Mais resgates. Média de 10 trabalhadores libertados de escravidão moderna por dia este ano

Desde o início deste ano, 773 trabalhadores já foram resgatados de situações de trabalho análogo à escravidão, segundo informações do Ministério do Trabalho e Emprego. 

O número é aviltante: 773 pessoas resgatadas de trabalho em condição análoga à escravidão — a também chamada escravidão moderna — desde o início do ano. Não se trata, ainda, de número consolidado, porque as apurações ainda não terminaram, como explica o próprio Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que segue atuando em sucessivas operações. 

Os números consolidados de resgatados da escravidão moderna serão divulgados no Radar da SIT (Secretaria de Inspeção de Trabalho) a partir de 1º de maio. Na ocasião, também, será possível conhecer o recorte de gênero, raça, idade e localidade das ocorrências.

Mas o saldo preliminar (773 resgates em menos de três meses) já é um marco. Em todo o ano passado, 2.575 trabalhadores foram resgatados de situações desse tipo. Portanto, a tendência é que esse número seja superado rapidamente este ano. 

Há mais de uma explicação para a diferença. Segundo o MTE, nos governos Temer e no passado, a quantidade de operações realizadas foi menor. Nos dois primeiros meses deste ano, por exemplo, foram feitas mais operações que no mesmo período nos quatro anos anteriores. 

Veja o comparativo da quantidade de trabalhadores resgatados de trabalhos em situação análoga à escravidão, segundo dados do MTE referentes somente a janeiro e fevereiro, nos últimos anos:

2023: 490

2022: 348

2021: 243

2020: 53

2019: 28

Outros fatores, porém, também influenciam na quantidade de libertos, pois a quantidade de trabalhadores está muito mais ligada à atividade do que ao quantitativo de operações. Somente na operação em Bento Gonçalves (RS), foram mais de 200 resgatados em uma única ação. Em atividades como a carvoaria, por exemplo, o número de pessoas é geralmente bem mais baixo.

O Governo Federal segue trabalhando não apenas para libertar pessoas nessas condições, mas também pela correta responsabilização dos que cometem esses crimes, e pela melhora geral da condição de vida e trabalho de todos os brasileiros. 

*Com informações do MTE.