Palácio Itamaraty, de Oscar Niemeyer (1970)
- Vista noturna do Palácio Itamaraty. Foto: Acervo da Coordenação-Geral de Patrimônio Histórico (CGPH-MRE).
O Palácio Itamaraty em Brasília é a sede do Ministério das Relações Exteriores (MRE), órgão responsável pela assistência direta e imediata ao Presidente da República para as relações com Estados estrangeiros e participação em organizações internacionais. Foi concebido também com o propósito de auxiliar a diplomacia brasileira na função de representar o Brasil no exterior. Ícone do modernismo brasileiro, o Itamaraty possui, em seu acervo, obras de grandes artistas brasileiros.
Os primórdios
As atividades do Ministério das Relações Exteriores estão distribuídas entre três edifícios principais: o Palácio Itamaraty, o Anexo Maria José de Castro Rebello Mendes (antigo Anexo I) e o Anexo II (popularmente conhecido como “Bolo de Noiva”).
No momento da inauguração de Brasília, em 21 de abril de 1960, o Palácio Itamaraty ainda não existia. Sua pedra fundamental foi lançada naquele ano, pelo Presidente Juscelino Kubitschek, mas a efetiva inauguração do edifício, com a transferência integral das atividades do MRE do Rio de Janeiro para Brasília, ocorreu uma década depois.
- Presidente Juscelino Kubitschek lança a pedra fundamental do Palácio Itamaraty em Brasília, em setembro de 1960. Fonte: Arquivo Público do DF.
- Maquete do Palácio Itamaraty e anexo, 1959. Fonte: Arquivo Público do DF - Revista Brasília n. 30.
Acesse a Revista Brasília n.30 aqui.
- Fase inicial da construção do Palácio Itamaraty. Fonte: Arquivo Público do Distrito Federal.
- Fase inicial da construção do Palácio Itamaraty. Fonte: Arquivo Público do Distrito Federal.
O projeto palaciano
O Palácio Itamaraty - um ícone do modernismo no Brasil - foi projetado por Oscar Niemeyer, com paisagismo de Roberto Burle Marx. Durante a concepção do projeto e a execução da obra, coube ao Embaixador Wladimir Murtinho, presidente da comissão de transferência do MRE do Rio de Janeiro para Brasília, transmitir ao arquiteto e a sua equipe as necessidades específicas que precisariam ser atendidas para a nova sede da chancelaria brasileira. Preciosas contribuições e soluções de desenho, cálculo estrutural e técnicas construtivas deram-se na cooperação do arquiteto de canteiro, Milton Ramos, com o engenheiro responsável, Joaquim Cardozo, que permitiu a realização, por exemplo, do impressionante vão-livre e da icônica escada helicoidal, no térreo, e dos famosos arcos na fachada externa. À época, o arquiteto Olavo Redig de Campos chefiava a área de patrimônio do Itamaraty.
- Vista leste dos jardins do espelho d'agua do Palácio Itamaraty. Foto: Assessoria Especial de Comunicação Social do Ministério das Relações Exteriores (AIG-MRE).
- Escada helicoidal, Palácio Itamaraty. Fonte: Assessoria Especial de Comunicação Social (AIG-MRE).
A inauguração do Palácio Itamaraty
O Palácio foi oficialmente inaugurado em 20 de abril de 1970, no Dia do Diplomata. Comemora-se, na data, o aniversário do Barão do Rio Branco, patrono da diplomacia brasileira.
O acervo histórico e artístico
Originalmente batizado de Palácio dos Arcos, o Palácio Itamaraty, como sede do Serviço Exterior Brasileiro, foi concebido também com o propósito de apresentar o Brasil aos visitantes estrangeiros. Foi construído, assim, com materiais predominantemente nacionais, e seus salões abrigam obras de artistas, em sua maioria, brasileiros natos ou naturalizados, bem como estrangeiros com significativos laços com o País, como Alfredo Volpi, Arcangelo Ianelli, Athos Bulcão, Candido Portinari, Concessa Colaço, Djanira, Emanoel Araújo, Fayga Ostrower, Franz Weissman, Frans Krajcberg, Iberê Camargo, Ione Saldanha, Jean-Baptiste Debret, Lasar Segall, Luiza Miller, Madeleine Colaço, Manabu Mabe, Maria Leontina, Maria Martins, Marianne Peretti, Mary Vieira, Norberto Nicola, Pedro Américo, Rubem Valentim, Sérgio de Camargo, Tomie Ohtake e Victor Brecheret, entre outros. O mobiliário conta com peças desenhados por importantes designers brasileiros, tais como Sérgio Rodrigues e Bernardo Figueiredo.
- Treliça, de Athos Bulcão, na Sala dos Tratados do Palácio Itamaraty. Foto: Coordenação-Geral de Patrimônio Histórico (CGPH-MRE).
O acervo histórico e artístico do Itamaraty é relevante ferramenta para a representação, divulgação e promoção do Brasil e de seus interesses no exterior, e ajuda a traduzir, visualmente, a criatividade, a história, o potencial, os desafios e as aspirações brasileiras.
- Sala Bahia, Palácio Itamaraty. Foto: Coordenação-Geral de Patrimônio Histórico (CGPH-MRE).
- Busto do Barão do Rio Branco, de Bruno Giorgi, instalado na Sala dos Tratados, Palácio Itamaraty. Foto: Assessoria Especial de Comunicação Social (AIG-MRE).
O conjunto urbanístico-arquitetônico de Brasília, do qual fazem parte o Palácio Itamaraty e seus anexos, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN) em 1990, e reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) em 1987.
Quer saber mais?
Veja reportagem da TV Brasil sobre o aniversário de 50 anos do Palácio Itamaraty (5 minutos).
Assista ao documentário "Niemeyer - o traço e o tempo", na TV Câmara (28 minutos).
Assista a reportagem da EBC sobre o trabalho de Niemeyer no Brasil (2 minutos).
Assista ao vídeo “Oscar Niemeyer e a ONU: um legado para o mundo”, da ONU (3 minutos).
Assista à videoaula de Karen Matsuda sobre os interiores do Palácio Itamaraty (20 minutos).
Baixe a publicação "Palácio Itamaraty" (edição bilíngue português-inglês).
Confira reportagem do Correio Braziliense sobre obras de arte em palácios e museus de Brasília.
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O Palácio Itamaraty oferece visitas mediadas gratuitas, de terça a domingo, em vários idiomas.