica, fortalecimento da pesquisa, promoção da extensão e aprimoramento da gestão institucional.

Art. 6º Ao articular Ensino, Pesquisa e Extensão, a internacionalização no IFPE:

I - potencializa a inclusão ao reconhecer e valorizar a diversidade de saberes e perspectivas globais;

II - promove a sustentabilidade ao integrar dimensões econômicas, sociais e ambientais em sua agenda de cooperação internacional;

III - fortalece a integridade institucional ao estabelecer parcerias estratégicas pautadas na ética e na transparência.

Art. 7º A Política de Internacionalização do IFPE se justifica pelos seguintes motivos:

I -  Fortalece a governança institucional por meio da promoção de ações de alcance internacional, ampliando a sustentabilidade acadêmica, financeira e cultural;

II -  Melhora a inserção do IFPE em redes internacionais de colaboração, aumenta a produção científica e amplia oportunidades de mobilidade acadêmica e técnica;

III - Aprimora a capacidade institucional de responder às demandas globais e ao fortalecimento de parcerias. Diretrizes claras reduzem riscos de descontinuidade administrativa que prejudicam a integração com o cenário internacional e a otimização de recursos.

IV - Intercâmbio Acadêmico: Experiência acadêmica de curta duração realizada em instituição de ensino estrangeira, com foco na colaboração interdisciplinar e intercultural. Diferente da mobilidade acadêmica internacional, o intercâmbio não requer, necessariamente, a validação de créditos e está estruturado a partir de uma agenda construída de forma colaborativa entre as instituições envolvidas no envio e no recebimento dos participantes. Tem como objetivo principal o desenvolvimento de competências culturais, linguísticas e acadêmicas em contextos internacionais, fortalecendo redes de cooperação e trocas de saberes;

Art. 9º São princípios desta política:

I - Equidade no acesso às oportunidades globais;

II - Diversidade cultural, epistemológica e social;

III - Formação Cidadã e Desenvolvimento de Competências Globais;

IV- Sustentabilidade e Responsabilidade Social;

V - Inovação e Desenvolvimento Tecnológico;

VI - Produção Científica de Impacto e Pluralidade Epistêmica;

VII - Interações Locais com Perspectiva Global;

VIII - Governança, Transparência e Gestão Democrática;

IX - Cooperação Acadêmica Solidária e Transformação Social.

CAPÍTULO IV

Art. 11 Os objetivos específicos listados para atender ao objetivo geral são:

I - Incentivar práticas de ensino, pesquisa e extensão, por meio da internacionalização,  que promovam uma educação emancipadora sobre as complexidades globais, passadas e presentes, ampliando a qualidade e a relevância da educação;

II - Criar oportunidades equitativas de participação para toda a comunidade acadêmica, fomentando a inclusão e a diversidade na internacionalização por meio do reconhecimento e da valorização de diferentes saberes e perspectivas globais;

III - Estabelecer parcerias institucionais estratégicas pautadas na integridade, na governança pública e no compromisso com a geração de valor público, a fim de fortalecer a ética e a transparência na internacionalização;

IV - Fomentar cooperações acadêmicas internacionais visando à inserção do IFPE em redes e iniciativas globais e fortalecendo sua atuação na produção do conhecimento e no enfrentamento das desigualdades e injustiças;

V - Promover ações e parcerias internacionais que considerem as dimensões econômica, social e ambiental, alinhadas aos desafios globais do desenvolvimento sustentável;

VI - Garantir participação ampla e transparente da comunidade acadêmica na formulação e implementação das ações internacionais.

Art. 12 A Política de Internacionalização do Instituto Federal de Pernambuco tem como diretrizes:

I - Promoção da Equidade e Acesso Inclusivo ? Fomento de ações de internacionalização que garantam a participação equitativa de toda a comunidade acadêmica, priorizando a inclusão de grupos historicamente marginalizados e ampliando o acesso às oportunidades internacionais;

II- Desenvolvimento de Competências Globais ? Incorporação nos currículos e nas atividades formativas de iniciativas que promovam a cidadania global, o pensamento crítico, o multilinguismo e a capacidade de atuar em contextos multiculturais e interdisciplinares.
III - Alinhamento com as agendas globais de sustentabilidade ? Criação de ações internacionais do IFPE de forma alinhada às agendas globais de sustentabilidade, promovendo parcerias e projetos que contribuam para soluções inovadoras nos âmbitos social, econômico e ambiental;
IV - Fomento à Pesquisa e Inovação com Impacto Global e Local ? Incentivo a redes de cooperação científica e tecnológica que promovam uma produção do conhecimento crítica, plural e de impacto social, fortalecendo a inserção do IFPE em debates e iniciativas internacionais estratégicas;

V - Internacionalização em Casa e Interculturalidade ? Incremento de estratégias que possibilitem a experiência internacional sem a necessidade de mobilidade física, por meio da integração de práticas interdisciplinares, ensino bilíngue, eventos acadêmicos globais e/ou metodologias inovadoras de aprendizagem intercultural, entre outros;

VI - Fortalecimento das Parcerias e Redes de Cooperação ? Estabelecimento e consolidação de acordos institucionais com instituições de ensino, pesquisa e setores produtivos nacionais e internacionais, garantindo a construção de relações acadêmicas e científicas solidárias e sustentáveis;

VII - Articulação da Internacionalização com a Extensão e a Responsabilidade Social ? Integração da dimensão internacional às ações extensionistas do IFPE, promovendo projetos que dialoguem com os desafios e potencialidades das comunidades locais, fortalecendo a interculturalidade e o impacto social da internacionalização;

VIII - Gestão Ética, Transparente e Participativa ? Garantia de transparência, alinhamento aos princípios da governança pública e participação da comunidade acadêmica nos  processos de internacionalização, assegurando mecanismos de monitoramento, avaliação e prestação de contas;

IX - Valorização e Capacitação de Servidores para a Internacionalização ? Oportunização de programas de formação contínua para docentes e técnicos administrativos, visando a ampliação das competências internacionais da equipe e o fortalecimento das iniciativas institucionais de cooperação global;

X - Promoção de Políticas Linguísticas para Internacionalização ? Implementação de ações que estimulem o ensino e o uso de línguas adicionais, bem como a valorização da diversidade linguística, como meio de ampliar o acesso e a participação do IFPE em contextos internacionais.

Art. 13 A governança compreende um conjunto de mecanismos de liderança, estratégia e controle postos em prática para direcionar, monitorar e avaliar a gestão do Comitê de Governança da Internacionalização do IFPE quanto à aplicação desta Política.

Art.14 O Comitê de Governança da Internacionalização (COGINT) é um órgão colegiado de monitoramento e avaliação da Política, vinculado ao Conselho Superior (CONSUP).

Art. 15 São atribuições do Comitê de Governança da Internacionalização (COGINT):

I - supervisionar a execução da Política;

II - auxiliar na revisão e atualização desta Política, quando necessário, em consonância com a legislação.

Art. 16 O Comitê de Governança da Internacionalização (COGINT) será composto por um representante de cada unidade abaixo:

I ? O responsável pela Unidade de Relações Internacionais, como seu presidente;

II ? Pró-reitoria de Ensino;

III ? Pró-reitoria de Pesquisa;

IV ? Pró-reitoria de Extensão;

V ? Pró-reitoria de Administração;

VI ? Pró-reitoria de Integração e Desenvolvimento Institucional;

VII - Diretoria de Assistência ao Estudante;

VIII - Departamento de Comunicação;

IX - Diretoria de Gestão de Pessoas;

X - Assessor de Relações Internacionais (ARI) de cada campus;

XI - Um representante dos estudantes, escolhido entre os pares eleitos para o CONSUP.

§1º O COGINT realizará reuniões ordinárias, pelo menos uma vez a cada semestre ou, extraordinariamente, quando convocado por seu/sua presidente.

§2º A criação e a competência do COGINT do IFPE serão instituídas por meio de portarias e regulamentos específicos.

Art. 17 Caberá ao Comitê de Governança da Internacionalização (COGINT) do IFPE a supervisão da execução e avaliação da Política, tendo como base os indicadores abaixo listados:

I - Quantidade de Estudantes em Estudo no Exterior;

II - Quantidade de Estudantes Internacionais no IFPE;

III - Quantidade de Servidores em Missão ou Estudo no Exterior;

IV - Percentual de Investimento realizado em Internacionalização;

V - Quantidade de Matrículas em Cursos de Línguas Estrangeiras;

VI - Porcentagem de Projetos com Parcerias Internacionais.

CAPÍTULO VII

PROGRAMAS E PROJETOS

Art. 18 A Política de Internacionalização do Instituto Federal de Pernambuco será materializada por meio de programas a fim de fortalecer a internacionalização do IFPE de forma alinhada à sua missão, promovendo inclusão, equidade e desenvolvimento sustentável. São eles:

I - Programa de Mobilidade Acadêmica -  Oferta de bolsas e auxílios para estudantes e servidores, com critérios de inclusão e equidade; formalização de acordos bilaterais com instituições estrangeiras que compartilhem valores de educação crítica e emancipadora; criação de mecanismos de reconhecimento acadêmico para créditos cursados no exterior.

II - Programa de Internacionalização em Casa - Desenvolvimento de componentes curriculares com abordagem internacional e intercultural; criação de iniciativas como componentes em línguas estrangeiras, colaboração online internacional (COIL) e palestras de professores visitantes; estímulo ao uso de materiais didáticos com perspectiva global, antirracista e anti-hegemônica.

III - Programa de Pesquisa e Inovação Internacional - Ampliação de redes de pesquisa colaborativa, com foco na inclusão do Sul Global e na produção de conhecimento crítico; implementação de chamadas internas para fomento a projetos internacionais em parceria com universidades e centros de pesquisa estrangeiros; estímulo à participação em editais internacionais e cooperação científica.

IV - Programa de Extensão Internacional Solidária - Desenvolvimento de projetos de extensão com impacto internacional, priorizando comunidades vulneráveis; criação de ações de cooperação para o desenvolvimento sustentável em parceria com instituições de outros países; incentivo ao voluntariado internacional, fortalecendo laços interculturais e a cidadania global.

V - Programa de Gestão e Governança Internacional - Estruturação de ações de parcerias internacionais baseadas na ética e transparência; criação de um observatório de internacionalização para monitoramento de impactos e boas práticas; capacitação de gestores e servidores para atuação em contextos internacionais.

Parágrafo único: Os programas serão desdobrados em nível de planos a serem elaborados pelos campi do IFPE, devendo ser aprovados pelo Departamento de Relações Internacionais antes da sua implementação.

CAPÍTULO VIII

Art. 19 Caberá à Reitoria do IFPE a regulamentação necessária ao cumprimento desta Política.

Art. 20 Os casos omissos e as dúvidas suscitadas na aplicação da presente Política de Internacionalização serão submetidos em reunião específica dos integrantes do COGINT do IFPE, ouvidos os setores e partes envolvidas e, eventualmente e se necessário, outros órgãos da instituição ou externos que possuam em suas atribuições a competência orientativa ou consultiva sobre tema omisso ou a dúvida suscitada, sendo deliberadas pela Unidade de Relações Internacionais da Reitoria.