Boletim G20 Ed. 264 - G20 Social: Brasil guia nova agenda mundial contra a fome
O Brasil propõe a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, debatida no G20 Social, para unir países na produção sustentável de alimentos, combater desigualdades e erradicar a fome global. Ouça a reportagem e saiba mais.
Por Leandro Molina /Site G20 Brasil
Repórter: Uma das principais pautas em debate no Território do G20 Social, no Rio de Janeiro, trata da Aliança Global proposta pelo Brasil para combater a fome e a pobreza. A Aliança é fundamentada no princípio de que nenhum país pode combater a fome isoladamente. A iniciativa brasileira será lançada na Cúpula de Líderes.
Para Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, a urgência é evidente. O ministro destacou que no Brasil a fome apresentou redução, passando de 32,8% para 18,4% da população em insegurança alimentar moderada ou grave. Com esses avanços, o governo prevê que o país sairá do Mapa da Fome até 2026.
Wellington Dias: A partir do que aqui ouvimos, vamos ter propostas que serão entregues diretamente à representação do Brasil, ao presidente Lula, e ao chanceler da África do Sul. Certamente, aqui são propostas potentes e serão consideradas sim, pela implementação vamos ter para a frente neste trabalho do G20 junto com a ONU.
Repórter: A atividade, que lotou um dos armazéns do Território do G20 Social, contou com a participação de autoridades, representantes da sociedade civil e movimentos sociais, que destacaram o papel central das políticas públicas e do engajamento social para enfrentar a fome e a pobreza.
Nosipho Jezile, representante da África do Sul junto à FAO, trouxe à tona estatísticas alarmantes: uma em cada nove pessoas no mundo passa fome, e um quarto da população faminta está na África. Ela ressaltou que a fome é uma questão de direitos humanos, e que a Aliança Global proposta pelo Brasil é um começo promissor.
Nosipho Jezile: O diálogo social é importante para incluir as vozes dos agricultores mais vulneráveis, especialmente os agricultores familiares em lidar com a fome e a pobreza. No contexto da segurança alimentar, essa é a importância da comida. Essa é a significância da comida.
Repórter: Adriana Correia, representante de cozinhas solidárias no Rio Grande do Sul, apontou a urgência de reconhecer essas iniciativas como essenciais no combate à fome.
Adriana Correia: Nós passamos por muitas dificuldades, muito trabalho, mas os movimentos sociais nos ajudaram. Só através dos movimentos sociais nós tivemos retorno. Estamos aqui, e nosso objetivo é erradicar a fome. Essa é nossa luta.
Repórter: Além disso, dentro dos debates houve consenso sobre o papel vital das mulheres na produção de alimentos. Daniéria Silva Carolina é assentada da reforma agrária no Vale da Vitória, em São Mateus (ES). Para ela o debate sobre a produção de alimentos saudáveis é essencial.
Daniéria Silva Carolina: A produção de alimento saudável é uma bandeira de luta nossa, está nas nossas pautas. É o que a gente defende, é o que gente acredita e a gente tá aí, lutando, numa luta constante, para que de fato isso aconteça. Produzir alimento saudável, o debate da agroecologia, não só o debate, mas falar da importância da agroecologia e da produção de alimentos saudáveis.
Repórter: As discussões e propostas dos movimentos populares serão encaminhadas à plenária dos líderes do G20. Com o apoio internacional conquistado no G20, o governo brasileiro reafirma sua ambição de erradicar a fome não apenas em território nacional, mas em escala global.
