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Sudene discute clima em Assembleia Legislativa da Paraíba
Com o intuito de ampliar a discussão sobre as mudanças no clima e suas consequências para o Nordeste brasileiro, especialmente na região do semiárido, o superintendente da Sudene, João Paulo Lima, participou na manhã desta segunda-feira (30/11), de audiência pública na Assembleia Legislativa da Paraíba. João Paulo parabenizou a Casa Epitácio Pessoa pela iniciativa e ressaltou a importância do debate. “Iniciativas como esta fortalecem a busca pela melhoria de vida da população. Sem água não há vida e essa é a questão essencial. Estamos chegando à beira de um colapso e é preciso agir”, pontuou.
A audiência, que aconteceu no plenário da ALPB, foi coordenada pela Comissão de Desenvolvimento, Turismo e Meio Ambiente da casa, e presidida pelo deputado Jeová Campos. O superintendente ressaltou algumas ações desenvolvidas pela Sudene para diminuir o sofrimento da população do semiárido, como o Água para Todos que irá repassar, ainda este ano, R$15,5 milhões para atender 50 comunidades rurais que vivem em situação de extrema vulnerabilidade. O programa do Governo Federal de combate à miséria deve beneficiar 24 mil pessoas. Saiba mais sobre o Água Para Todos.
A longa estiagem é uma das principais preocupações de João Paulo desde que assumiu a superintendência, no final de julho deste ano. A Sudene promoveu, no último dia 20, um grande debate sobre os efeitos do El Niño na região, de onde surgiu a ideia de diversificar e fortalecer a economia estimulando a produção de energia solar. "Energia fotovoltaica pode ser uma estratégia importante. Estamos estudando como viabilizar". A autarquia também constituiu o Grupo de Trabalho do Semiárido para pensar estrategicamente como atuar nos 1.335 municípios atingidos pela seca. “A Sudene tem o papel de criar, propor e coordenar políticas inovadoras para o semiárido. Estamos trabalhando para tornar isso real”, afirmou João Paulo.
O superintendente também está promovendo debates com instituições parceiras para identificar como o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) pode atuar melhor na região. “Quando fixamos o valor mínimo de R$ 50 milhões para que o empreendimento possa receber o financiamento do FDNE, estamos excluindo quase 100% dos municípios do Semiárido. Hoje, quase a totalidade das empresas está no litoral nordestino. É preciso pensar como chegar a quem realmente precisa, nos municípios menores e mais pobres”.
Entrevista
Antes da audiência pública, João Paulo esteve na rádio CBN de João Pessoa, onde participou, ao vivo, de um debate com jornalistas locais. Entre os assuntos abordados, o superintendente fez questão de frisar a baixa participação do estado no Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE). “Até hoje, a Paraíba só teve um projeto aprovado pelo fundo, a da instalação de uma fábrica de cimento, que deverá gerar 250 empregos diretos. É importante que as empresas saibam da existência e das condições do FDNE. Estamos fechando o ano com mais de R$ 1 bilhão em caixa”. Quanto à isenção de impostos, nove empresas paraibanas tiveram o pleito atendido. Um número baixo também, levando em consideração outros estados como Pernambuco e Ceará, que tiveram 44 empreendimentos apoiados.
O superintendente foi bastante assediado pela mídia local, que fez perguntas sobre a autarquia e sobre a atual conjuntura política.