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PELE DA TILÁPIA RENDE TRÊS PRÊMIOS EM NOVEMBRO
Pesquisa do uso medicinal da pele de tilápia na ginecologia, desenvolvida no CH-UFC/Ebserh, leva prêmio DASA/Veja Saúde 2021
O Coordenador Geral da Pesquisa da Pele da Tilápia, cirurgião plástico Edmar Maciel, está comemorando, juntamente com sua equipe, mais três novos prêmios (em apenas 15 dias) no âmbito deste trabalho iniciado no Ceará em 2015. No total, já são 19 premiações científicas, todas em primeiro lugar, ao longo de sete anos de atividades, envolvendo 12 áreas da Medicina, entre várias outras da Veterinária e da Odontologia.
O grupo da Ginecologia, coordenado pelos pesquisadores Zenilda Bruno e Leonardo Bezerra, que são médicos e professores na Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (MEAC/UFC/Ebserh), foi o grande vencedor da categoria Tratamento, do Prêmio DASA de Inovação Médica, com VEJA SAÚDE 2021. O estudo premiado se intitula “A pele de tilápia na saúde sexual feminina e cirurgias reparadoras complexas: recuperação da função sexual de mulheres com estenose e malformação vaginal, autoaceitação de mulheres transgênero e reparo de sindactilia grave”. A cerimônia de premiação acontecerá de forma virtual em 15 de dezembro próximo. Vale ressaltar que é a segunda vez que a Pesquisa da Pele de Tilápia sagra-se vencedora do Prêmio Abril & Dasa de Inovação Médica. Em 2019, o próprio Coordenador Geral, Edmar Maciel, foi destacado com o trabalho “Tratamento de queimaduras e feridas com curativo biológico derivado de pele de tilápia”.
A premiação mais recente, intitulada “Mentes da Inovação”, ocorreu de forma virtual, no último dia 24, e foi concedida pela Bayer a um grupo de alunos de Pós-Graduação do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da UFC, coordenado pelo Prof. Odorico Moraes. O trabalho, denominado “O Curativo Biológico de Pele de Tilápia Liofilizada: Um Novo Dispositivo Regenerativo para Tratamento de Feridas, Queimaduras e Cirurgias Plásticas Reparadoras”, venceu três etapas de seleção, sendo a última uma apresentação oral pela doutoranda em Farmacologia, Especialista em Saúde Pública, Nathaly Mendonza, que foi orientada neste projeto pelo Prof. Carlos Paier.
Fechando o mês de novembro, o VII Congresso Brasileiro de Oftalmologia Veterinária premiou a veterinária Mirza Melo, também aluna do NPDM, pelo trabalho “Enxerto de Pele de Tilápia em Úlcera de Córnea de Cães”, apresentado em Foz do Iguaçu. Para os coordenadores das diversas áreas da Pesquisa, essas premiações, mais do que um estímulo, fortalecem o esforço pela disponibilização dos produtos da pele de tilápia para os usuários da rede pública de saúde. O processo de seleção e chamada pública para a escolha da empresa que vai produzir e comercializar os produtos está sob coordenação da Universidade Federal do Ceará.
Saiba mais sobre pele de tilápia na Ginecologia
O uso da pele de tilápia na área da Ginecologia, iniciado a partir de pesquisas desenvolvidas em Fortaleza/CE, ganhou destaque internacional. A primeira cirurgia de redesignação de sexo (masculino para feminino), realizada no mundo, utilizando a pele do peixe cultivado em abundância no Nordeste brasileiro, ocorreu em Cali-Colômbia, com matéria prima originária do Banco de Peles de Tilápia, instalado no NPDM/UFC – Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da Universidade Federal do Ceará, cujo coordenador é o Prof. Odorico Morais.
O procedimento cirúrgico, que teve duração de uma hora, foi realizado em um paciente de 36 anos de idade, por uma equipe que contou com as participações dos pesquisadores cearenses Edmar Maciel Lima Júnior e Leonardo Bezerra, bem como do cirurgião plástico Álvaro Rodriguez, referência na Colômbia em cirurgia de redesignação sexual. Mais de trinta cirurgias desta em pacientes da América Latina já foram realizadas naquele país.
Autor da técnica de neovaginoplastia usando a pele de tilápia, Leonardo Bezerra informa que o procedimento é mais rápido, favorece a recuperação e apresenta resultados anatômicos bastante satisfatórios, já amplamente publicados na literatura médica. As cirurgias vêm sendo realizadas desde 2017, sob protocolo de pesquisa clínica e já beneficiaram mais de 20 pacientes na MEAC/UFC com rara síndrome de agenesia vaginal congênita ou câncer vaginal, sob coordenação da Profa. Dra. Zenilda Vieira Bruno.
Destaques:
A Pesquisa da Pele de Tilápia conta com mais de 290 colaboradores/pesquisadores; está presente em oito países (EUA, Alemanha, Holanda, Colômbia, Guatemala, Argentina e Equador), além de nove Estados brasileiros (CE, SP, RJ, GO, PR, PE, MG e RS, BA); foi destaque em quatro séries internacionais (Grey’s Anatomy, The Good Doctor, The Residente e Vampiros; participou de duas parcerias de pesquisa com a agência espacial norte-americana (NASA), que enviou amostras do produto ao espaço, para estudos em ambiente sem gravidade; além das 19 premiações científicas em primeiro lugar, foi objeto de mais de 26 artigos em publicações nacionais e internacionais. São parceiros da Pesquisa a Bomar Pescados, fornecedor das peles do peixe; a Biotec Soluções, no apoio à pesquisa e produção da pele liofilizada; o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), responsável pela irradiação das peles; e a LATAM, no transporte das peles e da equipe para missões e projetos.
Contatos para a Imprensa:
Danielle Campos – Chefe de Comunicação do Complexo Hospitalar da UFC/Ebserh (85) 3366-8577.
Cleide Castro - Ass. Imprensa da Pesquisa (85) 9.9613-4318 - cleideaocastro@gmail.com