Mulheres
As mulheres negras no Brasil sofrem duplamente: por serem mulheres e por serem negras. Casos de racismo, sexismo, discriminação e privação de oportunidades são frequentes.
A Seppir trabalha para a garantia de direitos e o empoderamento da mulher negra, atendendo a prioridades apresentadas no II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, assim como no Estatuto da Igualdade Racial. São ações focadas para enfrentar a prática de racismo e o sexismo.
Uma das formas encontradas pela Seppir para combater estes problemas é apoiar as organizações de mulheres negras e suas ações de combate de desigualdades e preconceito.
Prêmio Lélia Gonzalez
Em 2014 a Seppir realizou a primeira edição do Prêmio Lélia Gonzalez – Protagonismo de Organização de Mulheres Negras, como forma de incentivar a participação das organizações de mulheres negras neste processo.
O Prêmio Lélia Gonzalez premiou em 2014 13 organizações de mulheres negras de diferentes estados do Brasil, sendo três projetos na modalidade nacional, seis na estadual e quatro na municipal.
Além do prêmio a Seppir promoveu em 2013 o Seminário O Feminismo Negro e o Pensamento de Lélia Gonzalez, com os objetivos de difundir e debater a contribuição teórica de Lélia Gonzalez e oferecer subsídios às organizações para a melhor execução dos projetos premiados, em linha com as políticas de enfrentamento ao racismo e ao sexismo e de promoção da igualdade racial e de gênero.
A secretaria apoiou também a produção e difusão de um Almanaque Histórico, um Livro Fotobiográfico, um web site, uma exposição itinerante e um videodocumentário sobre a vida e a obra da antropóloga e ativista afro-brasileira.
Prêmio Mulheres Negras Contam sua História
O prêmio Mulheres Negras contam sua História – Concurso de redações e ensaios, sobre a história e/ou a vida de mulheres negras na construção do Brasil, teve como objetivo estimular a inclusão social das mulheres negras, por meio do fortalecimento da reflexão acerca das desigualdades vividas por elas no seu cotidiano, no mundo do trabalho, nas relações familiares e de violência e na superação do racismo.
Foram 521 inscrições, sendo 421 redações e 100 ensaios, enviados por mulheres autodeclaradas negras, contando histórias de vida individuais ou coletivas de pessoas que contribuíram para a construção do país. As cinco melhores redações foram contempladas com R$ 5 mil e os cinco ensaios selecionados, com R$ 10 mil. Cada uma das categorias teve dois textos contemplados com menção honrosa. A publicação de todos os textos que concorreram à premiação foi lançada na III Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial - III CONAPIR.
Conselho Nacional de Direitos da Mulher
A Seppir participa também do Conselho Nacional de Direitos da Mulher, e trabalha em conjunto com a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) na elaboração e acompanhamento de políticas públicas para as mulheres negras.
Dossiê mulheres negras IPEA
Outra vertente importante de trabalho da Seppir com as mulheres negras é na elaboração de estudos técnicos para retratar a realidade destas mulheres. Em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a Seppir acompanha a produção de um retrato das desigualdades de gênero e raça, que analisa a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) a situação das desigualdades de gênero e raça da população brasileira. No âmbito dessas ações em 2013 foi realizado o “Dossiê Mulheres Negras” e em 2015 o projeto Pequim + 20.
O objetivo do estudo é definir um conjunto de indicadores para acompanhar a situação social de mulheres negras, com recorte urbano/rural, a partir da PNAD. A seleção dos indicadores levará em conta as ações em curso da Política de Promoção da Igualdade Racial.
Retrato das desigualdades.
Também em parceria com o IPEA e com a Secretaria de Políticas para Mulheres, foi produzido em 2011, Ano Internacional dos Afrodescentens, o Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, que tem por objetivo disponibilizar informações sobre a situação de mulheres, homens, negros e brancos em nosso país. Para tanto, apresenta indicadores oriundos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, sobre diferentes campos da vida social, de forma a disponibilizar para pesquisadores/as, estudantes, ativistas dos movimentos sociais e gestores/as públicos um panorama atual das desigualdades de gênero e de raça no Brasil, bem como de suas interseccionalidades. Os indicadores são apresentados tanto para mulheres e homens, negros e brancos, quanto para mulheres brancas, mulheres negras, homens brancos e homens negros.