Missão da ONU centra esforços no plano do Brasil para hospedagens na COP30

No terceiro dia da missão em Belém do Pará, sede da COP30 Amazônia, especialistas da Secretaria das Nações Unidas para a Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês) centram atenções no plano brasileiro para hospedar todas as pessoas que vão participar dos debates da Conferência em novembro. Nesta quarta-feira, 22 de janeiro, a equipe técnica visitou hotéis, verificou obras em andamento e espaços que serão convertidos em acomodações.

Valter Correia, secretário extraordinário para a COP30, salientou que o governo brasileiro vem trabalhando há mais de um ano em diversas soluções para a criação de leitos. Entre as ações, está um diagnóstico de espaços para hospedagem na cidade (na Região Metropolitana e em municípios próximos), a ampliação da oferta já existente com a construção de novos hotéis e a contratação de dois navios transatlânticos de cruzeiro. A expectativa é disponibilizar 50 mil leitos para as pessoas que vão participar das atividades, considerando os já existentes e os em desenvolvimento.

O governo do Brasil está em debates avançados para a contratação de plataformas online para gerenciar hospedagens que serão ofertadas às pessoas credenciadas para os debates da COP30 Amazônia. O modelo já foi utilizado por outras edições da Conferência da ONU. "Já estamos em tratativas finais com plataformas distintas, para que a gente possa definir uma. Nos próximos meses, vamos disponibilizá-la para os imóveis aqui da região", relatou Correia.

Diversidade cultural é ganho

Wasim Mir, diretor de assuntos da Conferência do UNFCCC, destacou que cada COP tem características específicas, de acordo com os contextos socioeconômicos locais. Para ele, quem visita os países pela primeira vez para participar dos debates deve levar isso em consideração e "administrar expectativas", para conseguir aproveitar tudo o que está em ambientes e culturas diferentes — e o que essa diversidade pode oferecer para os debates sobre o clima.

Mir pontuou ainda que a diversidade de público que participa das Conferências, chefes de Estado e de governo, organizações da sociedade civil, comunidades indígenas e outros grupos, faz com que os países tenham que garantir acomodações que atendam a todas as diferentes categorias e necessidades. “Há sempre uma corrida para as pessoas reservarem acomodações”, tranquiliza o diretor da UNFCCC.

Khalid Magzoub, da UNFCCC, planta muda de açaí, fruta típica da região Amazônica no Parque da Cidade, que vai abrigar a Vila COP30 | Foto: Isabela Castilho/COP30 Amazônia

Vila COP30 Amazônia

Os técnicos também visitaram o Parque da Cidade, localizado nas imediações do Hangar Centro de Eventos da Amazônia, que vai abrigar o complexo Vila COP30. Ali, os especialistas conheceram as obras em andamento, que vão converter o espaço em um parque urbano a ser utilizado para as atividades da Conferência e ficará de legado para a população da capital paraense. Durante a visita, plantaram árvores nativas nas vias urbanas.

"Virão pessoas de todo o mundo. Encontrar esses espaços abertos, onde eles podem trocar suas ideias em um ambiente junto com a Amazônia, é o que torna esse espaço muito especial. (As obras) estão muito adiantadas. Ficamos surpresos ao ver o quanto têm trabalhado duro para conseguir esses objetivos importantes", disse Carmen González, especialista do UNFCCC.

Obras no Parque da Cidade, que vai abrigar a Vila COP30, estão adiantadas e surpreendem especialistas da ONU | Foto: Isabela Castilho/COP 30 Amazônia

Missão da ONU em Belém

Até sexta-feira (dia 24), especialistas da UNFCCC e técnicos dos governos federal e local realizam visitas de campo para conhecer os planos de logística de transportes, segurança pública e saúde pública. A missão tem como objetivo discutir os preparativos para a COP30 Amazônia. As visitas técnicas são uma rotina nas COPs e acontecem várias vezes ao longo do ano, em todos os países que recebem a Conferência.