õieieieieieieieieieieieieieieo õ o õ PONTINHOS o õ o õ Ano XLIX -- n.o 330 o õ Janeiro-Março de 2009 o õ Instituto o õ Benjamin Constant o õ Diretora-Geral do IBC o õ Sra. Érica Deslandes o õ Magno Oliveira o õ Fundador de Pontinhos o õ Prof. Renato o õ M. G. Malcher o õ Responsável por o õ Pontinhos o õ Kate Q. Costa o õ Imprensa Braille o õ do IBC o õ o õ Av. Pasteur, 350-368 o õ Urca, Rio de Janeiro, o õ RJ -- Brasil o õ 22290-240 o õ Tel.: (21) 3478-4457 o õ o õ Brasil um País de Todos o õ*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?*?o Sumário Seção Infantil A Vovó Conta Histórias: A Máquina de Inventar Nomes ::::::::::::::::: 1 Lendas Brasileiras -- A Lagoa de Paranaguá no Piauí :::::::::::::: 2 A Lagarta :::::::::::: 4 Divertimentos: O que É, o que É? ::: 6 Só Rindo ::::::::::::: 9 Vamos Aprender ::::::::: 11 Para você Recitar: Felicidade :::::::::::: 11 Zoologando: Pangolim :::::::::::::: 12 Historiando: O Mundo de Pernas para o Ar ::::::::::::: 14 Seção Juvenil Narrando a História: Do fim da Idade da Pedra à Construção das Pirâmides ::::::::: 20 Xica da Silva: Mãe Zelosa e Fiel :::::::: 23 Os Esquimós :::::::::::: 27 Conhecendo nossos Escritores: Graciliano Ramos ::::: 33 Por que o Elefante É tão Gordo? :::::::::::: 34 Não custa Saber: A Lenda de Gilgamesh ::::::::::::: 36 Nosso Brasil: A Veneza Brasi- leira :::::::::::::::::: 39 História das Flores :::: 43 Curiosidades :::::::::::: 46 Fome de Saber :::::::::: 50 Ecoando: Poema ::::::::::::::::: 55 O Costume de Comemorar Aniversários :::::::::: 57 Conhecendo o Mundo: Entre o Mar e o Deserto ::::::::::::::: 60 O Ancestral da Caneta :::::::::::::::: 62 Ameno e Instrutivo: Alta Tensão :::::::::: 63 Como Surgiu a Guarda Suíça do Vaticano :::: 66 É Útil Saber: Em 2009 :::::::::::::: 68 O Agradecimento do Mendigo ::::::::::::::: 68 Em Busca da Chuva ::: 72 A Mulher mais Bela do Mundo :::::::::::::: 73 O Rio que eu Gosto ::::::::::::::::: 76 Lugar de Mulher É no Poder ::::::::::::::::: 77 Hino a Álvares de Azevedo ::::::::::::::: 80 O Dicionário Esclarece ::::::::::::: 81 Fontes de Pesquisa ::::: 83 Ao Leitor :::::::::::::: 84 ¨ :::::::::: Seção Infantil A Vovó Conta Histórias A Máquina de Inventar Nomes A máquina-de-dar-nome-às- -coisas ficava no Reino das Palavras. Era máquina poderosíssima e trabalhava sem parar para dar nome a tudo quanto existe no mundo. Era assim: de um lado, uma fila enorme de coisas sem nome, esperando pra entrar na máquina. Do outro lado cada coisa já saía nomeada, batizada, identificada, pronta pra ser lembrada, falada, usada. A máquina-de-dar-nome-às- -coisas escolhia o nome na hora -- coisa redonda era bola, gostosura marrom era chocolate, fruta pretinha era jabuticaba -- e amora também --, coisa gelada e colorida era sorvete, bichinho-pisca-pisca era pirilampo ou vaga-lume, e assim por diante. Tinha dias que a tal máquina amanhecia romântica e só inventava nomes assim: benzinho, saudade, ternura, arco- -íris, beija-flor. Nos dias em que estava mal-humorada, lá vinham tabefe, pontapé, bandido, estupidez e coisas piores ainda. ¨*** Lendas Brasileiras A Lagoa de Paranaguá no Piauí Dizem que ela era pequena, quase uma fonte, e cresceu por encanto. Foi assim: Vivia ali, uma viúva com três filhas. Um dia, a mais moça das filhas dela adoeceu, ficando triste e pensativa. Estava esperando bebê, e o namorado morrera sem ter tempo de casar com ela. Com vergonha, descansou a moça nos matos e, deitando o filhinho num tacho de cobre, sacudiu-o dentro da pequena fonte de água. O tacho desceu e subiu logo, trazido por uma mãe-d'água que, com raiva, amaldiçoou a moça que chorava na beira. As águas foram subindo e correndo, numa enchente sem fim, dia e noite, alagando tudo, cumprindo uma ordem misteriosa. Ficou a lagoa encantada, cheia de luzes e de vozes. Ninguém podia morar na beira porque, a noite inteira, subia do fundo d'água um choro de criança. O choro parou e, vez por outra, aparecia um homem moço, muito claro, com barbas ruivas, ao meio-dia e com barba branca, ao anoitecer. Muita gente o viu e tem visto. Foge dos homens e procura as mulheres que vão bater roupa. Agarra-as só para abraçar e beijar. Depois, corre e pula na lagoa, desaparecendo. Nenhuma mulher bate roupa ou toma banho sozinha, com medo do Barba Ruiva. Se um homem o encontra, fica desorientado. Mas o Barba Ruiva não ofende ninguém. Se uma mulher atirar na cabeça dele água benta e um rosário sacramentado, ele será desencantado. Barba Ruiva é pagão e deixa de ser encantado sendo cristão. Como ainda não nasceu essa mulher valente para desencantar o Barba Ruiva, ele cumpre sua sina nas águas da lagoa. ¨*** A Lagarta Imóvel sobre uma folha, a lagarta olhou em torno e viu todos os insetos em contínua movimentação -- alguns cantando, outros saltando, outros ainda correndo ou voando. Pobre criatura, era a única que não tinha voz e que não sabia nem correr nem voar. Com grande esforço começou a mover-se, mas tão lentamente que, quando passou de uma folha para outra, sentiu-se como se tivesse dado a volta ao mundo. No entanto, não tinha inveja de ninguém. Sabia que era uma lagarta e que as lagartas precisam aprender a tecer finos fios, com grande habilidade, até construírem uma casinha para si mesmas. E então pôs-se a trabalhar. Dentro em breve a lagarta estava envolvida num macio casulo de seda, separada de todo o resto do mundo. -- E agora? -- Pensou ela. -- Agora espere, respondeu uma voz. -- Tenha um pouco mais de paciência e você verá. Quando chegou o momento, a lagarta acordou, e não era mais uma lagarta. Saiu do casulo com duas lindas asas brilhantes e colo-

ridas, e imediatamente voou bem alto no céu. ¨:::::::::: Divertimentos O que É, o que É? 1. O que é que as mulheres não têm e não querem ter? Os homens não querem ter; mas, quando têm, tratam geralmente de desfazer-se dela? R: A barba. 2. O que é que está sempre na frente da igreja? R: A letra "i". 3. Qual foi o primeiro jardim zoológico do mundo? R: A Arca de Noé. 4. Não é minha irmã, não é meu irmão, mas é o filho de meu pai. Quem é? R: Sou eu! 5. O que aconteceu com o ferro de passar roupa? R: Está passando mal. 6. O que o tomate foi fazer no banco? R: Tirar um extrato. 7. Como é que se pronuncia o nome da capital dos Estados Unidos: Nova Iorque ou New York? R: Nem um nem outro. A capital é Washington. 8. Quando é que um cachorro fica desconfiado? R: Quando fica com a pulga atrás da orelha. 9. O que tem braços e pernas, mas não tem cabeça? R: A poltrona. 10. Quanto mais você tira da frente, mais acrescenta atrás. O que é? R: A estrada em que viajamos. 11. Que se deve fazer para o almirante ficar mais alto? R: Tirar a primeira sílaba. 12. Quando é que o rato fica com medo dele mesmo? R: Quando se troca o "r" pelo "g". 13. O que tem uma cachorra que ninguém pode ter? R: Cachorrinhos. 14. Como estava a situação do eletricista em seu trabalho? R: Por um fio. 15. Quem é que tem muitas cabeças, mas nenhuma tem cérebro? R: A caixa de fósforos. 16. Quem é que só entra com pancadas na cabeça? R: O prego. 17. Duas mães e duas filhas vão à missa. Quem são? R: Avó, mãe e neta. 18. Qual é a letra que está mais distante? R: A letra "o", porque está no fim do mundo. 19. O que é que a cobra dá e todo navio tem? R: O bote. 20. Quem o tem, não conta; quem o recebe, não sabe; quem sabe, não quer. O que é? R: Dinheiro falso. ¨*** Só Rindo O tatu chega para o avestruz: -- Bicho, eu sei que você come tudo, mas tem duas coisas que você não pode comer no café da manhã. -- Imagine! Eu posso comer de tudo! -- Não, senhor, tem duas coisas que você não pode comer no café da manhã. -- Tá bom, quais são? -- O almoço e o jantar! -- Agora meninos, disse a professora, vejam que exemplo formidável é a vida das formigas. Todos os dias as formigas saem para trabalhar e trabalham o dia inteiro. E o que lhes acontece depois? -- Alguém pisa nelas. Um belo domingo à tarde, com uma imensa vontade de sair para dar uma volta e conhecer coisas novas, o mosquitinho pede à mãe para ir ao teatro. A mosquita-mãe faz cara feia e não deixa o mosquitinho sair de casa. Mesmo assim, ele insiste: -- Mas, mamãe! O que tem de tão ruim assim? A mãe, ainda com cara feia, mas com bastante pena do mosquitinho também, termina por ceder. E, antes que o filho saia, faz a recomendação: -- Está bem, você pode ir. Mas muito cuidado com as palmas! A professora diz para Joãozinho: -- Joãozinho, cite três partes do corpo que começam com a letra "z". -- Essa é fácil, fessora! É zóio, zouvido e zorelha. -- Ah, é? Por essa resposta eu vou lhe dar uma nota que também começa com “z”. Sabe qual é? -- Deixa eu pensar... Já sei, um zoito! ¨:::::::::: Vamos Aprender Os substantivos próprios sempre começam com letra maiúscula. Exemplos: Cassandra -- do grego, *protetora dos homens*. Caio -- do latim, *alegre*. Dirce -- do grego, *a fonte*. Beatriz -- do latim, *a feliz*. ¨:::::::::: Para você Recitar Felicidade Augusto Bruno Cerchiaro -- 12 anos A felicidade é uma bola que pula Balão que flutua É sonhar sem parar, Ser feliz e relaxar Felicidade é pássaro que voa É gente que doa Felicidade é uma nuvem leve e calma, Por isso alegra a nossa alma. É ser otimista, por isso nunca desista É ser idealista Nunca pessimista Felicidade não é dor, Felicidade é amor Então seja feliz sem nenhum temor ¨:::::::::: Zoologando Pangolim Sou o pangolim e tenho o corpo coberto por uma carapaça -- da cabeça até a ponta da cauda -- de escamas afiadíssimas e arrumadas como as telhas das casas. A couraça, que me protege contra os inimigos e a chuva, é tão dura que parece feita de cimento. Quando sou atacado, me enrosco -- viro uma bola -- arrepio as escamas e, às vezes, dou chicotadas com meu rabo. Minhas garras são muito fortes e é com elas que abro os caminhos através das minhas unhas, para chegar aos formigueiros e cupinzeiros. Em cada lambida engulo dezenas de insetos -- sem mastigar, porque não tenho dentes. De vez em quando as formigas mordem minha barriga e aí eu paro de comer para coçar. Quando sou atacado, não fujo nem luto como os outros animais. Me enrolo e fico assim, protegido pela couraça. E é a couraça que, muitas vezes, me salva. Mas o homem me caça justamente para aproveitá-la, embora minha carne também seja muito apreciada. Vivo em vários lugares: estepes, desertos, montanhas, savanas e ilhas. É à noite que saio atrás de alimentos. Ao amanhecer, cavo uma toca, onde fico escondido o dia todo. Mamãe-pangolim carrega o filhote trepado na cauda. Em caso de perigo, ela dobra a cauda e a cabeça e guarda o filhote dentro da couraça. Durante um passeio, quando às vezes o filhote cai, mamãe- -pangolim espera com paciência que o filhote volte lentamente ao lugar. Os maiores pangolins são os africanos, que chegam a medir até 2 metros de comprimento e cuja força é maior que a de dez homens juntos. ¨:::::::::: Historiando O Mundo de Pernas para o Ar Amyr Klink Naquela mesma noite fui acordado diversas vezes por ondas que golpeavam o barco com impressionante violência. O mar parecia ter enlouquecido, e não havia mais nada que eu pudesse fazer, a não ser permanecer deitado e rezar. Choques tremendos, um barulho assustador, tudo escuro; adormeci. E acordei, deitado no teto, quase me afogando em sacolas e roupas que me vieram à cabeça. Tudo ao contrário: eu havia capotado. Indescritível sensação. Estaria sonhando ainda? Não. Alguns segundos, outra onda e tudo voltava à posição normal, em total desordem! Mal tive tempo de analisar o que se passara, e o mundo deu novamente uma volta completa, tão rápida que nem cheguei a sair do lugar. Lembrei-me da blusa verde que ganhara da Anne-Marie, solta no *cockpit*, e dos remos -- estariam ainda inteiros no seu lugar? Impossível descobrir naquele momento. Precisava tirar a água primeiro. Não havia tempo para pensar. E, sem que eu parasse um minuto de acionar a alavanca da bom- ba, o dia começou a nascer e pude então perceber o tamanho da encrenca. Ondas altas, altíssimas, vindas de todos os lados e que, ao se encontrarem, explodiam para cima. A superfície do mar totalmente desordenado estava branca. A espuma, subindo pela borla e passando pela janelinha, me poupava daquele terrível e irreal cenário. Cercado de ondas que despencavam em estrondos, não tinha certeza se estava realmente flutuando. Vales e montanhas de água em desesperada batalha, em louco movimento. Jamais imaginara algo parecido. Seria normal tudo aquilo? Quanto tempo resistiria àqueles choques? Como um bonequinho de tiro ao alvo, que não sabe quando será acertado, eu ficava esperando por ondas que ouvia mas não podia ver... Senti o barco subir mais uma vez e, quando estava exatamente na crista da onda, alguma coisa soltou-se e despenquei no vazio. Algo de errado acontecia. Fui projetado com força contra o teto e aí ouvi o estrondo da arrebentação passando por cima. Mais uma vez o mundo estava de pernas para o ar. Os segundos passavam e nada acontecia desta vez. Eu tinha no fundo do barco um sistema de tanques flexíveis de borracha, embaixo dos tanques de água doce, previsto para uma eventualidade como essa. Eram tanques de lastro, que, abastecidos com duzentos litros de água, fariam o barco retornar à posição normal. Pensei, então, em acionar a bomba de lastros. Mas não foi preciso. Mal tentei me virar para alcançar a alavanca da bomba, o barco endireitou. Que alívio! Talvez não tenham passado três minutos, mas cada minuto foi uma eternidade. O barco parecia solto, correndo instável com o mar, descendo as ondas em velocidade. Vesti o casaco vermelho, saí rápido para fora, e minhas dúvidas se confirmaram: o cabo da âncora-de-mar, um forte cabo de dez milímetros de diâmetro, se havia partido como se fosse linha de costurar, e dele não restavam mais que três, dos sessenta metros que seguravam a âncora-de-mar. Precisava preparar outra biruta com, pelo menos, outro tanto de cabo para evitar que o barco ficasse de través para as ondas e capotasse novamente. Os dedos tremiam ao fazer os nós e as emendas. Estava nervoso, e precisava ser rápido. O vento há muito ultrapassara os 55 nós de velocidade, e as ondas já beiravam os nove metros de altura com borrifos de espuma que mal me deixavam enxergar. Mas os remos todos estavam no lugar, nenhum se havia quebrado, e a blusa verde, enroscada na ponta de um dos arpões, após três capotagens sucessivas, não me abandonara. Senti uma grande alegria ao vê-la, e um profundo orgulho do meu barquinho. Ele cumprira o seu maior compromisso -- o de ser um “joão-teimoso” -- e provara que era um forte. Dificilmente outra embarcação, por maior que fosse, teria se saído de situação tão negra com tanta integridade. Numa operação delicada, atado ao cinto de segurança, escorreguei deitado até a proa, passei o cabo da nova biruta pelo olhal e voltei para dentro, fechando a portinhola justo a tempo de evitar a visita de outra onda. Dentro, que delícia! Tudo seco ainda e, ante a total ausência do zunido ensurdecedor do vento, podia ouvir minha própria respiração. Troquei as roupas molhadas e deitei exausto. Adormeci (...) Ao abrir os olhos, duas horas depois, o mar continuava forte, mas o vento sul tinha diminuído. Dei um berro de alegria e saltei para os remos (...) ¨::::::::: Seção Juvenil Narrando a História Do Fim da Idade da Pedra à Construção das Pirâmides Como teria acontecido o salto do fim da Idade da Pedra para a avançada cultura da época da construção das pirâmides? As novas escavações que se realizam no Egito lançam luzes sobre a origem, um tanto desconhecida, da cultura dos faraós. Os escavadores encontraram ruínas de oficinas e esqueletos de pessoas que morreram trabalhando na construção das pirâmides. Sombrias e estranhas, como construções de outro planeta, as três pirâmides de Gizé erguem-se contra o céu, de um azul brilhante. São mais de 10 milhões de toneladas de pedras, moldadas como cristais gigantescos, como dizia o filósofo Hegel. Bandos de turistas vagueiam entre os monumentos-sepulturas em meio à poeira do Saara. O que eles não percebem é o que acontece à sombra desses colossos. Dúzias de auxiliares de escavação trabalham com pás e enxadas nas areias do deserto, ao redor dos mausoléus... O arqueólogo-chefe da praça das pirâmides de Gizé está entusiasmado. Nas últimas semanas foram descobertos blocos de granito, estranhas pontes e rampas de pedra, instalações até agora desconhecidas no templo do faraó Quéfren um governante da quarta dinastia. Trata-se, provavelmente, do local onde se celebrava o rito da ressurreição, no qual a múmia do faraó era conduzida à pirâmide, sua casa para a eternidade. Quase todas as escavações retiram do solo e revelam novos detalhes de um mundo maravilhoso escondido há 4500 anos. Os cientistas conhecem cada vez mais, e com maior exatidão, a vida cotidiana dos construtores das pirâmides. Nos últimos anos foram descobertos, a oeste da pirâmide de Quéops, lugares de dormir, depósitos de alimentos e padarias com migalhas de pão pe- trificadas, além do edifício da administração central, de onde, durante o espaço de 90 anos, foi dirigida a construção dos três monumentos. ¨ *** Xica da Silva: Mãe Zelosa e Fiel -- Pesquisa de historiadora contesta o mito de que Xica da Silva era um furacão sedutor. Dentre os raros escravos brasileiros que deixaram a senzala para registrar seu nome na História, um dos casos mais fascinantes é o de Xica da Silva. Sua ascensão social vertiginosa era atribuída à arte de seduzir senhores de escravos, fidalgos, funcionários da coroa portuguesa e todo homem branco que tivesse dinheiro nas Minas Gerais do século XVIII. Uma pesquisa realizada pela historiadora Júnia Ferreira Furtado, professora da Universidade Federal de Minas Gerais, está virando esse mito pelo avesso. Com base em documentos encontrados em fóruns de cidades próximas a Diamantina, na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro e na Torre do Tombo, em Lisboa, Júnia descobriu que Xica da Silva estava mais para zelosa mãe de família, fiel ao homem com quem viveu por dezessete anos, do que para mulher depravada que escolhia parceiros conforme o tamanho do cofre. “Ponho a minha mão no fogo por ela”, diz a historiadora. “Xica da Silva juntou-se ao contratador de diamantes da coroa portuguesa João Fernandes, deu-lhe treze filhos e nunca o traiu.” Um dos documentos mais importantes descobertos por Júnia durante a pesquisa é a carta de alforria de Xica da Silva, encontrada enquanto a historiadora revirava os arquivos do fórum do Serro, cidade vizinha a Diamantina. A papelada estava carcomida pelas traças, mas mesmo assim foi possível reconstituir a verdadeira história da escrava. Logo que chegou ao Arraial do Tejuco -- atual Diamantina --, em 1753, João Fernandes comprou Xica da Silva de um médico português por 800 réis, o triplo do que valia um bom escravo na época. Poucos meses depois, João Fernandes não só se amancebou com ela como lhe concedeu alforria, pôs propriedades em seu nome, deu-lhe escravos e incentivou sua alfabetização. “Uma prova de que sua ascensão social era encarada com naturalidade pela sociedade da época é o fato de que ela freqüentava irmandades de brancos e era chamada de "dona", tratamento que normalmente só era dispensado a mulheres brancas e ricas”, informa Júnia. Bruxaria e sedução -- Para recontar a vida da ex-escrava, a historiadora pesquisou a fundo os costumes daquele tempo. Descobriu que Xica estava longe de ser a única mulher negra a viver, ou -- no dizer da época -- a amancebar-se com homens brancos. “Essa era uma prática comum nas Minas Gerais daquele tempo”, afirma Júnia. “Ela jamais teria escandalizado aquela sociedade, porque muitas outras ex-escravas da época tiveram vida parecida com a dela.” O mito da Xica da Silva sedutora e promíscua foi alimentado, no século XIX, pelo memorialista mineiro Joaquim Felício dos Santos, autor de artigos e crônicas sobre a personagem. Isso se deve ao fato de que as Minas Gerais do século XIX eram muito menos liberais do que no século anterior. Imbuído dos valores de sua época, Santos não conseguia aceitar a idéia de que uma escrava tivesse conquistado João Fernandes e vivido com ele, um dos fidalgos mais ricos e influentes da época, sem apelar para bruxaria ou jogos de sedução. O resultado foi uma versão distorcida que se tem repetido erroneamente com o passar do tempo. ¨ *** Os Esquimós -- Os esquimós são encontrados hoje na Sibéria (Rússia), Alasca (EUA), Canadá e Groenlândia. O primeiro resquício conhecido de sua cultura é de cerca de 3 mil anos, segundo pesquisas realizadas na ilha de Umnak, nas Aleutas. Muito embora alguns afoitos afirmem que eles são aparentados de índios, isto não é verdade. As mãos e os pés muito pequenos e a predominância do sangue tipo B aparecem raramente entre os índios americanos. O nome esquimó significa simplesmente povo. Durante muitos anos dizia-se que a tradução correta para esquimó era comedor de carne crua -- pela simples dificuldade de fazer e manter fogo aceso nas regiões onde viviam. Como os esquimós agrupam-se em pelo menos cinco localidades diferentes, isso resulta, por conseqüência, em diversidades de costumes e hábitos. Existem, porém, alguns pontos comuns: o *habitat* natural dos esquimós está nas regiões mais frias do planeta, com temperaturas extremamente baixas, mesmo no que se poderia denominar verão. Fique bem claro que temperaturas baixas, aqui, não querem dizer 15 grauzinhos que fazem cariocas se agasalharem, ou aquela nevezinha rala que só aparece, de vez em quando, nas serras gaúchas. Estamos tratando de frio mesmo, de temperaturas de menos 20, menos 30 e até menos 65 graus! Alguém já viu um esquimó? Bem, eles são difíceis de divisar, pois vivem cobertos com peles, mas suas partes visíveis são muito morenas e curtidas, devido ao frio e ao vento a que se expõem. A quase ausência de verduras, cereais e hortaliças, em razão das condições climáticas peculiares, motivou os esquimós a basear sua alimentação na caça, revezando peixes, baleias, focas e caribu, uma espécie de veado. Dois tipos de embarcações, ambas forradas com peles, são ainda usados para a pesca e, algumas vezes, para a caça: os caiaques, barcos para uma só pessoa, normalmente para pescar focas e pequenos peixes; e os umiaques, de tripulação múltipla, bem maiores e usados para a pesca da baleia e grandes peixes. Ambos movidos a remo. A pesca não é somente útil para fins de alimentação, mas também para obtenção de óleo, importante no aquecimento, na iluminação e na cozinha. Resultando em freqüentes mortes e acidentes, a caça ou a pesca são atos de heroísmo. O mar, por exemplo, mesmo no verão -- pois no inverno congela --, é perigosíssimo. Aventurar-se atrás de um peixão, a bordo de um barquinho, é coisa para leão. Por isso, o arpoador-mor de um umiaque é figura das mais respeitadas entre os esquimós. Caça-se no verão, de preferência, porque no inverno é inviável, dado o congelamento da água -- às vezes até do pensamento! Há quem ainda use o arco e flecha. O transporte continua sendo feito por trenós puxados por cães. Os esquimós habitam de diversas maneiras. Suas moradias podem ser iglus, erguidos com blocos de gelo; construções semi-subterrâneas, sobre pedaços de lenha e barro seco, cobertas por estruturas feitas com grandes ossos de baleias e outros mamíferos; ou tendas de forma arredondada revestidas com peles de caribu. O fogo também é mantido de várias formas, sendo a mais comum por um grande buraco feito no centro da unidade habitacional. Alguns usam lâmpadas queimando óleo de foca ou de caribu. Nas habitações coletivas, cada família possui a própria fonte de fogo e de calor. Os casamentos entre familiares são evitados, mas não proibidos. Relações de fraternidade se estabelecem entre não-parentes: a mais interessante de todas é a troca temporária de esposas. Não existe uma hierarquia formal de chefia ou governo entre esquimós. O mais próximo do que se pode considerar líder é o umialique, pois além de o construir, é ele quem recruta a tripulação, por sua bravura e habilidade. Os esquimós professam a religião animista, considerando que todas as coisas -- animadas -- têm alma, essência vital. As almas dos homens estão sujeitas à interferência de outros espíritos e podem reencarnar após a morte em outros corpos. Se o nome de um morto é dado a uma criança, esta passa, para todos os efeitos, a ser o defunto. ¨ :::::::::

Conhecendo nossos Escritores Graciliano Ramos (1892-1953), alagoano da cidade de Quebrângulo, além de jornalista e escritor, foi prefeito do município de Palmeira dos Índios -- AL -- e dedicou grande parte de sua vida à educação, tendo, inclusive, fundado uma escola. Problemas de divergências políticas levaram-no a ser demitido e preso na Penitenciária de Ilha Grande -- RJ --, em 1936, onde escreveu "Memórias do Cárcere", publicado em 1954, após sua morte. Obras publicadas: "Caetés" (1933); "São Bernardo" (1934); "Angústia" (1936); "Vidas Secas" (1938); "Viventes de Alagoas", obra póstuma, ê1960ã. ¨ ::::::::::

Por que o Elefante É tão Gordo? Aí é que está: ele não é gordo -- só tem umas gordurinhas extras nos quadris e na cabeça. “O elefante parece gordo por ter um grande volume interno em relação à sua massa corporal”, explica Francisco J. Hernandez-Blazquez, professor de anatomia veterinária da USP. Na natureza há poucos animais gordos. Afinal, a gordura é um isolante térmico para os que vivem em regiões frias -- focas, baleias -- e uma reserva para os que hibernam -- ursos. Um elefante africano pesa até 7.500 quilos, e um asiático, 6.600. Em média, o bicho mastiga 16 horas por dia. No menu, 150 quilos de raízes, frutas e hortaliças. Mas esses alimentos são pobres em energia e seu sistema digestivo elimina 40 por cento disso sem digerir. Ainda assim, são quase 100 mil calorias ao dia! Achou muito? Pois é proporcional ao consumo de um humano. Os paquidermes têm uma dieta tão intensa porque possuem um metabolismo lento e demoram pra gastar energia. Já os animais pequenos precisam de alimentos mais energéticos, para não ficarem comendo toda hora. É, a natureza é sábia. Já pensou se os elefantes fossem carnívoros? ¨:::::::::: Não custa Saber Grafia “A ferrujem tomou conta dos talheres que estavam guardados.” Assim, não haverá polidor que dê jeito. O substantivo é ferrugem -- grafado com *g*. Porém, observe: não existe o verbo enferrugar, e, sim, enferrujar. Quando o infinitivo de um verbo é escrito com *j*, todas as formas desse verbo conservam o *j*: enferrujado, enferrujou, enferruja etc. Período correto: “A ferrugem tomou conta dos talheres que estavam guardados”. Verbos A palavra *stress* é inglesa, mas já existe em português, grafada assim: estresse. O verbo estressar, os adjetivos estressante e estressado, bem como o substantivo estressamento também fazem parte do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras. ¨:::::::::: A Lenda de Gilgamesh Herói sobre-humano, teria construído Uruk, a primeira cidade do mundo -- A teoria sobre o crescimento das cidades antigas a partir de um poder central remete, diz um estudo da “Science”, à lenda do rei Gilgamesh, que teria construído Uruk. Localizada no que hoje é o sul do Iraque, ela já foi considerada a cidade-estado mais antiga do mundo. O nome Iraque, inclusive, teria surgido a partir do nome Uruk. Segundo arqueólogos, o rei inspirou a “epopéia de Gilgamesh”, considerada a obra mais antiga do planeta, anterior até a “A odisséia” de Homero. Ela foi escrita em sumério, por volta de 2600 a.C. Os sumérios foram os inventores daquilo que seria identificado como a primeira forma da escrita na Humanidade. O texto foi descoberto em 669 e é composto por 12 tabuletas. Elas contam as aventuras do rei Gilgamesh, que seria meio Deus, meio humano, um dos primeiros super-heróis de que se tem notícia. Sua mãe era uma deusa, chamada Ninsun. Para alguns, Gilgamesh tinha semelhanças com outro personagem mitológico, Hércules. Outros acreditam que a sua história seria uma variante do mito de Perseu, herói da mitologia grega. Em determinado momento de sua vida, Gilgamesh teve que enfrentar Enkidu, um ser feito à sua semelhança. Após a batalha, eles se tornaram amigos e lutaram juntos em várias batalhas. Gilgamesh teria erguido muros em torno de Uruk, para defender seu povo de ameaças externas. O épico mistura temas como amor, amizade, busca da juventude e imortalidade. “A epopéia de Gilgamesh” é considerada um dos primeiros registros artísticos da história. Sua temática principal é a não-conformação do homem com a morte; isto é, a sua luta para alcançar a vida eterna. A história de Gilgamesh inspirou, entre muitos outros, J. R. R. Tolkien, autor do épico “O senhor dos anéis”. ¨::::::::: Nosso Brasil A Veneza Brasileira Os encantos da Veneza Brasileira -- são 39 pontes cruzando os rios Capibaribe, Beberibe e Jordão e vários canais -- começam por suas praias. Os sete quilômetros de Boa Viagem são os mais concorridos. Espécie de Copacabana ou Guarujá com sotaque nordestino -- não se assuste se for abordado por um repentista --, a praia oferece ciclovia, que também serve como pista de *cooper*, campo de futebol, quadras de tênis e basquete, rinque de patinação, aparelhos de ginástica e brinquedos. Uma bela paisagem, emoldurada por coqueiros e areia fina, e a água morna, que mantém temperatura média de 26 graus, completam seus atrativos. A noite é agitada: bares como Coluna Café, Estação do Chopp, Akrópolis e Oficina da Massa costumam lotar. Os vários hotéis à beira-mar também contribuem para manter a agitação até de madrugada. Na Praia de Piedade, já no município de Jaboatão de Guararapes, a doze quilômetros de Recife, o movimento se concentra na Avenida Bernardo Vieira de Melo -- onde acaba de ser inaugurado o belíssimo quatro estrelas Novotel Chaves. Ali, o bar da moda atualmente é o Sphinx. Os mais velhos -- não necessariamente os pais da garotada do Sphinx -- têm boas opções como o Camerum, especializado em crustáceos, e a Picanha do Tio Dadá. História -- Mas este não é o único roteiro de Recife. Originada de uma vila de pescadores denominada Ribeira de Mar dos Arrecifes, a cidade tem história riquíssima e dezenas de construções que datam de três séculos atrás. Uma sugestão é começar a visita pelo bairro do Recife Antigo, que pode ser percorrido a pé. Contemplar sobrados imponentes como o que hoje abriga o restaurante Baby's ou a antiga sede da Receita Federal -- na esquina das Ruas Vital de Oliveira e Alfredo Lisboa, a avenida do Cais do Porto -- é apenas o primeiro passo. Vale a pena conhecer também a Rua Bom Jesus, antiga Rua dos Judeus, onde funcionou a primeira sinagoga das Américas, e o Forte Brum, que tem um museu militar. Atravessando a ponte Maurício de Nassau ou a Buarque de Macedo, retorna-se ao Bairro de Santo Antônio. Não perca o Teatro Santa Isabel, construído em 1850, a Capela Dourada -- anexa ao Convento Santo Antônio -- e o Palácio do Governo, que tem belos jardins. Em frente, está a Praça da República, com suas estátuas de deuses gregos e um centenário baobá africano. Falta ainda o Mercado São José, construção do século XIX, situada no Bairro de São José. Reformado recentemente, oferece desde artigos de candomblé e alimentos até artesanato. O Pátio São Pedro, onde está a Catedral barroca de São Pedro dos Clérigos, é outro belo programa. Várias lojas de artesanato e bares modestos cercam o pátio, onde, nos finais de semana, artistas populares se reúnem, mesmo que não haja eventos folclóricos previstos. Inclua no roteiro o Museu de Arte Popular, com obras de Mestre Vitalino, a galeria de arte Lula Cardoso Ayres e, já que está por lá mesmo, a Casa do Carnaval. Finalmente, dê um jeito de visitar a Cerâmica Francisco Brennand, no bairro da Várzea, a cerca de 15 quilômetros do centro. Um ateliê, uma fábrica de azulejos e uma enorme sala de exposição formam o complexo construído num terreno que pertencia ao engenho de São João. ¨::::::::: História das Flores A história da linguagem das flores conta que, visitando a Turquia durante o século XVIII, uma distinta mulher da Inglaterra se surpreendeu com a delicadeza daquela sociedade, que era capaz de se expressar em todos os sentidos, fosse para brigar, falar de amor ou qualquer outra coisa, utilizando apenas flores, sem a necessidade de palavras escritas ou faladas, já que para cada flor havia um significado, de forma que representavam seus sentimentos e seus recados. A educação moderna não se preocupa mais com esse tipo de coisa, considerada ultrapassada por muitos. Quando há necessidade de um toque de romantismo ou de elegância, porém, as pessoas, se ressentem de não ter mais esse tipo de cultura. Muitas coisas da Linguagem das Flores não foram impostas nem descobertas, mas surgiram normalmente envoltas em lendas e mitos de rara beleza, que, hoje em dia, estão totalmente relegados ao esquecimento. Constituindo um ramo delicado e belo das Simpatias Ciganas, as Simpatias com as Flores, que se utilizam dessa linguagem, prestam-se não apenas a reviver essa tradição como também a disseminar conhecimentos que precisam ser preservados. Nas coisas do amor, principalmente, e do relacionamento mais sincero entre as pessoas, com toda certeza essas simpatias terão grande emprego. No conhecimento da linguagem e das lendas, seguramente estaremos levando um pouco dessa cultura em extinção. Curiosidade: quando uma cigana ganhava uma violeta e ficava com ela, tratava de escondê-la como o mais precioso de seus segredos, pois tê-la consigo era uma declaração de seu envolvimento com um homem

comprometido ou impedido de assumi-la por algum motivo. ¨:::::::::: Curiosidades Lula gigante é o maior animal invertebrado do mundo -- O maior animal invertebrado do mundo é a lula gigante, que pode chegar a medir 18 metros e pesar 900 quilos. Esses misteriosos seres vivem no fundo do oceano, entre 200 e 1000 metros de profundidade, e nunca foram vistos com vida, motivo pelo qual se sabe muito pouco sobre seus hábitos. Donas dos maiores olhos da natureza -- até 30 centímetros de diâmetro --, já deixaram marcas de sua passagem nas regiões temperadas de todos os oceanos. Os espécimes estudados já foram encontrados mortos. Biólogos da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, descobriram que um grupo de microorganismos aquáticos, chamados *Bdelloid rotifers* e formado por espécies femininas, tem se reproduzido sem machos durante 40 milhões de anos. A descoberta pode levar ao entendimento das mutações que causam problemas genéticos em humanos, como o mal de Alzheimer. ¨ *** Um museu fora do Comum -- O museu da *Wolfsonian Foundation*, em Miami, EUA, reúne a coleção de curiosidades pertencente ao milionário excêntrico Mitchell Wolfson, que passa dez meses do ano viajando pelo mundo à cata de qualquer coisa que possa vir a integrar o seu acervo. Possui hoje mais de 40 mil peças, avaliadas num total de sete milhões de dólares. ¨ ***

Perguntas e Respostas Qual foi a primeira cidade no mundo a ter uma população de um milhão de habitantes? R: Essa honra cabe a Roma, que alcançou a marca de um milhão de moradores no ano 1 d.C. As águias ajudam seus filhotes a aprender a voar? R: Algumas dão caronas aos seus filhotes. Sabemos que as águias-reais, por exemplo, mergulham por baixo dos filhotes que tentam voar e ascendem com eles nas costas antes de soltá-los. E, se for necessário, chegam a repetir o processo. Um grande amigo meu disse que os alces, cervos, antílopes etc. perdem seus chifres anualmente, a cada inverno. Isso para mim não faz muito sentido, já que os chifres desses animais são seu principal meio de defesa. R: Seu amigo tem razão. De fato, os cervos perdem os chifres -- ossos superdesenvolvidos que nascem em seu crânio -- todos os anos, durante o inverno. Mas na primavera eles ganham um novo par. Até mesmo os alces, os maiores membros da família dos cervídeos, passam por isso todos os anos. Os chifres crescem rapidamente. No início não passam de pequenas bolsas cobertas por uma pele macia chamada de “veludo”. À medida que os chifres crescem, a pele resseca e o animal se livra dela friccionando a cabeça contra o solo ou contra árvores e arbustos. Na época do cio, os cervídeos machos usam os chifres para lutar pelo direito ao acasalamento e também pela liderança do bando. ¨ ::::::::::

Fome de Saber Encravada no sopé da serra gaúcha, Morro Reuter ocupa o segundo lugar no *ranking* brasileiro de alfabetização, de acordo com o IBGE -- só perde para São João do Oeste, em Santa Catarina. A devoção à leitura, contudo, faz dela um caso singular em um país tão pouco afeito ao hábito. O novo cartão-postal morro-reuterense, por exemplo, não poderia ser mais emblemático: uma espécie de obelisco literário, representado por uma pilha de 72 livros, com 11 metros de altura, erigido diante do principal acesso à cidade. O monumento acabou por coroar uma série de políticas públicas e privadas voltada ao prazer da leitura. Uma das ações é o projeto Leitura Compartilhada, em que os funcionários da prefeitura são convidados a ler no período do expediente, durante meia hora, uma vez por semana. Marlene é presidenta da Associação Cultural de Morro Reuter, agremiação responsável pela originalíssima Serenata do Livro, todo mês. Nesta incomum modalidade seresteira, uma verdadeira *big band*, formada por 16 músicos adolescentes, é acomodada na carroceria de um caminhão. A fanfarra suspensa, então, segue pelas ruas, posta-se diante de algumas casas e executa um eclético repertório, que vai desde *Asa Branca*, de Luís Gonzaga, à folclórica *Adelita*, do cancioneiro mexicano. Após cada concerto domiciliar, a própria Marlene, de cesto em punho, procede à coleta das dádivas -- no caso, livros que os moradores contemplados pela seresta oferecem às bibliotecas da cidade. É bem verdade que Morro Reuter já ostentava elevados índices de alfabetização e leitura desde os tempos em que era distrito vicinal do município de Dois Irmãos. Foi a partir de sua emancipação, em 1992, no entanto, que a cidade conquistou a devida notoriedade. Antes disso, o lugar era lembrado apenas como a terra dos “cafés coloniais”, geridos por famílias de origem alemã, especializados em banquetes pantagruélicos. A já tradicional Feira do Livro, por exemplo, realizada em outubro, é hoje um dos xodós dos moradores. Outra ação de peso foi a criação do “vale-livro”, um bônus de 15 reais distribuído aos alunos das escolas municipais e estaduais, além de professores e funcionários, para comprar livros durante a feira. Em 2004 foram investidos quase 20 mil reais em vales-livros, patrocinados por empresas locais, esteadas em leis de incentivo cultural. Na Biblioteca Municipal Érico Verríssimo, os quase 15 mil volumes tombados apontam para um dado estatístico assombroso: para a população a que serve, existem ali três livros per capita. Mesmo com invejável índice de alfabetização --, 98,4 por cento --, Morro Reuter persegue a erradicação absoluta do analfabetismo. Para isso, um programa que conta com professores voluntários vai em busca de alunos em suas pró- prias casas. É nas escolas, porém, que reside o trunfo cultural da cidade e verdadeira usina de novos leitores. Com bibliotecas bem fornidas e consistente projeto pedagógico, cada comunidade encontrou uma maneira de manifestar seu apreço à literatura. São comuns as palestras com autores, por exemplo. Na localidade de São José do Herval, existe até um concorrido Sarau Poético, todo ano. Nas salas de aula, o projeto Contação de Histórias não dá tréguas à imaginação dos alunos. Professores com verve teatral “traduzem” para as crianças os clássicos universais, despertando nelas o desejo de ler o texto original. Às vezes, os pequenos querem ir mais longe. A professora Solange Weber lembra-se bem do dia em que, depois de narrar a história da "Odisséia", um dos alunos lhe deu um papelzinho. “Era um bilhete para eu entregar a Ulisses, elogiando-o pela coragem e por ter, no fim, ficado com Penélope”, diz ela, com um sorriso homérico. ¨ ::::::::::

Ecoando Poema -- Roseana Murray, do livro Aventura de Ler Menino que mora num planeta azul feito a cauda de um cometa quer se corresponder com alguém de outra galáxia. Neste planeta onde o menino mora, as coisas não vão tão bem assim: o azul está ficando desbotado e os homens brincam de guerra. É só apertar um botão que o planeta Terra vai pelos ares... Então o menino procura com urgência alguém de outra galáxia para trocarem selos, figurinhas e esperanças. Habitante de outra galáxia aceita corresponder-se com o menino do planeta azul. O mundo deste habitante é todo feito de vento e cheira a jasmim. Não há fome nem há guerra, e nas tardes perfumadas as pessoas passeiam de mãos dadas e costumam rir à toa. Nesta galáxia ninguém faz a morte, ela acontece naturalmente, como o sono depois da festa. Os habitantes não mentem e por isso os seus olhos brilham como riachos. O habitante de outra galáxia aceita trocar selos e figurinhas e pede ao menino que encha os bolsos de esperanças, e não só os bolsos, mas também as mãos, e os cabelos, a voz, o coração, que a doença do planeta azul ainda tem solução. ¨ ::::::::::

O Costume de Comemorar Aniversários De acordo com o livro *The Lore of Birthdays* -- "A Sabedoria dos Aniversários", sem tradução em português -- dos antropólogos americanos Ralph e Adelin Linton, aniversários merecem comemorações desde o Egito antigo, ou seja, a moda surgiu por volta de 3000 a.C. Tanto os egípcios quanto os gregos, que adotaram o costume, restringiam as comemorações apenas a seres superiores, faraós e deuses. Com o tempo, o hábito foi se estendendo aos mortais e contaminou também os romanos, que davam o privilégio ao imperador, à sua família e aos senadores. Nos primórdios do cristianismo, o costume foi abolido por causa das suas origens pagãs. Foi só no século IV que a Igreja começou a celebrar o nascimento de Cristo, o Natal. Daí ressurgiu o hábito de festejar aniversários e pouco a pouco foram surgindo as peças simbólicas: o bolo, as velinhas, o “Parabéns a Você” etc. Assim como o “feliz aniversário”, o hábito de dar presentes ao aniversariante tem o objetivo original de afastar os maus espíritos. Isso já acontecia no Egito antigo e em Roma. Durante a Idade Média, na Alemanha, há registro de uma espécie de Papai Noel, a quem se conferia a função de distribuidor de presentes. Acredita-se que os balões foram os primeiros brinquedos das crianças. É claro que os primeiros não eram feitos de plástico, mas de -- argh! -- intestinos e tripas de animais mortos, inflados com ar. Eles passaram a figurar nas festas de aniversário como um agrado às crianças. O “Parabéns a Você” surgiu em 1875. Na verdade, nesse ano as americanas Mildred e Patrícia Hill criaram a melodia de “Good Morning to All”, que, depois de mudanças aqui e ali, deu origem ao “Parabéns a Você”, em 1924. A versão brasileira da música foi decidida em um concurso da Rádio Tupi-RJ, em 1942, vencido pela paulista Celeste Homem de Mello. O bolo e as velas foram herdados dos gregos. Todo dia 6, eles faziam festas à deusa Ártemis nas quais colocavam velas sobre uma torta, simbolizando a lua cheia, que, segundo a mitologia, era a forma com que a deusa se expressava. Na idade Média, por razões desconhecidas, os alemães retomaram o hábito em festas de crianças. O docinho mais famoso dos aniversários é brasileiro mesmo e surgiu na disputa presidencial em 1945. Eleitoras do brigadeiro, Eduardo Gomes criaram o “doce do brigadeiro” tentando conquistar votos através do paladar do eleitorado. O doce foi um sucesso, mas o brigadeiro acabou perdendo as eleições. A tradição de enviar cartões de aniversário começou na Inglaterra, no início do século XX. Os cartões serviam como um pedido de desculpas carinhoso quando a pessoa não podia visitar o aniversariante. Hoje muita gente prefere entregar o cartão pessoalmente. ¨:::::::::: Conhecendo o Mundo Entre o Mar e o Deserto Localizado no norte do litoral da Mauritânia, o Parque Nacional de Banc d'Arguin, apesar de tombado há uma década como patrimônio da humanidade pela UNESCO, é praticamente inacessível. Como não há estradas até lá, de carro só é possível alcançá-lo a bordo de veículos com tração nas quatro rodas e, mesmo assim, com a ajuda de um guia local que conheça os caminhos escondidos entre as dunas do Deserto do Saara. Hospedagem? Também é inexistente nas poucas vilas vizinhas ao parque. Mas quem consegue visitá-lo se surpreende com a natureza espetacular da região: a paisagem combina a fina areia do Saara com o estupendo azul do Oceano Atlântico, onde se abriga a maior colônia de aves de toda a costa oeste africana, incluindo espécies em extinção. Há outra surpresa na região. Ali, os tuaregues -- que tradicionalmente vivem vagando pelas dunas do deserto atrás de água -- dedicam-se à pescaria para o sustento de suas famílias. ¨:::::::::: O Ancestral da Caneta Os ancestrais da caneta foram provavelmente os galhos usados pelos chineses para escrever, em 1000 a.C. A primeira alusão às canetas feitas de pena de aves aparece nos escritos de São Isidoro de Sevilha, no século VII. O modelo durou até o século XIX. A invenção da caneta com pena de aço é creditada ao inglês John Mitchell, de Birmingham, em 1828. Havia um inconveniente para as canetas de pena: elas não tinham um compartimento de tinta. Surgiram então canetas com pequenos reservatórios que tinham um sistema para evitar que a tinta saísse toda de uma vez. O primeiro modelo foi produzido em 1884 nos Estados Unidos. A esferográfica foi criada pelo revisor tipográfico húngaro Laszlo Biro. Ele criou um sistema em que uma bolinha de aço era molhada pela tinta que vinha de um cilindro. Por volta de 1940, sua invenção se tornou popular em todo o mundo. Foi quando o francês Marcel Bich, já falecido, comprou a patente de Laszlo e criou a marca Bic. As canetas com ponta porosa por onde passa a tinta apareceram por volta de 1960. ¨:::::::::: Ameno e Instrutivo Alta Tensão Espelho atrai raios? É perigoso ficar em frente dele quando está caindo uma tempestade? Não. Essa associação não tem fundamento científico. Trata-se de um mito antigo, que tem origem no fato de o raio produzir uma luz forte que, refletindo-se no espelho, parece ter vindo dele. Mas existem outras explicações para essa crença popular. Uma delas se deve à observação de que, no Brasil Colonial, os grandes espelhos, com estruturas metálicas, favoreciam a incidência de raios dentro das casas. Embora isso tenha ajudado a difundir o mito, o motivo seria a estrutura metálica e não a superfície do espelho. Outros mitos semelhantes dizem respeito aos raios serem atraídos por acessórios como fivelas de cintos, pulseiras e colares. Na verdade, o que pode atrair um raio em sua direção são objetos metálicos grandes, como varas de pesca, tripés e tacos de golfe. Veículos sem capota, tais como tratores, motocicletas ou bicicletas, também oferecem risco, e a própria água atrai eletricidade. É recomendável ficar atento principalmente a objetos altos, como chaminés e árvores, em especial se estiverem isoladas. Na Idade Média, era costume o clero tocar o sino das igrejas durante as tempestades por acreditar que isso afastaria os maus espíritos. Muitos monges morreram por conta disso. Além de serem metálicos, os sinos ficavam no alto de torres, o que os tornava alvos certos de relâmpagos. Vale ressaltar que os raios são fenômenos imprevisíveis, tanto em relação às suas características elétricas como em ralação aos efeitos de sua incidência sobre as edificações, as pessoas e os animais. Por isso, todo cuidado é pouco. ¨ ::::::::::

Como Surgiu a Guarda Suíça do Vaticano Inicialmente, essa corporação militar era formada por soldados mercenários suíços que combatiam pelas diversas potências européias em troca de remuneração. Mas, no ano 1506, após um pedido de proteção feito pelo papa Júlio II, ela passou a servir exclusivamente ao Vaticano sob o nome de Guarda Suíça. Desde então, seguindo o seu estatuto primeiro, dedica-se “ao trabalho primordial de velar a segurança da sagrada pessoa do Santo Padre e de sua residência”. Para fazer jus ao nome que leva, somente podem ingressar em seu contingente homens nascidos na Suíça. As exigências, no entanto, não param por aí. São requisitos também a formação católica e educação militar anterior no exército daquele país. Além disso, o recruta deve ser solteiro e ter entre 20 e 30 anos de idade. O serviço dura dois anos, com possibilidade de renovação até um máximo de 20 anos de carreira. Muito característico, o desenho de seu uniforme com listras azuis, amarelas e vermelhas foi criado pelo pintor renascentista Michelângelo (1475-1564). Com apenas 110 homens, é o menor exército do mundo. O primeiro grupo desses soldados papais teve um fim trágico. Ele foi praticamente dizimado em 6 de maio de 1527, durante o “Saco di Roma”, quando as tropas do imperador espanhol Carlos V invadiram o país em retaliação à política pró-França do papa Clemente VI. Para salvar a vida do pontífice, que conseguiu refugiar-se no castelo Santo Ângelo, 108 de seus 150 soldados morreram. Apesar das mortes, o episódio é celebrado como o feito mais representativo da bravura da instituição. ¨:::::::::: É Útil Saber Em 2009 -- Amanda Silva, 11 anos de idade Neste ano quero amizade nova Quero paz, quero amor e felicidade Quero que todas as crianças Tenham um grande motivo para rir Sonhar e acreditar Que o verdadeiro espírito do Natal Vive dentro de cada um de nós Este é o grande segredo De um feliz ano novo. ¨*** O Agradecimento do Mendigo Numa tarde muito quente, um pobre paralítico sentou-se, como habitualmente fazia, num dos bancos de certa praça em Viena, na Áustria, para ali esmolar. Era do produto das esmolas que ele se mantinha. Para atrair os transeuntes, ele tocava um velho violino. Tinha esperanças no efeito da sua música sobre os corações mais generosos. O seu cão, fiel companheiro e amigo inseparável, segurava na boca uma cestinha velha de vime, para que ali fossem depositadas as esmolas que doavam. Naquela tarde, entretanto, as esmolas não vinham. Sem dar a mínima atenção ao pobre aleijado, o público passava de um lado para outro apressado e distraído. Ninguém parecia ouvir os seus acordes e muito menos se apercebiam da sua presença ali na praça. Essa situação fazia aumentar ainda mais a infelicidade do pobre paralítico, que tanto carecia das esmolas para a sua sobrevivência. De súbito, ao lado do deficiente postou-se um cavalheiro bem vestido, que o olhou com compaixão. Vendo o infeliz pousar o instrumento, já cansado e desanimado, reparando ainda nas grossas lágrimas que lhe rolavam pelas faces, aproximou-se um pouco mais e, metendo uma moeda de prata em sua mão, pediu-lhe licença para tocar no seu violino. Ajustou as cordas, preparou o arco e se pôs a tocar. O público, agora atraído pela maviosidade da música, começou a aproximar-se. Aglomerou-se ao ponto de se tornar uma multidão. As moedas de cobre, prata e até algumas de ouro foram enchendo de tal maneira a pequena cesta, que o cão já não podia sustentar o peso na boca. Teve de pousá-la ao seu lado, no chão. O povo não só apreciava a música, mas muito mais admirava o gesto do artista. Este, depois de haver tocado uma melodia que foi cantada entusiasticamente pelo público, depositou o instrumento nos joelhos do paralítico, agora feliz, e desapareceu, sem dar tempo a que lhe agradecesse ou fizesse qualquer pergunta. Mas a indagação ficou: -- Quem é este homem que tão bem sabe tocar? -- foi a pergunta que se ouviu de todos os lados. A curiosidade tomou conta do povo. O paralítico também estava curioso, além de extremamente agradecido. De repente, do meio da multidão, alguém informou com conhecimento: -- Esse homem é Armando Boucher, o célebre violinista que só toca nos grandes concertos, mas, hoje, parece haver também colocado a sua arte a serviço do amor. Esse gesto, tão singular, raramente imitado, foi, sem dúvida, uma perfeita demonstração de amor ao próximo. "Dia da gratidão -- 6 de janeiro" ¨*** Em Busca da Chuva Depois de quatro anos de seca na pequenina aldeia, o pároco reuniu todos para uma peregrinação até a montanha; ali fariam uma prece coletiva, pedindo a chuva de volta. No grupo, o padre notou um garoto, agasalhado e coberto por uma capa de chuva. Perguntou o padre: -- Você enlouqueceu? Nesta região não chove há cinco anos, e a subida vai lhe matar de calor! -- Estou resfriado, padre. Se vamos pedir a Deus que chova, já imaginou a volta da montanha? Vai ser tal a enxurrada que preciso estar preparado. Neste momento, ouviu-se um grande estrondo no céu, e as primeiras gotas começaram a cair. Bastou a fé de um menino para realizar um milagre esperado por milhares de homens. "Dia 21 de janeiro -- Dia da fé religiosa" ¨*** A Mulher mais Bela do Mundo Uma próspera empresa de produtos de beleza pediu aos habitantes de uma cidade grande que enviassem fotografias, acompanhadas de uma breve carta explicativa, das mulheres mais belas que eles conheciam. Em poucas semanas, milhares de cartas foram enviadas à empresa. Uma carta, em particular, chamou a atenção dos funcionários e foi levada à mesa do presidente da empresa. A carta tinha sido escrita por um menino que evidentemente fora criado num lar com problemas, em algum bairro de extrema pobreza. Este é um trecho da carta, com as devidas correções de grafia: “Na minha rua mora uma mulher bonita. Eu vou à casa dela todos os dias. Ela me faz sentir o menino mais importante do mundo. Jogamos dama juntos, e ela ouve meus problemas. Ela me entende e, quando vou embora, sempre diz bem alto, à porta, que sente orgulho de mim.” O menino terminava a carta dizendo: “Esta fotografia mostra que ela é a mulher mais bonita do mundo. Espero ter uma esposa tão bonita quanto ela.” Intrigado com a carta, o presidente pediu para ver a fotografia da mulher. Sua secretária entregou-lhe a foto de uma mulher sorridente, sem nenhum dente na boca, de idade avançada, sentada em uma cadeira de rodas. O ralo cabelo grisalho estava preso em formato de coque, e as rugas, que marcavam seu rosto, eram suavizadas pelo brilho que vinha dos seus olhos. -- Não podemos usar a fotografia dessa mulher -- explicou o presidente sorrindo. -- Ela mostraria ao mundo que nossos produtos não são necessários para uma mulher ser bela. "Dia do Idoso -- 23 de fevereiro" ¨ ***

O Rio que eu Gosto -- Amanda Guimarães, 10 anos Meu Rio de Janeiro Não é do jeito que eu queria Mas mesmo assim Por ele sinto alegria Vou ao Maracanã Pra torcer pelo Mengão Porque ele é o meu time, Time do meu coração Eu pego o carro E vou pro trem do Corcovado Ver o Cristo Redentor E o paraíso ao meu lado Legal é ir à praia Pegar um bronzeado Mas sempre levo Amigos ao meu lado Ir ao Pão de Açúcar É pra escalar Quando chego lá em cima Grito pra comemorar Ir à Pedra da Gávea É pedir bis Vejo o mundo à minha volta E do gigante o seu nariz ¨*** Lugar de Mulher É no Poder -- Adriana Barsotti Ainda são poucas as mulheres que chegaram ao poder em seus países, mas já dá para formar um time de futebol, com reservas e tudo, se juntarmos as presidentes e primeiras-ministras dos cinco continentes. Aqui na América do Sul, Michelle Bachelet foi eleita para a presidência do Chile em 2006. Foi a primeira mulher a chegar ao cargo no país. Ela é bem simples e gosta de estar perto do povo. Michelle, que é pediatra, chegou a atender um menino de 6 anos que desmaiou enquanto ela visitava sua escola. Volta e meia, também é vista dirigindo seu próprio carro. Muito longe do Chile, outra mulher entrou para a história. Na Libéria, a economista Ellen Johnson- -Sirleaf tomou posse em 2006 como primeira presidente eleita da África. Ela derrotou nas urnas um ex-astro de futebol bastante popular no país. Na Alemanha, está a mulher mais poderosa do mundo, segundo a revista *Forbes*, que costuma divulgar listas com os nomes dos mais poderosos e mais ricos do mundo. Ela se chama Ângela Merkel e é chanceler do país. Na Alemanha, o primeiro-ministro é chamado de chanceler. Ângela não é a única a usar saia no governo: ela tem cinco mulheres como ministras. Seu discurso de vitória durou apenas quatro minutos: tinha mais o que fazer do que ficar falando, falando, falando... Também na Europa, a presidente da Letônia, Vaira Vike-Freiberga, conseguiu um feito. Foi reeleita para o seu segundo mandato e é aprovada por 80 por cento da população: ou seja, 80 a cada cem cidadãos de seu país estão satisfeitos com seu governo. Gloria Arroyo, presidente das Filipinas, também está em seu segundo mandato. Ela é filha do ex-presidente e colega de faculdade do ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton. Já foi fotografada de maiô, tentando surfar. Com certeza é melhor presidente do que surfista! Não muito longe dali, outra mulher ocupa o cargo de primeira-ministra pela terceira vez: Helen Clark, da Nova Zelândia. Um dos países mais pobres do mundo, Bangladesh também é comandado por uma mulher: a primeira-ministra Begum Khaleda Zia. O Dia Internacional da Mulher, já poderia ser comemorado com uma partida de futebol feminino

com as mulheres mais poderosas do mundo. ¨*** Hino a Álvares de Azevedo Benedicta de Mello Foi um cego da pátria querida Mensageiro divino da luz Que na França de Braille acendida Vem jorrando na terra da cruz. O teu nome, Azevedo querido, Hoje é prece que nós cegos rezamos. Viverás como sempre hás vivido, Pois na história te vemos e amamos. Se o prazer dos que vêem já não temos; Iguais somos na luz do saber.

Assim queremos, devemos, podemos Estudar, trabalhar e vencer. "Álvares de Azevedo -- 17 de março" ¨:::::::::: O Dicionário Esclarece acionar -- pôr em ação afoitos -- sem medo; corajosos; audazes; ousados alforria -- liberdade concedida aos escravos; libertação amancebar -- ligar-se a alguém antes do casamento ancestrais -- antepassados arpões -- peças utilizadas na pesca de peixes grandes e cetáceos biruta -- aparelho que indica a direção do vento carcomidas -- apodrecidas; gastas; corroídas; roídas cervídeos -- da família do cervo e do veado disseminar -- difundir; espalhar eclético -- de várias formas, de várias maneiras erigido -- construído; levantado; fundado erradicação -- extirpação; arrancar pela raiz estepes -- planícies áridas e desertas eventualidade -- acaso; casualidade flexíveis -- fáceis de dobrar ou curvar sem quebrar hibernam -- dormem; certos animais e plantas hibernam em longos períodos hierarquia -- ordem; graduação; categoria existente numa corporação qualquer imbuído -- embebido; impregnado; imerso incidência -- circunstância acidental; episódio lastro -- material pesado posto no porão do navio para dar-lhe estabilidade mercenários -- que trabalham apenas por interesse; interesseiros mito -- coisa inacreditável; enigma; utopia opções -- preferências; livre escolha projetado -- planejado; atirado sacramento -- juramento savanas -- pradaria tropical ou subtropical temática -- assunto que se vai tratar verve -- imaginação que anima o poeta, o orador ¨:::::::::: Fontes de Pesquisa Jornal O Dia Jornal O Globo Jornal O Estado de São Paulo Jornal O Fluminense Jornal do Brasil Jornal Saúde e Lazer Livro Aventura de Ler Livro Qualquer Coisa Revista Caça-Palavra Revista Galileu Revista Incrível Revista Mundo Estranho Revista National Geographic Revista Superinteressante ¨:::::::::: Ao Leitor Solicitamos aos leitores de Pontinhos abaixo mencionados que nos enviem seus endereços completos, para evitar que suas revistas voltem. Favor verificar se estão retidas no correio. Dimaranje José Moraes Oswaldo Abrão Avelino Caldeiras