Pronunciamento do presidente Lula durante solenidade de início da energização do Linhão Manaus–Boa Vista
Fala de Márcio Rea, diretor Geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico [ONS]: Toda a transmissão da Europa. É a maior rede do mundo com essa complexidade no Brasil. O Brasil é um Estado grande, um país grande. Então, a gente está hoje com um marco. Essa obra começou em 2011, são 724 quilômetros de rede, 3,6 mil empregados e 2 bilhões e pouco de investimento. Então, é um marco aqui, graças ao nosso ministro Alexandre [Silveira, ministro de Minas e Energia].
Presidente Lula: Repete o número para a imprensa registrar. São quantos quilômetros de linha no Brasil?
Márcio Rea: 175 mil quilômetros de rede, de linha. Equivale a quatro voltas na Terra, em quilômetros. De transmissão. Só de transmissão. A Europa inteira, como eu disse, somando toda a transmissão, não chega a 175 mil quilômetros. Já estamos expandindo, vamos chegar, até o final do ano, a 180 mil quilômetros de rede. Graças à iniciativa do ministro e do senhor.
Presidente Lula: Agora o Brasil está totalmente interligado?
Márcio Rea: Totalmente interligado.
Presidente Lula: Só para a imprensa entender, quando houve o apagão em 2001, o Brasil tinha regiões que tinham excesso de energia e regiões que não tinham energia. O que a gente não tinha era a linha de transmissão para levar energia de um lugar para o outro.
Márcio Rea: De um estado para o outro.
Presidente Lula: Eu lembro que foi a companheira Dilma [Rousseff, ex-presidenta do Brasil], como ministra de Minas e Energia, que resolveu começar a discutir a necessidade de interligar o sistema brasileiro. E hoje eu acho que esse sistema interligado, possivelmente, seja um modelo para o mundo. Acho que poucos países têm um sistema interligado como nós temos. E o dia que os presidentes da América do Sul tiverem consciência da importância de um sistema como esse, a gente pode interligar todo o potencial hídrico da América do Sul e a gente ser uma potência muito maior, fazendo com que nenhum país mais tenha problema de falta de energia, porque a gente pode fazer transmissão de um para o outro na hora que a gente quiser.
Eu acho que vai levar um tempo ainda, mas eu acho que os governantes do mundo terão que compreender que quanto mais a gente estiver compartilhando as coisas bem-sucedidas, melhor será para o povo da nossa região. Agora, Alexandre, você que é ministro, esse companheiro aqui não ia falar?
Christiano Vieira da Silva, diretor de Operação do ONS: Presidente, é uma satisfação e uma honra recebê-lo aqui, num momento histórico do ONS [Operador Nacional do Sistema]. O ONS supervisiona uma rede que integra praticamente todos os estados e o Distrito Federal, e faltava somente esse estado de Roraima. Então, é uma satisfação podermos, aqui no centro-norte, fazer essa energização e essa integração e levar energia de qualidade do Sistema Interligado Nacional para todos os cidadãos do país. Isso nos dá muita alegria. É algo que fala muito com os nossos valores dentro do ONS e com o nosso propósito.
Presidente Lula: Se você pudesse falar para o povo de Roraima, o que significa isso para o futuro de Roraima?
Christiano Vieira da Silva: Energia de mais qualidade, menos interrupções, energia contínua, com qualidade nos lares das pessoas, da população. Essa energia de qualidade é uma energia que ajuda o desenvolvimento econômico, leva o desenvolvimento econômico e ajuda também… Ela está alinhada com a questão de descarbonização e leva energia renovável, limpa para essa região.
Presidente Lula: Quanto vai baratear ao longo do tempo? Porque isso interessa para o povo.
Márcio Rea: A gente tem que fazer um estudo, mas vai baratear. Bastante.
Presidente Lula: Então, olha para a câmera e fala que vai baratear. Vai baratear ao longo do tempo.
Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira: Presidente, já tem a perspectiva de baixar R$ 45 milhões por mês.
Presidente Lula: Repete, porque quando baixa, é baixa.
Ministro Alexandre Silveira: Por quê? Porque hoje as térmicas lá são a óleo diesel. Essas térmicas são pagas por todo o sistema nacional, através de uma conta que chama CCC, que compõe a CDE, a Conta de Desenvolvimento...
Presidente Lula: Ou seja, o cara que mora no Rio Grande do Sul paga essa conta?
Ministro Alexandre Silveira: Paga essa conta. Todo o óleo diesel, de todas as térmicas do sistema isolado da Amazônia, são pagas por todos os brasileiros. Cada térmica que a gente desliga... Inclusive, o senhor lançou um programa de 2023 que se chama Energias para a Amazônia, nós estamos hibridizando as térmicas do estado do Amazonas. Nós estamos colocando solar nas térmicas, diminuindo o custo do óleo diesel. Já investimos mais de um bilhão no ano passado, diminuindo o gasto com óleo diesel.
Por que o óleo diesel fica muito caro lá? Porque ele vai, o óleo diesel, via rios da Amazônia. Então, quem conhece os rios da Amazônia, eles vão fazendo praticamente um zigue-zague, gasta quase de diesel para levar do que o gasta na térmica. Então, é caríssimo a térmica. Por isso é que eu falo sempre dos pequenos reatores nucleares. Que no futuro nós vamos ter os pequenos reatores nucleares resolvendo essa questão dos sistemas isolados com energia limpa.
Então, nós estamos carbonizando a Floresta Amazônica. Isso é histórico para o mundo. Nós estamos dando segurança energética ao Brasil. E segurança energética, é importante a gente compreender isso. Nós já somos interligados ao Paraguai, através da maior usina de integração da América Latina, que é a Itaipu Binacional. Nós somos interligados à Argentina, e somos interligados à Argentina e Uruguai.
E ano passado, é importante destacar, nós exportamos energia, 426 milhões [de Watts]de energia, para a Argentina e 296 milhões [de Watts] para o Uruguai. Isso entrou para contra da CCEE, controlada pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, impactando a energia aqui, dando segurança energética para a Argentina. Nós demos segurança energética para a Argentina, nos últimos anos, tanto de gás, através da Petrobras, quanto de energia.
E agora, nós estamos vendo aqui os senadores e os deputados que fizeram questão de vir, presidente. Porque todos eles reconhecem que essa é a obra mais importante da história do estado de Roraima. Porque além da segurança energética, e aqui eu quero dizer, presidente, que é um giga, nós vamos poder trazer, nós estamos levando de Manaus, do Brasil, do Brasil.
Presidente Lula: Mas deixa eu falar. Quando você fala um giga, você acha que o cara que está nos assistindo vai saber o que é um giga? Explica o que é um giga.
Ministro Alexandre Silveira: Eu vou explicar, eles não vão entender do mesmo jeito. É mil megawatts. Mil megawatts. Então quer dizer, o que eu vou dizer? Lá hoje, gasta 230 ou 240 megawatts. Quantas pessoas consomem, Christiano?
Christiano Vieira da Silva: Um megawatt atende umas 200 casas.
Ministro Alexandre Silveira: Essa linha, presidente, tem capacidade de 1 gigawatt. O que é 1 gigawatt? Ela atende praticamente 4 vezes o que precisa Roraima. Agora, qual é a grande importância que isso tem? O Brasil já é interligado a uma grande usina que precisa de reforma, mas que é uma usina na Venezuela, que é a Usina de Guri, que tem capacidade de produzir até 8 gigawatts. Hoje, essa linha já funcionou trazendo segurança energética para Roraima.
Presidente Lula: Dá pra você traduzir gigawatts, dá para iluminar quantas pessoas? Uma cidade do tamanho de Brasília?
Christiano Vieira da Silva: Roraima inteiro, sistema de Roraima inteiro.
Presidente Lula: O Christiano vai falar, o Christiano que é o cara que coordena aqui, vamos lá. Quantos milhões de habitantes tem Brasília? Três milhões de habitantes? É só para o povo ter dimensão do que a gente está falando. Você quer falar giga, giga, giga, giga, mega, mega, mega. Quero saber quantas geladeiras vão estar ligadas, quantas televisões vão estar ligadas, quanto de cerveja vai estar gelando. É isso que eu quero saber.
Christiano Vieira da Silva: Presidente, é um compromisso com o futuro. Essa linha, a carga máxima ali em Roraima, essa linha suporta quatro vezes o que Roraima precisa hoje de carga máxima.
Presidente Lula: Quatro vezes.
Ministro Alexandre Silveira: Mas ela pode trazer de Guri, presidente, os outros 750 megawatts que faltam para o Brasil. Porque ela está levando a energia do Brasil para Roraima, mas depois vai trazer da Venezuela. E no futuro, com o Arco Norte, vai trazer também da Guiana. Então, nós estamos fazendo uma integração energética já com a Venezuela e no futuro vamos trazer com a Guiana. Então, ela hoje vai ser utilizada só como 250 megawatts, mas ela pode trazer para o resto do Brasil 750 megawatts. Energia muito mais barata do que o consumidor paga hoje, que é a energia de térmica a óleo.
Então, é uma obra além de histórica, além de importante do ponto de vista da sustentabilidade, é uma obra de desenvolvimento econômico, para a gente manufaturar as riquezas que esse belo estado de Roraima produz e que hoje não tem segurança energética e quantidade de energia firme para desenvolver o estado. Além do conforto e da segurança para os hospitais, para as clínicas, para a segurança energética do povo de Roraima. Então, presidente, é o Brasil 100% interligado. Ó, Estados Unidos não é interligado. O Texas, ele é separado do resto do país. Ele não é interligado, eles não têm um sistema interligado.
Presidente Lula: Então, cara, ao invés do Trump [Donald, presidente dos Estados Unidos] ficar brigando com a gente, o Trump poderia vir conhecer o nosso sistema interligado.
Ministro Alexandre Silveira: Seria muito melhor.
Presidente Lula: Ele ia perceber que ia ser muito melhor para os Estados Unidos do que ficar brigando com a gente que não quer brigar. Ô, gente, mas deixa eu explicar uma coisa para vocês. Eu fiz questão de vir aqui porque, na verdade, o Alexandre queria que eu fosse a Roraima fazer esse ato de começar o funcionamento do Linhão em Boa Vista. Ontem eu encontrei com o governador Denarium [Antonio, governador de Roraima], ele estava no Amazonas, porque ontem também a gente fez uma coisa importante para Roraima. A gente foi em Manaus começar a colocar o cabo para levar fibra óptica até Boa Vista e a gente vai interconectar o país inteiro com fibra óptica para que todo mundo tenha a mesma capacidade de informações, de internet banda larga. O que a gente quiser, a gente vai ter em Roraima, como se estivesse em São Paulo, Rio de Janeiro e em Paris. A gente foi.
São 12 mil quilômetros de cabo pelo meio do rio até chegar em Boa Vista. Nós começamos ontem em Manaus, foi uma coisa muito importante. Então, eu disse para o Alexandre que não dava para voltar para ir a Roraima, que era importante a gente fazer aqui. Eu vou explicar para vocês aqui, o companheiro que está aqui do meu lado, ele é o Márcio Rea, Diretor Geral do ONS. O ONS é uma entidade, uma instituição que organiza o sistema elétrico no Brasil inteiro. Qualquer coisa que acontecer no Brasil, o culpado é ele. Também as coisas boas, o culpado é ele. É só para a gente saber que esse país tem dono.
É só para a gente saber que as coisas aqui não são largadas. Aqui tem dono, tem organização. E é uma instituição privada, não é uma instituição pública do Governo Federal. Não. Aqui participa todo mundo. E também está aqui o nosso companheiro, o companheiro que é o diretor do ONS, o Christiano, que veio aqui para falar, mas o Alexandre não deixou ele falar. Então, deixa eu dizer uma coisa para vocês. Por que eu vim aqui? Aqui tem o nosso querido ministro Rui Costa [Casa Civil], o nosso companheiro Alexandre Silveira, o nosso companheiro Waldez Góes [Ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional], que é o nosso ministro de Integração. Está aqui o senador Chico Rodrigues, do PSB de Roraima.
Está aqui o deputado federal Gabriel Mota, dos Republicanos. Está aqui o companheiro João Daniel Cascalho, Diretor Nacional de Energia Elétrica. O Gentil Nogueira, diretor da ANEEL [Agência Nacional de Energia Elétrica]. O Christiano Vieira da Silva, diretor. Já falei. A Elisa Bastos, Diretora de Assuntos Corporativos [do ONS]. O Márcio. Está aqui o Rodrigo Limp Nascimento. Está aqui a Solange Ribeiro. O João Eduardo Grego. E eu. E eu vou falar uma coisa para vocês.
Eu estou voltando a Roraima, possivelmente, dentro de uns 30 dias, que nós vamos inaugurar um posto de saúde nas terras de Yanomami, lá em Surucucu. Eu quero fazer a visita ao hospital novo e vamos inaugurar também o Hospital Universitário, lá em Boa Vista. E eu queria vir aqui porque eu fiquei muito conhecido em Roraima pela legalização das terras dos Yanomami, lá na famosa Raposa Serra do Sol. Eu fiquei muito conhecido. Não foi eu que fiz, foi uma decisão da Suprema Corte de Brasília que decidiu a demarcação das terras indígenas em Roraima, mas quem levou a culpa fui eu. Então, os arrozeiros de Roraima ficaram muito putos da vida comigo porque foi o Lula. Não fui eu.
Foi a Suprema Corte que tomou a decisão, que demarcou as terras indígenas e que disse que os arrozeiros não podiam continuar naquela terra e assim foi feito. Eles tiveram que sair e plantar em outro lugar. Mas eu levei a fama. Eu sei porque depois eu fui fazer um comício em Roraima e tinha arrozeiro lá me xingando do lado de fora. Então, agora, eu estou devolvendo para Roraima porque o pessoal dizia assim “ah, o Lula acabou com o estado de Roraima. O Lula transformou o estado no estado indígena, não tem terra para produzir, acabou Boa Vista”. Não, não é verdade. Nós estamos devolvendo a Boa Vista a cidadania que Boa Vista merece. Porque agora, os companheiros que querem investir, os empresários que querem fazer investimento e é importante prestar muita atenção os deputados e os senadores aqui é que Roraima tem uma possibilidade extraordinária de comércio exterior com Suriname, com a Guiana, com Trinidad e Tobago e com o Caribe.
Portanto, o fato de Roraima ter essa possibilidade de ter um comércio forte com o Caribe, não apenas na venda de produtos de alimentação, mas também de produtos industrializados significa que a aplicação, os começos do funcionamento desse linhão vai permitir que Roraima tenha três vezes a energia que ela necessita hoje. Ela vai ter três vezes mais. Significa que o empresário que quiser fazer uma fábrica em Roraima para produzir coisas e exportar para o Caribe ou exportar mesmo para o Centro-Sul do país estão dadas as condições.
E, junto com a energia de qualidade, ele vai ter uma internet de qualidade. A chamada banda larga que todo mundo fala que é a internet mais rápida e tal vai ter em Roraima também. Vai ter, vai ter em qualquer lugar. Qualquer jovem de Roraima vai poder ter acesso à internet que as pessoas têm em Paris, que as pessoas têm em Londres, que as pessoas têm em São Paulo ou no Rio de Janeiro.
Por isso é que nós estamos aqui orgulhosos. Companheiro Silas [Rondeau, do Conselho de Administração da Eletrobras], você que foi da Eletronorte durante muito tempo, foi meu ministro de Minas e Energia, está aqui com a gente agora. É um motivo de muito orgulho a gente poder hoje, que dia que é hoje, hein? Dia 10 de setembro de 2025. A gente está aqui na sala da ONS dizendo o seguinte: Roraima está ligada ao restante do Brasil. Não existe mais diferença. E é um modelo extraordinário.
Eu vou repetir o número aqui. Presidente Trump, por favor, olhe. São 175 mil quilômetros de extensão de rede de transmissão interligada. Aqui tudo é igual. E a gente ainda vai interligar com outros países da América do Sul, porque a gente pode ser o centro da famosa transição energética limpa que o mundo precisa. Esses 175 mil quilômetros de rede de extensão é mais do que tudo que tem na Europa.
Gente, por isso é que esse país do sul global tem que estar orgulhoso. Porque, na verdade, tem muita gente de outros países vindo aqui no Brasil saber como é que a gente faz isso. Como é que a gente pode fazer isso num país que tem 8 milhões e meio de quilômetros quadrados? Como é que a gente pode fazer isso? Com trabalho. O que a gente está demonstrando aqui é que o Brasil não deve nada a ninguém em se tratando de competência, resiliência e capacidade. O povo brasileiro é assim. A gente acredita que é possível fazer. Por isso, meus parabéns, companheiro Alexandre. Meus parabéns de verdade. Meus parabéns, companheiros da ONS. Parabéns. E eu estou aqui com a palavra do Alexandre. É que ele disse que vai baratear a energia. Eles disseram, não fui eu que disse.
Eu vou dizer mais para vocês. Junto com isso, em Roraima, vocês têm que saber o seguinte. Quando a gente vai tirar o óleo diesel e colocar a energia limpa, não só vai ser um pouco mais barata, mas vai ser mais limpa. A gente vai ganhar crédito de carbono do mundo, porque nós vamos realizar a COP30 em Belém, no mês de novembro, e o mundo vai perceber que nós vamos ter que mostrar isso para o mundo inteiro. Nós temos que mostrar isso. Se o Trump vier, nós vamos ter que levar esse painel para ele ver e comparar com o painel americano, para ele saber que nós acreditamos em nós. Nós somos um país soberano e nós somos donos do nosso nariz. Essa é a demonstração da competência brasileira em todas as áreas. E tem mais uma coisa importante, que é importante.
A gente vai fazer essa energia chegar até os indígenas. A gente vai fazer a internet chegar até os indígenas, porque a gente não quer ninguém fora disso. Aquele ditado nosso, ninguém larga a mão de ninguém, é esse sistema de integração que a gente quer para isso. Portanto, senador Chico Rodrigues, deputado, você pode, a partir de hoje, dizer que Roraima faz parte verdadeiramente do Brasil. Não está mais separada, está ligada com tudo, com potencial de crescer de forma extraordinária. Porque a vontade que o Caribe tem de ter acesso a Roraima é muito grande. E se vocês tiverem cuidado e os empresários tiverem motivação, Roraima pode ter um crescimento extraordinário. Então é isso. Obrigado, parabéns a ONS. Eu agora vou ligar o painel para todo mundo ver.
Ministro Alexandre Silveira: Presidente, o senhor que é muito preocupado com a geladeira lá, para poder pôr o peixinho da turma da pescaria e dos nossos pescadores do Norte, 14,3 milhões de geladeiras é 1 gigawatt. 1 gigawatt garante 14,3 milhões de geladeiras.
Presidente Lula: Agora imagina, 14 milhões de geladeiras, quantas cervejinhas geladas cabem lá dentro? Imagina. Então eu acho que vai ser bom. E com uma coisa importante, é importante o povo de Roraima saber que nós, hoje, no Brasil, quem consome até 80 quilowatts de energia, não paga nada de energia. E quem consome até 120 quilowatts de energia, só paga a diferença entre os 80 e os 120.
Ministro Alexandre Silveira: Luz do Povo.
Presidente Lula: É, é um programa chamado Luz do Povo. Portanto, se você só consome 80 quilowatts e está pagando, alguém está roubando você. Não é para pagar mais.
Ministro Alexandre Silveira: E a partir de novembro, tem o [programa] Gás do Povo. Começa também, presidente, que 17 milhões de famílias passarão a não pagar.
Presidente Lula: É, o Gás do Povo, acho que é importante todo mundo saber o seguinte, o gás de cozinha, ele sai o botijão de 13 quilos da Petrobras a R$ 37. E, possivelmente, ele vai chegar em Roraima a R$ 140, R$ 150, em algum lugar chega a R$ 130. Depende do ICMS e depende da margem de lucro das empresas. Então, nós criamos um programa chamado Gás do Povo, em que o governo vai assumir a responsabilidade para quase 17 milhões de famílias que estão na linha do Cad [Cadastro Único] vão receber esse gás de graça.
Ou seja, não vão mais pagar o gás. Porque, afinal, tem muita gente acidentada com lenha, tem muita gente acidentada cozinhando com álcool. E os hospitais mostram que milhares de pessoas que se machucam todo ano. E a gente, então, resolveu fazer esse compromisso de cidadania para o povo mais pobre desse país. Então, energia mais barata, gás mais barato.
Ministro Alexandre Silveira: Gás de graça.
Presidente Lula: Gás de graça para 17 milhões de famílias. Energia mais barata para mais de 100 milhões de famílias. E, ao mesmo tempo, internet de banda larga é tudo que o povo precisa. E é isso que a gente tem que dizer ao povo brasileiro. Esse país, esse país vai se transformar num grande país. Chega de ser um país em vias de desenvolvimento. Essa transição energética nos permite dar um salto de qualidade. Agora... Ah, o senador Hiram [Gonçalves] está presente. É o seguinte. Agora, eu estou dizendo aqui para eu dar uma apertada num botão aqui. Esse botão.
Márcio Rea: Mas antes de você apertar mesmo, presidente, a hora que você apertar, essa linha pontilhada, ela vai continuar. Linha contínua. É a ligação.
Presidente Lula: Eu já fui a Oriximiná [município do Pará].
Márcio Rea: Agora vai ligar do Amazonas até Boa Vista. A hora que você apertar, essa linha vai ficar contínua.
Presidente Lula: Presta atenção a imprensa aí.
Ministro Alexandre Silveira: A geração disponível agora, 136 gigawatts, e a carga do Brasil agora, 80 mil gigawatts. 80 mil gigawatts ou 80 gigawatts.
Márcio Rea: A gente está consumindo 80 mil, e a gente tem disponível 136 mil.
Presidente Lula: Dá para emprestar para os Estados Unidos. Vamos fazer um linhão. Dá para fazer um linhão até Nova Iorque? Vamos fazer um linhão. Pois bem, gente, eu vou apertar o botão agora. Olha lá aquela linha lá. É aqui esse botão? Oi, gente. Vou ter que apertar mais uma vez. Ah, está indo agora. Acompanha a flechinha aí. Rapaz.
Espero que o governador esteja assistindo. Espero. Se não tiver, governador, corra para o seu computador, entre diretamente no Instagram do companheiro aqui, no meu, e você vai ver a inauguração disso. No mais, é isso. O povo de Roraima hoje deve estar muito orgulhoso, porque Roraima hoje se integra definitivamente ao Brasil sob todos os aspectos. E eu estou convidando, inclusive, os senadores para a viagem que nós vamos fazer.
Eu vou em Surucucu inaugurar um posto de saúde e eu quero ver, vai ser uma hora e meia de helicóptero, eu quero ver onde nunca um presidente da República pôs os pés. Você veja, se um presidente da República nunca colocou os pés na ONS, imagina em Surucucu. A única coisa que ele conhece é cupuaçu. Então, gente, muito obrigado a vocês. Obrigado aos companheiros da imprensa. Vou chamar os parlamentares para cá para sair nessa foto histórica. Senador, os dois senadores. É uma foto histórica. Querido, vem aqui para tirar essa foto bonita aqui.