Dia Mundial da Água

No Dia Mundial da Água, comemorado neste 22 de março, o Instituto Nacional de Pesquisa do Pantanal (INPP) chama atenção para a importância da água e da gestão sustentável dos recursos hídricos do Pantanal e do planeta.

Criada em 1992 pela Organização das Nações Unidas (ONU), a data visa a ampliação da discussão sobre assunto e, após a definição dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), durante a conferência das Nações Unidas realizada no Rio de Janeiro, em 2012, a ocasião passou a relembrar a necessidade de estabelecer medidas para enfrentar a crise hídrica mundial, em apoio ao ODS 6: assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos até 2030.

Neste ano, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) escolheu a relação da água com o clima como tema central para reflexão no Brasil, através da realização da Jornada da Água 2024. “A Água nos Une, o Clima nos Move” é o mote da campanha, que prevê uma série de atividades e eventos até o mês de dezembro, estimulando o debate sobre os cuidados com as águas brasileiras. 

Isso porque o país está entre os que mais possuem reservas de água, com biomas ricos como o Pantanal, a maior planície alagável do mundo. Na região pantaneira, a água possui papel de destaque, principalmente durante as estações chuvosas bem definidas, como o verão, que produzem um pulso de inundação sazonal e um ciclo hidrológico único. 

Estas inundações sazonais influenciam as comunidades animais e vegetais, a ciclagem de nutrientes do solo, a produtividade primária e a paisagem do bioma, que conta um mosaico de pastagens inundáveis e não inundáveis, florestas, matas abertas e habitats aquáticos temporários ou permanentes. Além disso, são vitais para as principais atividades econômicas e sociais desenvolvidas no Pantanal: a pesca, a pecuária e o turismo.

Neste sentido, a mudança climática tem amplas implicações, especialmente nas notáveis alterações das chuvas na região. Alguns dos cenários mais pessimistas apontam, inclusive, para uma diminuição de 30% na precipitação média na Bacia do Alto Paraguai até o final deste século. Por isso, a necessidade de se debater as alterações do clima e a conservação da água. 

O Pantanal precisa que suas águas estejam protegidas e a atividade humana deve ser consciente para que o ciclo hidrológico não seja contaminado ou modificado, já que este importante recurso natural atinge a manutenção da biodiversidade, do próprio bioma e de todo o planeta, como reforça a Declaração Universal dos Direitos da Água, também instituída pela ONU, em 1992, que se divide em 10 artigos: 

1. A água faz parte do patrimônio do planeta;
2. Água é condição essencial de vida de todo vegetal, animal ou ser humano;
3. A água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia;
4. O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos;
5. A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores;
6. A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo;
7. A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada;
8. A utilização da água implica respeito à lei;
9. A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social;
10. O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.