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Mês Nacional da Ciência, Tecnologia e Inovações - MNCTI
“Sirius colocará a ciência brasileira em outro patamar”, prevê diretor do CNPEM/MCTI
A projeção de que a ciência brasileira dará um salto de qualidade quando o acelerador de partículas brasileiro Sirius estiver operando em sua capacidade máxima foi feita pelo diretor do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização social do MCTI, José Roque, nesta quinta-feira (22), durante o bate papo com o professor convidado, Daniel Lavouras. A conversa faz parte da programação do CNPEM no Mês Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovações (MNCTI) evento organizado pelo MCTI para a promoção da ciência no país. A programação do CNPEM aconteceu um dia após a inauguração da primeira estação de pesquisa do Sirius, evento que contou com a participação do presidente da República, Jair Bolsonaro e do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes.
“Temos no CNPEM laboratórios com instalações únicas no país, como o Sirius, único acelerador de partículas do Brasil que está sendo concluído para termos um equipamento dentre os mais modernos do mundo. Cientistas poderão realizar pesquisas de ponta em questões relacionadas a saúde, energias renováveis, busca por fármacos dentre outras”, afirmou José Roque.
O diretor do CNPEM destacou também que ao longo do processo de desenvolvimento e construção do Sirius foi feito um esforço de engajar a indústria nacional. Cerca de 85% dos recursos financeiros foram executados no país e dezenas de empresas participaram do desenvolvimento, produção e construção de equipamentos, tanto dos aceleradores quanto das linhas de luz. “Isso nos proporcionou um alto grau de nacionalização e impacto de inovação mesmo antes do projeto estar em operação”, explicou Roque.
Para José Roque o Sirius trará um impacto de posicionamento do país na comunidade científica internacional. “Seremos ainda mais respeitados no exterior por demonstrar que o país tem a capacidade de projetar, desenvolver e executar um projeto dessa magnitude”, prevê.
O diretor do CNPEM explica que a Sirius poderá ser usado para estudos e auxiliará pesquisadores a responder perguntas em diversas áreas. Empresas de óleo e gás poderão se beneficiar para melhoria de processo de extração de petróleo conseguindo aumentar a eficiência deste processo. Na área agrícola pesquisadores poderão compreender melhor as estruturas de solo, como os fertilizantes penetram e porque o solo tem certas características que precisam ser melhoradas para aumentar a eficiência do plantio. Também será possível ter uma melhor compreensão de processos biológicos que vão impactar no conhecimento de doenças para o desenvolvimento de fármacos mais eficazes no combate às enfermidades.
No entorno do Sirius o CNPEM possui três laboratórios nacionais com um conjunto de instalações diferenciadas. Um deles é o parque de microscopia eletrônica com padrão mundial. Único local do Brasil que utiliza a crio microscopia, técnica que investiga a estrutura de macromoléculas biológicas e várias outras instalações avançadas no campo da nanotecnologia.
Outra estrutura de destaque do CNPEM é o Laboratório de Biociências. O Centro possui plataformas para se fazer toda uma investigação de uma série de mecanismos de diversas doenças para nos auxiliar na busca sistemática por fármacos. “Esse conjunto de competências tanto de equipamentos quanto de cientistas qualificados, permite que você aborde questões estratégicas como por exemplo energias alternativas, novos materiais, saúde, a questão de biodiversidade que é um diferencial grande do Brasil, questões relacionadas à exploração do petróleo no pré-sal, questões de preservação do meio ambiente”, destacou José Roque.
Segundo ele o CNPEM terá ainda mais competência para auxiliar o governo a resolver questões complexas que são relevantes para o país. “Temos um Centro único pelo seu conjunto de equipamentos, multidisciplinaridade e competência da sua equipe”, finalizou.
Sirius
O Sirius é composto por um conjunto de aceleradores de elétrons, por estações experimentais, chamadas de linhas de luz, e por um prédio que abriga todo esse complexo. A infraestrutura funciona como um microscópio superpotente, que revela a estrutura molecular, atômica e eletrônica dos mais diversos materiais, o que permite pesquisas nas mais variadas áreas do conhecimento, como medicina, agricultura, geração de energia e nanotecnologia.
Sobre o CNPEM
O CNPEM opera quatro laboratórios nacionais e é berço do mais complexo projeto da ciência brasileira - o Sirius - uma das mais avançadas fontes de luz síncrotron do mundo. O centro reúne equipes multitemáticas altamente especializadas, infraestruturas laboratoriais mundialmente competitivas e abertas à comunidade científica, linhas de pesquisa em áreas estratégicas, projetos inovadores em parcerias com o setor produtivo e ações de treinamento para pesquisadores e estudantes movidos pela busca de soluções com impacto nas áreas de saúde, energia, meio ambiente, novos materiais, entre outras. As competências singulares e complementares presentes nos Laboratórios Nacionais do CNPEM impulsionam pesquisas e desenvolvimentos nas áreas de luz síncrotron; engenharia de aceleradores; descoberta de novos medicamentos, inclusive a partir de espécies vegetais da biodiversidade brasileira; mecanismos moleculares envolvidos no surgimento e na progressão do câncer, doenças cardíacas e do neurodesenvolvimento; nanopartículas funcionalizadas para combate de bactérias, vírus, câncer; novos sensores e dispositivos nanoestruturados para os setores de óleo e gás e saúde; soluções biotecnológicas para o desenvolvimento sustentável de biocombustíveis avançados, bioquímicos e biomateriais.
Veja como foi: