PONTINHOS Ano LXIII, n.o 381, Abril/Junho de 2022 Ministério da Educação Instituto Benjamin Constant Publicação Trimestral de Educação, Cultura e Recreação Editada e Impressa na Divisão de Imprensa Braille Fundada em 1959 por Renato M. G. Malcher Av. Pasteur, 350/368 Urca -- Rio de Janeiro-RJ CEP: 22290-250 Tel.: (55) (21) 3478-4531 ~,pontinhos@ibc.gov.br~, ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.br~,

Diretor-Geral do IBC João Ricardo Melo Figueiredo Comissão Editorial Geni Pinto de Abreu Heverton de Souza Bezerra da Silva Hylea de Camargo Vale Fernandes Lima João Batista Alvarenga Maria Cecília Guimarães Coelho Rachel Ventura Espinheira Colaboração Daniele de Souza Pereira Leida Maria de Oliveira Gomes -- Ilustradora da História em Quadrinhos do Superbraille Revisão Hylea de Camargo Vale Fernandes Lima

Livros Impressos em Braille: uma Questão de Direito Governo Federal: Pátria Amada Brasil Transcrição autorizada pela alínea *d*, inciso I, art. 46, da Lei n.o 9.610, de 19/02/1998. Distribuição gratuita. Nossas redes sociais: Anchor: ~,https:ÿÿanchor.fmÿ~ podfalar-rbc~, Facebook: ~,https:ÿÿwww.~ facebook.comÿibcrevistas~, Instagram: ~,https:ÿÿwww.~ instagram.comÿrevistas{-~ rbc{-pontinhosÿ~, Youtube: ~,https:ÿÿwww.~ youtube.comÿ~ RevistasPontinhoseRBC~,

Pontinhos: revista infanto- juvenil para cegos / MEC/Instituto Benjamin Constant. Divisão de Imprensa Braille. n. 1 (1959) --. Rio de Janeiro: Divisão de Imprensa Braille, 1959 --. V. Trimestral Impressão em braille ISSN 2595-1017 1. Infantojuvenil -- Cego. 2. Pessoa cega. 3. Cultura -- Cego. 4. Revista -- Periódico. I. Pontinhos. II. Revista infantojuvenil para cegos. III. Ministério da Educação. IV. Instituto Benjamin Constant. CDD-028.#ejhga

Bibliotecário -- Edilmar Alcantara dos S. Junior -- CRB/7 6872

Sumário Seção Infantil ::::::::: 1 Cantiga ::::::::::::::::: 1 Cantiga Infantil ::::::: 1 Que trabalho é esse? :::: 1 Passaredo ::::::::::::::: 4 Trava-línguas ::::::::::: 6 Cordel :::::::::::::::::: 8 Ecos da vida :::::::::::: 8 Histórias para Ler e Contar :::::::::::::::: 13 A Mesa dos Ricos :::::: 13 Seção Juvenil :::::::::: 29 Quebra-cuca ::::::::::::: 29 Você sabia? ::::::::::::: 31 Vamos rir? :::::::::::::: 35 Historiando ::::::::::::: 37 Antigas Civilizações ::: 37 Leitura Interessante ::: 42 Dia dos Namorados :::::: 42 Cuidando do Corpo e da Mente ::::::::::::::::: 46 Cinco cuidados com a saúde que devemos ter no inverno ::::::::::::: 46 História em quadrinhos do Superbraille :::::::::: 54 Seção Infantil Cantiga Cantiga Infantil _`[{imagem do mascote da Revista Pontinhos, Furinho, em formato de um punção. A parte superior é a cabeça, representada pelos símbolos "õxo". A parte inferior é o corpo, representado pelo símbolo "é"._`] õxo !:::::::::::::::::::::::ÿ é l -- Vamos Cantar? _ é h:::::::::::::::::::::::j Que trabalho é esse? Paulinho da Viola Que trabalho é esse Que mandaram me chamar Se for pra carregar pedra Não adianta, eu não vou lá

Quando chego no trabalho O patrão vem com aquela história Que o serviço não está rendendo Eu peço minhas contas e vou m'embora Quando falo no aumento Ele sempre diz que não é hora Veja só meu companheiro A vida de um trabalhador Trabalhar por tão pouco dinheiro Não é mole, não senhor Pra viver dessa maneira Eu prefiro ficar como estou Todo dia tudo aumenta Ninguém pode viver de ilusão Assim eu não posso ficar, meu compadre Esperando meu patrão E a família lá casa sem arroz e sem feijão Como é que fica!

É *Buci Moreira* Só ficou faltando você E aquele *Adufe* E aquele sapateado E aquele sorriso, né? Mas não tem nada, não... Nota: Buci Moreira (1909-1982): Compositor e instrumentista Vocabulário Adufe: s. m. Tipo de pandeiro quadrado de origem árabe, feito de madeira leve com membranas retesadas de ambos os lados, usado especialmente em festas folclóricas portuguesas e brasileiras. ::::::::::::::::::::::::

Passaredo Chico Buarque Ei, pintassilgo Oi, pintarroxo Melro, uirapuru Ai, chega-e-vira Engole-vento Saíra, inhambu Foge asa-branca Vai, patativa Tordo, tuju, tuim Xô, tié-sangue Xô, tié-fogo Xô, rouxinol sem fim Some, coleiro Anda, trigueiro Te esconde colibri Voa, macuco Voa, viúva Utiariti Bico calado Toma cuidado Que o homem vem aí O homem vem aí O homem vem aí

Ei, quero-quero Oi, tico-tico Anum, pardal, chapim Xô, cotovia Xô, ave-fria Xô, pescador-martim Some, rolinha Anda, andorinha Te esconde, bem-te-vi Voa, bicudo Voa, sanhaço Vai, juriti Bico calado Muito cuidado Que o homem vem aí O homem vem aí O homem vem aí õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Trava-línguas õxo !:::::::::::::::::::::::ÿ é l -- Essa eu quero _ é l ver! _ é h:::::::::::::::::::::::j Em rápido rapto, um rápido rato raptou três ratos sem deixar rastros. A Iara agarra e amarra a rara arara de Araraquara. Concluímos que chegamos à conclusão que não concluímos nada. Por isso, conclui-se que a conclusão será concluída quando todas tiverem concluído que já é tempo de concluir uma conclusão. Um ninho de carrapatos, cheio de carrapatinhos, qual o bom carrapateador, que o descarrapateará? O desinquivincavacador das caravelarias desinquivincavacaria as cavidades que deveriam ser desinquivincavacadas. O original não se desoriginaliza! O original não se desoriginaliza! O original não se desoriginaliza! Se desoriginalizássemo-lo original não seria! Fia, fio a fio, fino fio, frio a frio. Se o Faria batesse ao Faria o que faria o Faria ao Faria? Ao longe ululam cães lugubremente à Lua. Se a liga me ligasse, eu também ligava a liga.

Mas a liga não me liga, eu também não ligo a liga. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Cordel õxo !:::::::::::::::::::::::ÿ é l -- Cordel sobre a _ é l natureza! _ é h:::::::::::::::::::::::j Ecos da vida Você já escutou o grito Que a natureza está dando É um protesto escrito Que estamos sim errando Destruindo a natureza E no futuro não pensando Nossas ações cotidianas Devem sim mudar E em todas as semanas Temos que agir e pensar Pra gerar um mundo bom E a vida melhorar Cada um pode fazer Sua parte com amor E fazer acontecer Um mundo de valor Em que seja partilhado O sentido *multicor* É sentido interessante Que deve ter motivação Para a maneira importante De lutar com decisão De quem luta com alegria Pela certeza da missão Nosso mundo tem que mudar Atitudes e comportamentos Para podermos vivenciar Vida boa e bons momentos Da natureza em sintonia E com os bons pensamentos É urgente que cada um Seja *artífice* da mudança Um futuro em comum

Buscado com esperança Na certeza da vitória Do bom senso e da boa lembrança Cada um pode fazer Sua parte com *destreza* E fazer acontecer A vida em forma em beleza Para novos comportamentos Com amor em *singeleza* Investir na boa ação É tarefa de vitória Que promove a satisfação Da vida em forma de glória Na certeza de bons tempos E na construção da história O ritmo da boa alegria É sinônimo da boa verdade Que busca sintonia Na busca da novidade Que é a nova forma De encarar a realidade

Vivendo em prol da natureza Teremos a felicidade E faremos com certeza Uma boa sociedade Que pensa no seu futuro E de toda *irmandade* É importante pensar Na certeza do bom momento Onde vamos efetivar Um bom modelo de pensamento Em prol da boa vida E do bom comportamento Natureza tem ciclos e *dinamicidade* Que devem ser respeitados Pro bem da sociedade E pelos seres sensibilizados Na certeza de fazer o bem E para isso ser motivados A história da humanidade Passa por um novo momento Onde toda a sociedade

Tem de ter bom pensamento Na certeza da alegria E na vivência do bom momento Site: ~,http:ÿÿ~ aprendizesdanatureza.~ blogspot.comÿ2013ÿ01ÿ~ um-cordel-sobre-natureza.~ html~, Vocabulário Artífice: s. m. [Fig.] Indivíduo que inventa; compõe ou é o autor de alguma coisa. Destreza: s. f. Capacidade para realização de movimentos ágeis, rápido, eficazes. Dinamicidade: s. f. O que está em constante movimento. Irmandade: s. f. Amizade afetuosa e íntima entre pessoas diversas. Multicor: adj. Que tem muitas cores.

Singeleza: s. f. Em que há simplicidade. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Histórias para Ler e Contar õxo !:::::::::::::::::::::::ÿ é l -- Vamos refletir? _ é h:::::::::::::::::::::::j A Mesa dos Ricos Se nos vissem sentados na nossa mesa de cozinha, feita à mão e toda arranhada, saberiam logo que não somos ricos. Mas o meu pai está a tentar fazer- -nos ver que somos. Será que não vê os meus sapatos gastos? Ou que o meu irmãozinho tem remendos nas calças que leva para a escola? E como explicará ele aquela *carrinha* a desfazer-se, estacionada à nossa porta?

-- Não consegues enganar-me -- digo-lhe. -- Somos pobres. Será que os ricos se sentariam a uma mesa como esta? A minha mãe, como que acariciando a mesa, diz: -- Bem, nós somos ricos e sentamo-nos aqui todos os dias. Às vezes, penso que sou a única pessoa sensata na família. Diga-se de passagem que os meus pais fizeram esta mesa com madeira que outras pessoas deitaram fora. Até festejaram quando a terminaram. Não me interpretem mal: eu gosto desta mesa. Só digo que se vê logo que não veio de uma loja de mobílias. Não tem ar de ser uma mesa à qual os ricos se sentariam. Mas a minha mãe pensa que, se todos os governantes do mundo se sentassem em redor de uma amigável mesa de madeira na cozinha de alguém, resolveriam os seus *diferendos* em metade do tempo. E o meu pai diz que não fazia mal se houvesse um lindo prato azul com muitos bolinhos empilhados, que todos pudessem tirar, mesmo sem ter de pedir. Hoje, porém, trata-se da nossa cozinha, da nossa discussão, da nossa reunião familiar, dos nossos bolinhos de gengibre com especiarias, empilhados no melhor prato de flores azuis da minha mãe, colocado exatamente no centro da mesa. Fui eu que convoquei a reunião, cujo tema é dinheiro; o meu ponto de vista é que não temos dinheiro que chegue. Digo aos meus pais que devem ambos arranjar empregos melhores, para podermos comprar muitas coisas novas e boas. Digo-lhes que faço má figura na escola diante dos outros. -- Não gosto de ter de falar disto, mas era bom que fossem ambos mais ambiciosos. Ficam surpreendidos. Vê-se bem que nunca pensam nas coisas de que necessitamos. Devo dizer desde já que os meus pais têm umas ideias estranhas acerca do trabalho. Pensam que os únicos empregos que interessam são empregos ao ar livre. Querem ter rochedos, desfiladeiros, desertos ou montanhas em redor deles, onde quer que estejam a trabalhar. Até querem ver bem o céu. Trabalham sempre juntos e a sua ocupação favorita é procurar ouro. Enfiam-nos naquela *carripana* e lá vamos nós em direção às montanhas rochosas e desertas ou em direção a alguma *ravina* estreita, onde todas as estradas se assemelham a trilhos de *coiotes*. Adoram a caminhar pelas amplas margens de rios agora secos, onde se podem encontrar pequenos salpicos de ouro. Costumavam dizer-nos que a carrinha sabia exatamente que tipos de estrada bater, e que os coiotes lhes indicavam onde procurar ouro, mas eu nunca acreditei neles. Depois de passarem lá um mês ou dois, traziam sempre um pouco de minério para vender, mas vê-se bem que nunca enriqueceram. Pelo que me é dado ver, tratava-se apenas de um pretexto para acampar de novo num lugar selvagem e belo. Não se importam de plantar campos de milho doce ou de alfafa. Gostam de apanhar pimentão-de- -cheiro, abóbora e tomate. Conseguem construir *vedações* fortes ou domar *potros* selvagens. Mas dizem que não aguentam ficar engaiolados em casa. Por isso, o meu pai pergunta: -- Quantas pessoas há que sejam tão afortunadas como nós?

Mas como fui eu quem convocou esta reunião, respondo: -- Aposto que fariam mais dinheiro se trabalhassem num escritório na cidade. -- Lembra-te da nossa regra número um -- insiste o meu pai. -- Temos de poder ver o céu. -- Podiam vê-lo através de uma janela -- sugiro. Mas eles nem querem ouvir falar disso. Já percebem por que digo que sou o único membro *sensato* da família? Finalmente, a minha mãe diz: -- Está bem, Filha da Montanha. Vamos explicar-te como fazemos contas. Hoje, vais ser a nossa contabilista. Distribui um lápis e uma folha de papel amarelo por cada um de nós, o meu irmão incluído, embora ele só finja que escreve enquanto nós escrevemos, ou desenhe pessoas a dançar no céu. Já agora, o meu nome não é Filha da Montanha. Chamam-me assim porque nasci numa cabana na encosta de uma montanha, no Arizona, num verão em que os meus pais tinham ido em busca de ouro. Dizem que era um lugar mágico, a mais bela montanha que alguma vez escalaram. Talvez fosse, mas sabemos bem o quanto eles gostam de exagerar. Como queriam que a primeira coisa que eu visse fosse aquela encosta, quando tinha apenas oito minutos de vida levaram-me a ver o nascer-do-sol. A verdade é que ainda gosto muito do nascer-do-sol. Quanto ao meu irmão, chamam-lhe Filho do Oceano. Como eu tinha tido a melhor montanha como primeira paisagem da minha vida, acharam que deviam encontrar o oceano mais belo para quando ele nascesse. Penso que percorreram o México todo para encontrar um lugar onde o oceano e a selva se encontrassem. Queriam que o céu estrelado fosse azul- -púrpura e que as ondas do mar fossem da cor verde que eles preferem. Ergueram-no bem alto, para que aquelas ondas fossem a primeira paisagem da sua vida. Havemos de voltar um dia àquele oceano verde e à minha montanha alta. Por ora (em- bora os meus pais digam que são ricos), não há dinheiro para irmos a lado algum. Por isso, não admira que eu tenha tido de convocar esta reunião. Acreditam que o meu pai me olha bem nos olhos e me diz: -- Mas, Filha da Montanha, eu estava *persuadido* de que sabias o quanto somos ricos. Respondo-lhe: -- Esta conversa só vai resultar se admitirmos que somos pobres. O meu pai continua: -- Vou provar-te agora mesmo o que disse. Façamos uma lista do dinheiro que ganhamos por ano. -- Quanto é? -- pergunto. -- Preciso de anotar. -- Calma aí -- adverte o meu pai. -- Temos de pensar em montes de coisas antes de somarmos tudo. -- Que coisas? A minha mãe contribui: -- Sabes que não recebemos o nosso salário apenas em papel-moeda. Temos um plano especial que nos permite ser pagos em pores-do-sol, em tempo para escalar desfiladeiros e procurar ninhos de águia. Não desarmo: -- Não podem dar-me uma quantia só para que eu possa anotar? Começamos com vinte mil dólares. É quanto o meu pai diz que vale poder trabalhar ao ar livre, ver o sol durante todo o dia, sentir o vento e cheirar a chuva, uma hora antes de ela cair realmente. Diz que é quanto vale estar num sítio onde pode cantar alto quando lhe *apetece*, sem incomodar ninguém. Mal escrevo vinte mil, a minha mãe acrescenta: -- É melhor escreveres trinta mil, porque poder ouvir coiotes a uivar nas colinas vale, pelo menos, mais dez mil dólares. Escrevo trinta mil. A minha mãe lembra-se de que tam- bém gostam de viagens longas e de montanhas distantes que mudam de cor dez vezes ao dia. -- Para mim, isso vale mais cinco mil dólares. O que não me surpreende, já que a minha mãe afirma ser uma especialista em sombras de montanha no deserto. Diz que consegue saber as horas pela forma como as cores das sombras variam do nascer ao pôr do sol. Apago o que escrevi antes e escrevo trinta e cinco mil dólares. O meu pai lembra-se, então, de outra coisa. -- Quando um *cato* floresce, temos de lá estar porque podemos não voltar a ver aquela cor em mais dia algum da nossa vida. Quanto pensas que vale essa cor? -- Cinquenta *cêntimos*? -- pergunta o meu irmão. Decidem-se por acrescentar cinco mil à lista. Já vamos em quarenta mil dólares. Mas eu tinha me esquecido do quanto o meu pai gosta de imitar os sons dos pássaros. Consegue imitar qualquer um, mas a sua melhor imitação são as pombas de asas brancas, os corvos, os falcões de cauda ruiva e as codornizes. Também é bom a imitar águias e corujas de grandes bicos. Por isso, lá temos nós de acrescentar mais dez mil por termos a sorte de conviver com aves diurnas e noturnas. Risco a soma que tinha escrito e assento cinquenta mil dólares. -- Agora vejamos quanto vale a nossa Filha da Montanha. Decido entrar no jogo e sugiro que valho dez mil dólares, embora o meu irmão tenha começado a rir-se. -- Não te subestimes -- diz o meu pai. -- Lembra-te daquelas listas fabulosas que nos fazes. Tem razão. Faço listas dos melhores livros que cada um de nós leu, e dos que cada um de nós quer ler de novo. Também fiz uma lista de todos os animais que cada um de nós viu e daqueles que mais queremos ver -- ao ar livre, não num jardim zoológico. O animal que eu mais gostava de ver é o leão da montanha. Já sonhei com ele quatro vezes e também já lhe vi o *rasto*. O meu pai escolheu o urso-pardo da América. A minha mãe quer ver um lobo e ouvi-lo uivar. O meu irmão *hesita* entre um golfinho e uma baleia. Lembro-me de todos porque sou eu que faço as listas. Acabam por achar que valho um milhão de dólares. Protesto, mas anoto a soma. Acabamos por decidir que cada um de nós vale um milhão de dólares. A soma de toda a nossa riqueza totaliza agora quatro milhões e cinquenta mil dólares. Dou-me conta de que quero adicionar cinco mil dólares pelo prazer que me causa vaguear pelo campo, sozinha, livre com um lagarto, sem ter de seguir trilhos, sem ter um plano, apenas pelo prazer de andar ao sabor do vento. A minha família acha que isso vale cinco mil. O que totaliza quatro milhões e cinquenta e cinco mil dólares. Por fim, o meu irmão quer ainda juntar sete dólares por todas as noites em que adormecemos ao ar livre, sob as estrelas. Pensamos que sete dólares são insuficientes e convencemo-lo a arredondar para cinco mil. A minha folha registra agora quatro milhões e sessenta mil dólares -- e ainda nem sequer começamos a contar o nosso dinheiro em papel- -moeda. Para ser franca, esse tipo de riqueza já não conta muito neste momento. Sugiro que nem faça parte da nossa lista de riquezas. E, assim, a reunião chega ao fim. A família foi até lá fora ver o novo quarto de lua. Mas eu fiquei sentada à nossa querida mesa feita à mão, sobre a qual o prato de flores azuis da minha mãe conserva ainda um bolinho, e escrevo este livro sobre nós. Acaricio a mesa e fico contente por a termos. Acho que o título deste livro vai ser *A Mesa dos Ricos*. Fonte: Byrd Baylor. *The Table Where Rich People Sit*. New York, Aladdin Paperbacks, 1998 (Tradução e adaptação). Vocabulário Apetecer: v. Desejar. Carrinha: s. f. [Portugal] Caminhonete pequena, fechada ou aberta, usada no transporte de passageiros e mercadorias. Carripana: s. f. Veículo velho ou de má qualidade us. para transporte coletivo.

Cato: s. m. Espécie de planta tipo cacto. Cêntimo: s. m. A centésima parte da moeda de diversos países. Coiotes: s. m. Semelhante ao lobo, porém menor e mais comprido e magro, com orelhas proporcionalmente mais compridas, encontrado do Alasca ao Panamá. Diferendos: s. m. Desacordos, desentendimentos. Hesita: v. Mostra dúvida. Persuadido: v. Convencido. Potros: s. m. Cavalo novo com menos de 30 meses. Rasto: s. m. Pegada, vestígio deixado por animal ou pessoa no seu caminho. Ravina: s. f. Escoamento de grande concentração de águas pelas encostas. Sensato: adj. Que tem juízo; equilibrado.

Vedações: s. f. Ato de cercar, fechar. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Seção Juvenil Quebra-cuca õxo !:::::::::::::::::::::::ÿ é l -- Essas eles não _ é l acertam! _ é h:::::::::::::::::::::::j _`[{furinho enfurecido._`] 1) O que cavalo foi fazer no orelhão? 2) O que é que tem cauda, mas não é cão; não tem asas, mas sabe voar. Se a largam, não sobe, e sai ao vento a brincar? 3) O que é que pode passar diante do sol sem fazer sombra? 4) O que o nadador faz para bater o recorde? 5) O que anda com a barriga para trás? 6) O que é um tigre que se parece com um velho? 7) O que é que tem mais de dez cabeças e não sabe pensar? 8) O que que enche uma casa, mas não enche uma mão? 9) O que é que nasce a socos e morre a facadas? 10) Qual é o animal que não vale mais nada? Respostas: 1) Passar um trote. 2) A pipa. 3) O vento. 4) Nada. 5) A perna da gente. 6) O tigre de bengala. 7) Uma caixa de fósforo. 8) Um botão. 9) O pão. 10) O javali. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Você sabia? õxo !:::::::::::::::::::::::ÿ é l -- Interessante! _ é h:::::::::::::::::::::::j 1) Os homens das cavernas caçavam dinossauros? Os dinossauros surgiram há pelo menos 228 milhões de anos, muitíssimo antes dos homens! Quando os homens das cavernas apareceram, os dinossauros já tinham sumido há muito tempo. Curiosidade: Faz mais de 300 anos que os primeiros traços da existência dos dinossauros foram descobertos: primeiro um punhado de ossos, depois dentes imensos. Foi um estudioso inglês que deu o nome para esses animais que ninguém conhecia. Dinossauro vem de duas palavras gregas que significam “lagarto terrível”. 2) Os dinossauros eram ferozes? Conhecemos mais ou menos 800 espécies de dinossauros. Alguns eram grandes, com dentes muito afiados, como o tiranossauro. Mas os dinossauros gigantescos eram herbívoros muito pacíficos: só comiam plantas! 3) Onde os homens das cavernas viveram? Os primeiros homens das cavernas habitavam as *savanas africanas*, depois foram se espalhando por todas as regiões da Terra. Há mais ou menos dez mil anos, os homens que viveram no Brasil caçavam os *mastodontes* que existiam aqui e faziam pinturas na entrada das grutas. E essas pinturas ainda estão lá! 4) É verdade que o homem é descendente do macaco?

Acredita-se que os homens e os macacos tenham mesmo um ancestral comum. Os humanos são descendentes diretos do grupo dos australopitecos. Estes foram os primeiros a se sustentar sobre as pernas. 5) Os homens das cavernas eram parecidos com a gente? A espécie humana evoluiu. Há dois milhões de anos, os primeiros homens eram muito mais corpulentos que nós, tinham o cérebro bem pequeno e uma cabeça esquisita! Curiosidade: Os arqueólogos levam anos escavando o chão para achar dentes, ossos e outros objetos que possam mostrar como eram e como viviam os primeiros homens. Os paleontólogos estudam os registros fósseis para tentar reconstituir a história da vida na Terra. É um verdadeiro

quebra-cabeça para colocar tudo em ordem! Fonte: Minha 1ª Biblioteca Larousse: porquês/tradução Ricardo Lisias. -- São Paulo: Larousse do Brasil, 2007. Vocabulário Mastodontes: s. m. Mamífero, proboscídeo fóssil, parecido com o elefante, mas com quase o dobro do tamanho e com dois dentes incisivos alongados no maxilar superior e outros dois mais curtos no inferior. Savanas: s. f. Tipo de vegetação que ocorre em latitudes médias e, habitualmente, em regiões de clima tropical com período de estiagem prolongada e em solos pobres e ácidos. Essas formações vegetais são constituídas por

arbustos, gramíneas e árvores de pequeno porte. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Vamos rir? õxo !:::::::::::::::::::::::ÿ é l -- Você é curioso? _ é h:::::::::::::::::::::::j Como deixar alguém curioso? Eu conto amanhã. Por que os fantasmas são péssimos para contar mentiras? Porque são transparentes. Por que a plantinha não foi atendida no hospital? Porque só tinha médico de plantão. Se você está se sentindo sozinho, abandonado, achando

que ninguém liga para você... Atrase um pagamento. O que a Lua disse ao Sol? -- Nossa, você é tão grande e ainda não te deixam sair à noite! O condenado à morte esperava a hora da execução, quando chegou o padre: -- Meu filho, vim trazer a palavra de Deus para você. -- Perda de tempo, seu padre. Daqui a pouco vou falar com Ele, pessoalmente. Algum recado? Manuel está tomando banho e grita para Maria: -- Ô Maria, me traz um xampu. E Maria lhe entrega o xampu. Logo em seguida, ele grita novamente: -- Ô Maria, me traz outro xampu. -- Mas eu já te dei um agorinha mesmo, homem! -- É que aqui está dizendo que é para cabelos secos, e eu já molhei os meus. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Historiando õxo !:::::::::::::::::::::::ÿ é l -- Nem sempre foi _ é l assim! _ é h:::::::::::::::::::::::j Antigas Civilizações Império Romano 1- Vasto Império O Império Romano é uma das civilizações mais conhecidas mundialmente graças à sua cultura, arquitetura, literatura e excepcional história marcada por grandes e famosas batalhas. Extremamente vasto, o Império Romano já contava com cerca de 65 milhões de habitantes por volta do século 2 d.C. 2- Vestes Famosas As vestes usadas na Roma Antiga eram bem características e se chamavam togas. Mas nem todos naquela época podiam usar tais roupas. Você sabe o porquê? As togas só podiam ser vestidas por cidadãos romanos, e o padrão de cores usado possuía significados específicos, indicando determinadas *hierarquias* daquela sociedade. 3- Imposto A cobrança de impostos não é uma prática de hoje. Na Roma Antiga, por exemplo, tudo era passível de cobrança. Havia inclusive um imposto sobre a urina, pois os mercadores da época compravam esse “material”, coletado nas

latrinas públicas, para curtir o couro de animais. 4- Pontes Grandiosas Muitas das pontes construídas durante o Império Romano estão de pé e são usadas até hoje. Uma das mais bonitas está sobre o rio Tejo, na Espanha. Trata-se da ponte de Alcântara, construída em 106 d.C. pelo imperador Trajano, que disse sobre ela na época: “Eu construí uma ponte que durará para sempre”. Por enquanto, ele está certo. Império Egípcio 1- Significado de Faraó A palavra “faraó” é de origem hebreia e significa “grande casa”. Inicialmente, o termo era usado para se

referir a um palácio grandioso e somente depois passou a indicar a figura de um monarca. Tal palavra, como denominação ao rei do Egito, popularizou- -se por causa do livro de Êxodo, na Bíblia. 2- Grandes Soberanos A história egípcia é marcada pela passagem dos soberanos da época: os faraós. Ao todo, 170 faraós reinaram no Egito Antigo. O mais longevo deles foi Ramsés II, cujo reinado teve duração de aproximadamente 65 anos. 3- Direitos Iguais Na antiga civilização egípcia, as mulheres tinham praticamente os mesmos direitos que os homens. Com exceção de algumas profissões, as

egípcias eram livres para se casar com quem desejassem, pedir o divórcio, viajar e até ter e administrar propriedades. Fonte: 101 curiosidades -- História/Palmas Blanca Alves Barbieri; ilustrado por Shutterstock. -- Jandira, SP: Ciranda Cultural, 2021. Vocabulário Hierarquia: Organização segundo vários graus de poder e subordinação. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Leitura Interessante õxo !:::::::::::::::::::::::ÿ é l -- O Amorrrrrrr! _ é h:::::::::::::::::::::::j Dia dos Namorados Jefferson Evandro Machado Ramos Graduado em História pela Universidade de São Paulo -- USP (1994). O Dia dos Namorados é uma data comemorativa, não oficial. A comemoração desta data remonta ao Império Romano. Um bispo da Igreja Católica, São Valentim, foi proibido de realizar casamentos pelo imperador romano Claudius II. Porém, o bispo desrespeitou a ordem imperial e continuou com as cele- brações de matrimônio, porém de forma secreta. Foi preso pelos soldados e condenado à morte. Enquanto estava na prisão, recebeu vários bilhetes e cartões, de jovens apaixonados, valorizando o amor, a paixão e o casamento. O bispo Valentim foi *decapitado* em 14 de fevereiro do ano 270. Em sua homenagem, esta data passou a ser destinada aos casais de namorados e ao amor. A comemoração passou a ser realizada sempre em 14 de fevereiro, principalmente, na Europa e, posteriormente (século XVII), nos Estados Unidos. Nos Estados Unidos, o Dia dos Namorados é chamado de *Valentine's Day*. Celebrado em 14 de fevereiro, a comemoração é feita de uma forma diferente da brasileira. Nos Estados Unidos, a data é comemorada, principalmente, por namorados, casais casados,

noivos, amigos e pessoas que se amam (entre pais e filhos também é comum). Os que se amam demonstram, nesta data, todo seu amor através da troca de cartões, flores, chocolates e presentes. Os cartões costumam ser confeccionados pela própria pessoa, o que dá um toque bem criativo e pessoal a data. No Brasil, a data apresenta uma história bem diferente, pois está relacionada ao frei português Fernando de Bulhões (Santo Antônio). Em suas pregações religiosas, o frei sempre destacava a importância do amor e do casamento. Em função de suas mensagens, depois de ser canonizado, ganhou a fama de “santo casamenteiro”. Portanto, em nosso país, foi escolhida a data de 12 de

junho por ser véspera do dia de Santo Antônio (13 de junho). Assim como em diversos países do mundo, aqui também é tradição a troca de presentes e cartões entre os casais de namorados. Fonte: Disponível em: ~,https:ÿÿwww.suapesquisa.~ comÿdatascomemorativasÿ~ dia{-dos{-namorados.htm~, Acesso em: 10/02/2022. Vocabulário Decapitado: Degolado, descabeçado, sem cabeça. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Cuidando do Corpo e da Mente õxo !:::::::::::::::::::::::ÿ é l -- Vamos praticar! _ é h:::::::::::::::::::::::j Cinco cuidados com a saúde que devemos ter no inverno Os cuidados com a saúde devem acontecer diariamente. No entanto, intensificá-los na época mais fria ajuda a prevenir doenças, deixando toda a sua família mais saudável. Com a chegada dos dias mais frios, os cuidados com a saúde precisam ser redobrados. A queda da temperatura, associada à baixa umidade do ar, faz com que nosso organismo sinta a mudança climática, tanto interna quanto externamente. Somada a isso, há uma concentração maior de poluentes favorecendo, principalmente, o

desenvolvimento de doenças respiratórias. Por tudo isso, os cuidados no inverno com a saúde são fundamentais e devem englobar alguns ajustes na rotina e na alimentação, além de atenção especial a crianças e idosos, que são os que mais sentem com esses dias gelados. Como dito, os cuidados com a saúde devem ser diários. Hábitos saudáveis, boa alimentação, tempo para lazer, entre outros, são importantes para todas as pessoas e proporcionam mais qualidade de vida e sensação de bem-estar. No inverno, esses cuidados devem ser um pouco modificados, a fim de ajudar o organismo a passar por essas mudanças do clima sem sequelas. Veja algumas dicas de como fazer isso e ajudar você e sua família.

1. Beba mais água No inverno é mais difícil sentirmos sede. Por conta disso, deixamos de beber a quantidade de água necessária. Acontece que ela é essencial para manter o bom funcionamento do nosso organismo de maneira geral, por isso sua ingestão deve ser feita da mesma maneira nos dias mais frios. Além de manter o bom metabolismo, a água ajuda a hidratar a pele e a garganta -- o que é muito importante especialmente nos dias em que o ar está mais seco. 2. Hidrate mais a pele Por falar em pele, ela é uma das que mais sofrem no inverno. Por isso, os cuidados com a saúde nesses meses mais frios podem começar por ela. O ressecamento *cutâneo* acontece, principalmente, pela junção de dois fatores: menor transpiração corporal e banhos mais quentes. O resultado é a diminuição da hidratação natural da pele, deixando-a com aspecto ressecado e sem brilho. Uma forma de intensificar os cuidados no inverno com a saúde da sua pele é: • beber mais água; • tomar banhos mais rápidos ou menos quentes; • dar preferência a sabonetes neutros; • usar creme ou loções hidratantes por todo corpo. 3. Mantenha os ambientes arejados Outra tendência muito comum nos dias frios é fechar todas as janelas para deixar o am- biente mais quente, mas essa é uma prática errada. Fazendo isso você impede a circulação de ar, colaborando para o surgimento das doenças típicas dessa época que, ao contrário que muitos pensam, aumentam no inverno não pela baixa temperatura, mas sim pela aglomeração de pessoas em um mesmo local. Por esse motivo, mantenha, ao menos, uma janela aberta para que haja a circulação do ar na sua casa. 4. Tenha uma alimentação adequada No inverno, também é normal sentirmos mais fome e, por consequência, comer mais alimentos *calóricos*. Isso acontece porque nosso organismo, naturalmente, pede mais *nutrientes* para nos manter aquecidos. No entanto, é muito importante continuar com uma alimentação saudável mesmo nos dias mais frios, consumindo frutas, legumes e verduras. Não só para manter o peso e se livrar das indesejadas gorduras corporais, o consumo de alimentos saudáveis deve fazer parte dos seus cuidados, pois isso ajuda a prevenir muitas doenças do frio e manter o sistema imunológico em dia. Laranja, limão, brócolis e pimentão amarelo são apenas alguns exemplos de alimentos que podem ser incluídos nos cuidados no inverno com a saúde da sua família. 5. Pratique exercícios físicos A prática de exercícios físicos é outro hábito que ajuda a fortalecer o *sistema imunológico*. No entanto, muitas pessoas deixam essa atividade de lado nos dias mais frios. Aqui, é importante saber que praticar exercícios no inverno queima mais gordura que no verão. Além disso, ajuda a

combater a preguiça e o mau humor, que também costumam ser bastante característicos nessa época do ano. Por mais que tragam benefícios, também é preciso tomar alguns cuidados com a saúde ao praticar esportes nessa estação, tais como: • agasalhar-se, mas sem exageros; • manter a hidratação; • optar por horários menos frios; • aquecer antes do treino para estimular a musculatura; • respeitar seus limites. Tomando esses cuidados no inverno com a saúde da sua família e, claro, com a sua, vocês poderão curtir juntos a estação mais aconchegante do

ano, criando lembranças únicas para toda a vida. Fonte: Disponível em: ~,https:ÿÿplanicie.com.brÿ~ blogÿcuidados-com-a-saude-~ que-devemos-ter-no-~ invernoÿ~, Acesso em: 17/02/2022. Vocabulário: Calóricos: s. m. Relativo a calor ou a caloria. Cutâneo: adj. Que diz respeito à pele. Nutrientes: Um nutriente é uma substância utilizada por um organismo para sobreviver, crescer e reproduzir. Nutrientes são necessários para animais, plantas, fungos e protistas. Sistema imunológico: É um sistema complexo que envolve uma série de células e órgãos que funcionam, em conjunto, como uma grande barreira de proteção. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo História em quadrinhos do Superbraille õxo !:::::::::::::::::::::::ÿ é l -- Mais uma _ é l aventura! _ é h:::::::::::::::::::::::j Superbraille é uma história em quadrinhos criada pela Comissão da Revista Pontinhos. Luís é um menino cujo superpoder está na bengala que ele traz sempre consigo. Ao segurá-la com a mão esquerda, ele se transforma no Super- braille, com o superpoder de, ao tocar em textos em tinta, torná-los acessíveis no formato braille. A partir deste número, a HQ do Superbraille ganha uma nova personagem, Gigi, uma menina cega, recém-chegada à escola do Luís/Super- braille. O nome é uma homenagem à cantora lírica Giovanna Maira, assinante da revista desde criança e parceira nas redes sociais. _`[Superbraille em... “Uma nova amiga!” em 12 quadrinhos: Q1: Narrador diz: “Parecia só mais um dia de aula na vida de Luís, que nem desconfiava o que estaria reservado para ele. Acordou, tomou café e foi para a escola como todos os outros dias.” Luís, de frente para sua mãe, diz: “Mãe, bom dia! O café está pronto?” Mãe responde: “Bom dia, filho! Está sim. Não vai se atrasar para aula.” Q2: Narrador diz: “Ao chegar, encontrou os amigos

reunidos no pátio. Conversavam animadamente quando foram interrompidos...” Luís diz: “E aí, galera!” Marcos diz: “Não acredito, é só o Luís chegar que o ý"toque de recolherý" acontece”. Q3: Narrador diz: “No intervalo, Luís foi ao banheiro que ficava ao lado da sala da coordenação pedagógica e viu um casal com uma menina indo em direção a essa sala.” Q4: Luís, em pé no corredor, pensa: “Quem será essa menina! Ela tem mais ou menos a minha idade. O que será que está acontecendo, afinal a mãe da menina está um pouco alterada.” Q5: Todos se acomodam na sala da coordenação, e a mãe pergunta: “A senhora quer dizer, então, que a minha filha não pode estudar aqui, é isso mesmo?” A coordenadora responde: “Não é que não possa, mas não temos estrutura pedagógica para atender às necessidades da sua filha, sentimos muito.” Q6: Narrador diz: “A essa altura, Luís estava cada vez mais intrigado com o diálogo.” Luiz, em pé no corredor, pensa: “O que será que tem essa menina?” Q7: Na sala da coordenação, a mãe, sentada, diz: “Sei que vocês conhecem o Estatuto da Pessoa com Deficiência -- LEI N.o 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015 --, que garante ý"sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vidaý". Minha filha precisa apenas de que a aceitem, ela tem condições de aprender como os outros colegas.” A coordenadora, sentada à sua frente, pergunta: “Mãe, como ela vai acompanhar as aulas? Os professores não têm experiência para lidar com a deficiência dela.” A menina, responde: “Eu ensino como!” Q8: Narrador diz: “Luís olhou atentamente e só aí percebeu qual era a deficiência da menina.” A coordenadora, de frente para a família no corredor, responde: “Bom! Com essa disposição, com uma postura tão destemida como a sua, Giovanna, você venceu!” Luís, na porta do banheiro, pensa: “Ah! O nome dela é Giovanna, e ela é cega. Gostei dela, é uma das minhas. Fico feliz pela atitude dessa menina e, mais feliz ainda, porque provavelmente será minha colega de turma.”

Q9: Giovanna está com sua garrafinha na mão. Narrador diz: “O porquê de tanta felicidade não era só por poder lidar com uma pessoa com deficiência e ajudá-la no dia a dia no cotidiano do Superbraille...” Q10: Luís, em pé no corredor, pensa: “Giovanna é linda!!!! Cabelos castanhos claros, presos em um rabo de cavalo impecável e um lindo par de olhos azuis.” Q11: Narrador diz: “A coordenadora, após o intervalo, levou Giovanna para conhecer a escola e a sua turma. A acolhida foi receptiva. Luís era o mais receptivo de todos.” A coordenadora, com o braço em volta da Giovanna, diz: “Olá, turma! Esta é a nova colega de turma de vocês, Giovanna. Ela já estará aqui a partir de amanhã.” Luís, de frente para Giovanna, diz: “Olá! Eu sou o Luís! Seja bem-vinda, Giovanna! Mas... podemos te chamar de Gigi?” Giovanna diz: “Prazer, Luís! Claro que sim! Adorei!” Q12: Luís e Giovanna estão um de frente para o outro. Narrador diz: “E assim parecia começar uma linda amizade entre esses dois seres humanos que se completariam em suas diferenças.”_`] õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Nota da Comissão: Prezado leitor, nesta edição da revista Pontinhos você recebe de brinde um livro falado gravado e editado pela Coordenação do Livro Falado do Instituto Benjamin Constant. O livro

falado é seu, não é necessária a devolução! Boa leitura!!! õxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxo Fim da Obra Transcrição: Diogo Silva Müller Dunley Coordenação de revisão: Geni Pinto de Abreu Revisão Braille: Vanessa Almeida Produção: Instituto Benjamin Constant Ano: 2022