Lula: “Todo mundo tem que ter direito a comer e, para isso, precisa ter gás para cozinhar”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta quinta-feira, 4 de setembro, no Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte (MG), do lançamento do programa Gás do Povo. A iniciativa vai assegurar botijão de gás gratuito a 15,5 milhões de famílias brasileiras, alcançando cerca de 50 milhões de pessoas em todo o país. O programa substitui e triplica o número de beneficiários do Auxílio Gás, consolidando-se como uma das maiores ações de acesso ao cozimento limpo do mundo.

O governo tem que ajudar aqueles que não tiveram chance de estudar, que não tiveram oportunidade. É para esses que nós temos que governar. Não é para o rico, é para os pobres”

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República

Na cerimônia, o presidente destacou a prioridade do governo em atender a população mais vulnerável. “Nós viemos aqui para anunciar um novo programa para as pessoas mais humildes do país, que não têm dinheiro para comprar um botijão de gás. É um absurdo a diferença entre o preço que o botijão sai da Petrobras e o preço que gás chega [ao consumidor]”, afirmou.

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Lula reforçou que a política pública cumpre um papel de justiça social, ao enfatizar que o governo precisa ajudar aqueles que não tiveram oportunidade. “O governo tem que ajudar aqueles que não tiveram chance de estudar, que não tiveram oportunidade. É para esses que nós temos que governar. Não é para o rico, é para os pobres”.

O presidente ressaltou ainda que o direito à alimentação passa pelo acesso ao gás de cozinha: “Todos são iguais perante a lei. Todo mundo tem que ter direito a comer e, para isso, precisa ter direito ao alimento e depois ao gás para cozinhar. É por isso que estamos tentando mostrar que o que falta nesse país não é dinheiro, é tratar o povo com o respeito e a decência que o povo brasileiro precisa”.

INFOGRÁFICO | Os números do novo programa Gás do Povo

FUNCIONAMENTO — O programa funcionará de forma integrada. As famílias poderão acessar o benefício por meio de aplicativo gerido pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS); um cartão próprio; um vale impresso disponível nas agências da Caixa e lotéricas; ou, ainda, com o cartão do Bolsa Família. O botijão será retirado em revendedoras credenciadas, que terão identidade visual padronizada.

A gente sabe a diferença que faz no nosso orçamento doméstico poder ter acesso ao gás. Vale gás, vale economia no bolso, vale comida na mesa, vale mais saúde para a nossa população"

Macaé Evaristo, ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania

O ministro Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome) ressaltou o impacto direto na vida das famílias. “Ainda há pouco, visitávamos aqui com o presidente uma família e foi possível perceber a importância do Gás do Povo. Garantir essa condição significa também sobrar um dinheirinho para outras necessidades básicas e mais segurança alimentar”, disse.

A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, reforçou o efeito política no orçamento doméstico e pontuou a alegria de saber que milhares de famílias vão conseguir economizar. “A gente sabe a diferença que faz no nosso orçamento doméstico, no final do mês, poder ter acesso ao gás. Vale gás, vale economia no bolso, vale comida na mesa, vale mais saúde para a nossa população", observou.

QUEM TEM DIREITO — O Gás do Povo terá como público-alvo as famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa (R$ 759), com prioridade para os beneficiários do Bolsa Família. A quantidade de botijões será definida de acordo com o tamanho da família: até três por ano para famílias de dois integrantes; até quatro para três integrantes; e até seis botijões anuais para quatro ou mais membros. No total, serão distribuídos cerca de 65 milhões de botijões por ano.

O valor de referência será definido de forma regionalizada pelos ministérios de Minas e Energia e da Fazenda, com base em dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), levando em conta as variações de preço entre estados. O programa será custeado integralmente com recursos públicos. Em 2025, a Lei Orçamentária Anual prevê R$ 3,57 bilhões para a implementação da política, garantindo sua viabilidade. Para 2026, a previsão é de R$ 5,1 bilhões.

São mais de 50 milhões de pessoas em todo o Brasil que terão um botijão de gás de graça. Isso representa alívio imediato, economia na veia para aqueles que mais precisam. Tirar o Brasil da fumaça e acender a chama da inclusão energética”

Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, comemorou a abrangência do programa e a qualidade de vida que o Gás do Povo garante às famílias brasileiras. “É um programa social que já começa gigante. São mais de 15 milhões de famílias, mais de 50 milhões de pessoas em todo o Brasil que terão um botijão de gás de graça. Isso representa alívio imediato, economia na veia para aqueles que mais precisam. Tirar o Brasil da fumaça e acender de vez a chama da inclusão energética”, afirmou.

SAÚDE — Mais do que aliviar financeiramente os lares brasileiros, o Gás do Povo contribui para a saúde e a qualidade de vida das famílias, especialmente de mulheres e crianças, ao reduzir a dependência da lenha e da queima de carvão — práticas que expõem milhões de pessoas à poluição intradomiciliar e comprometem o tempo dedicado a estudo e trabalho.

Álvaro Damião, prefeito de Belo Horizonte, agradeceu a escolha da capital mineira como palco do lançamento: “São muitos os pobres que precisam do gás de cozinha e não têm. Viva o povo mais simples e viva aquele que vai receber, em casa, o gás de graça. Obrigado por ter escolhido Belo Horizonte, presidente, para lançar um dos principais projetos sociais da história do Brasil”.