PONTINHOS Ano 65, n.o 386, Julho/Setembro de 2023 Ministério da Educação Instituto Benjamin Constant Publicação Trimestral de Educação, Cultura e Recreação Editada e Impressa na Divisão de Imprensa Braille Fundada em 1959 por Renato M. G. Malcher Av. Pasteur, 350/368 Urca -- Rio de Janeiro-RJ CEP: 22290-250 Tel.: (55) (21) 3478-4531 ~,revistasbraille@ibc.gov.br~, ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.br~,

Diretor-Geral do IBC Mauro Marcos Farias da Conceição Comissão Editorial Camila Sousa Dutton Geni Pinto de Abreu Heverton de Souza Bezerra da Silva Hylea de Camargo Vale Fernandes Lima João Batista Alvarenga Maria Cecília Guimarães Coelho Rachel Ventura Espinheira Colaboração Daniele de Souza Pereira Revisão Marília Estevão Livros impressos em braille: uma questão de direito

Transcrição autorizada pela alínea *d*, inciso I, art. 46, da Lei n.o 9.610, de 19/02/1998. Distribuição gratuita. Arquivo da revista disponível para impressão em braille: ~,http:ÿÿwww.ibc.gov.brÿ~ publicacoesÿrevistas~, Nossas redes sociais: Anchor: ~,https:ÿÿanchor.fmÿ~ podfalar-rbc~, Facebook: ~,https:ÿÿwww.~ facebook.comÿibcrevistas~, Instagram: ~,https:ÿÿwww.~ instagram.comÿrevistas{-~ rbc{-pontinhosÿ~, Youtube: ~,https:ÿÿwww.~ youtube.comÿ~ RevistasPontinhoseRBC~,

Pontinhos: revista infantojuvenil para cegos / MEC/ /Instituto Benjamin Constant. Divisão de Imprensa Braille. n. 1 (1959) --. Rio de Janeiro: Divisão de Imprensa Braille, 1959 --. V. Trimestral. Impressão em braille. ISSN 2595-1017 1. Infantojuvenil -- Cego. 2. Pessoa cega. 3. Cultura -- Cego. 4. Revista -- Periódico. I. Pontinhos. II. Revista infantojuvenil para cegos. III. Ministério da Educação. IV. Instituto Benjamin Constant. CDD-028.#ejhga

Bibliotecário -- Edilmar Alcantara dos S. Junior -- CRB/7 6872

Sumário Poesia :::::::::::::::::: 3 Convite ::::::::::::::::: 3 Cordel :::::::::::::::::: 4 José Camelo de Melo Resende ::::::::::::::: 4 O pavão misterioso :::::: 4 História para ler e contar ::::::::::::::::: 14 Aconteceu com Margarida ::::::::::::: 14 História do dentinho :::: 17 Quebra-cuca ::::::::::::: 19 Palavras-cruzadas ::::::: 19 Você sabia :::::::::::::: 22 Vamos rir ::::::::::::::: 24 Historiando ::::::::::::: 28 Zé Carioca faz 80 anos: saiba como foi a criação do personagem mais brasileiro da Disney :::::::::::::::: 28

Leitura interessante :::: 32 Tenho orgulho de meus pais ::::::::::::::::::: 32 Cuidando do corpo e da mente :::::::::::::::::: 41 Cinco benefícios de praticar atividades ao ar livre com as crianças ::::::::::::::: 41 _`[Imagem da mascote da Revista Pontinhos, Furinho, em formato de um punção. A parte superior é a cabeça, com olhos e boca; a ponta é o corpo; das laterais, saem braços com as mãos na cintura; os símbolos *õxo* representam a cabeça e *é* o corpo._`]

õxo !::::::::::::::::::::::::ÿ é l Olá, amiguinho! _ é l Estou de volta para _ é l compartilhar com você _ é l um pouco de poesia e _ é l rimas de cordel! Mas _ l a diversão não para _ l por aí. Será que você _ l lembra de palavras _ l cruzadas? Não quebre _ l a cuca com as pergun- _ l tas para resolvê-las. _ l Ah! Você já partici- _ l pou de uma festa do _ l pijama? Ficou curio- _ l so? Então, continue _ l com a gente e boa _ l leitura!! _ h::::::::::::::::::::::::j õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Poesia Convite José Paulo Paes Poesia é brincar com palavras como se brinca com bola, papagaio, pião. Só que bola, papagaio, pião de tanto brincar se gastam. As palavras não: quanto mais se brinca com elas mais novas ficam. Como a água do rio que é água sempre nova.

Como cada dia que é sempre um novo dia. Vamos brincar de poesia? Fonte: “Poemas para brincar”. São Paulo: Editora Ática, 2011. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Cordel O pavão misterioso José Camelo de Melo Resende (fragmento) Creusa disse: -- Estou pronta, Já podemos ir embora! E subiram pela corda, Até que saíram fora. Se aproximava a alvorada, Pela cortina da aurora. Com pouco, o conde acordou, Viu a corda pendurada Na coberta do sobrado. Distinguiu uma zoada E as lâmpadas do aparelho Mostrando luz variada. E a gaita do pavão Tocando com rouca voz. O monstro de olhos de fogo Projetando seus faróis, O conde mandando praga, Disse a moça: -- É contra nós! Os soldados da patrulha Estavam de prontidão, Disseram -- Vem ver, Fulano! Lá vai passando o pavão! O monstro fez uma curva Para tomar a direção. Então dizia um soldado: -- Orgulho é uma ilusão! Um pai governa a filha, Sem mandar no coração -- E agora a condessinha Vai fugindo do pavão! O conde olhou para a corda, Viu o buraco no telhado. Como tinha sido vencido Pelo rapaz *atilado*, Adoeceu só de raiva, Morreu por não ser vingado. Logo que Evangelista Foi chegando na Turquia Com a condessa da Grécia, Fidalga da monarquia, Em casa de João Batista Casou-se no mesmo dia. Em casa de João Batista Deu-se o grande ajuntamento, Dando viva aos noivados, Parabéns do casamento. À noite teve *retreta*, Com visita e cumprimento Enquanto Evangelista Gozava imensa alegria, Chegava um telegrama Da Grécia para a Turquia. Clamando a condessa Creusa Pelo motivo que havia. Dizia o telegrama: Creusa, vem com teu marido Receber a tua herança: O conde é falecido. Tua mãe deseja ver O genro reconhecido. A condessa estava lendo, Com o telegrama na mão. Entregou a Evangelista Que mostrou a seu irmão, Dizendo: -- Vamos voltar Por uma justa razão. De manhã, quando os noivos Acabaram de almoçar, E Creusa sem trajes de noiva Pronta para viajar, De palma, véu e capela Pois só vieram casar. Diziam os convidados: -- A condessa é tão mocinha, Mas, vestida como noiva, Tornou-se mais bonitinha! Está com um buquê de flor, Séria como uma rainha! Os noivos tomaram assento No pavão de alumínio E o monstro levantou-se, Foi ficando pequenino -- Continuou o seu voo No rumo do seu destino. Na cidade de Atenas Estava a população Esperando pela volta Do aeroplano-pavão, Ou cavalo do espaço Que imita o avião. Na tarde do mesmo dia Que o pavão foi chegado, Em casa de Edmundo Ficou o moço hospedado, Seu amigo de confiança Que foi bem recompensado. E também a mãe de Creusa Já esperava vexada. A filha mais tarde entrou, Muito bem acompanhada, De braço com o seu noivo Disse: -- Mãe, estou casada! Disse a velha: -- Minha filha, Saíste do cativeiro! Fizeste bem em fugir E casar no estrangeiro! Tomem conta da herança -- Meu genro é meu herdeiro! Justiça, só a de Deus, O juiz que já não era, Senhor que, do Céu pra Terra, Estende os poderes seus! Como somos pigmeus, A Ele não enxergamos, Mas, contudo, precisamos Enaltecer Sua Luz, Lembrados que, com Jesus, O Satanás afastamos. (Extraído do livro “Os cem melhores poetas brasileiros do século”, de José Nêumanne Pinto. São Paulo: Geração Editora, 2001. 324 p). Sobre o autor: José Camelo de Melo Rezende nasceu na cidade paraibana de Pilõezinhos em 20 de abril de 1885, e faleceu no dia 28 de outubro de 1964 em Rio Tinto, também na Paraíba. Um dos maiores autores da literatura de cordel brasileira, trabalhou como marceneiro e carpinteiro e, a partir da década de 1920, iniciou-se nas poesias em folhetos. Já autor de renome no cordel, escreveu, em fins da década de 1920, o folheto O Romance do Pavão Misterioso. Neste mesmo período, envolveu-se em problemas e necessitou ausentar-se da Paraíba por um longo tempo. Foi nessa época em que esteve longe de sua terra natal que José Camelo teria sido vítima de um plágio cometido por outro conhecido cordelista paraibano, João Melquíades Ferreira da Silva. A tese é defendida por alguns pesquisadores, como Átila Almeida, segundo o qual Melquíades teria tomado para si a autoria do folheto, publicando-o. Mas, de acordo com o folclorista Roberto Benjamin, esta informação é contestada por outros pesquisadores brasileiros, para os quais tanto José Camelo quanto João Mequíades tinham o romance como repertório de suas cantorias. De modo que, ainda que até hoje se discuta sua autoria, é fato que O Pavão Misterioso é um dos cordéis dos mais vendidos no nordeste brasileiro, tendo inspirado telenovelas, animações, canções e peças de teatro. Além de Pavão Misterioso, José escreveu outros cordéis de sucesso, como: As grandes aventuras de Armando e Rosa conhecidos por Coco Verde e Melancia; Entre o amor e a espada; História de Joãozinho e Mariquinha; O monstro do Rio Negro; Pedrinho e Julinha. Fontes: MIRANDA, Antônio. Poesia dos Brasis; José Camelo de Melo Resende ~,http:ÿÿwww.antonio~ miranda.com.brÿpoesia{-~ brasis{-paraiba{-JOSe%~ 20CAMELO%20DE%20~ MELO%20RESENDE.html~, Acesso em: 12/5/2023 BENJAMIN, Roberto. João Melquíades Ferreira da Silva, biografia. ~,http:~ ÿÿantigo.casaruibarbosa.~ gov.brÿcordelÿJoao~ Melquiadesÿjoao~ Melquiades{-biografia.~ html~, Acesso em 16/6/2023. Vocabulário: Atilado: adj. Pessoa de mente aguçada e perspicaz. Retreta: s. f. Toque de banda de música em praça pública. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

História para ler e contar Aconteceu com Margarida (autor desconhecido) Raysa saiu cedo de sua casa. Ela estava decidida a plantar uma sementinha em seu jardim. Afofou a terra, adubou-a, cavou um buraquinho e, com carinho, colocou a sementinha na terra. A sementinha de Raysa ficou quietinha na terra. Dormindo… dormindo. A terra estava muito gostosa! Ali ela sentia-se protegida. Um dia, quando a manhã chegou de mansinho, ela acordou. Havia um calorzinho gostoso aquecendo a terra. Era o sol que viera saudar nossa amiguinha. Logo depois, a chuva chegou fininha. Suas gotinhas penetraram na terra fofinha e refrescaram a sementinha, que ficou muito contente e despertou de um gostoso cochilo, erguendo um bracinho… A noite sempre vinha deixá- -la feliz! A lua prateada iluminava o céu e aguardava ansiosamente para conhecer a sua nova amiga sementinha… Nossa personagem estava curiosa para ver o mundo lá fora. Parecia ser muito bonito. Então, ela esticou com toda força seu bracinho e alcançou o orvalho fresquinho que caíra sobre a grama. As estrelinhas saudaram-na piscando… piscando… E assim, a cada dia que passava, a plantinha crescia mais. Seu caule firme começava a sustentar as suas folhas verdes e suas raízes profundas alimentavam a plantinha firmando-a no chão. Ela nunca se sentiu sozinha porque os animaizinhos do jardim de Raysa, alegres e satisfeitos, vinham sempre visitá-la. Todos os dias, a menina também vinha visitá-la. A plantinha gostava do carinho e da água fresquinha que ela trazia em seu regador. Nem sempre a chuva caía e a plantinha sentia muita sede. Um dia, um botão surgiu no alto do seu caule. O que viria, então? Então... “Apareceu a margarida, olê, olê, olá! Surge majestosa a linda margarida que saúda a natureza. Ela chegou para embelezar o jardim de Raysa. Daqui a algum tempo, ela vai murchar e

dentro dela, novas sementinhas surgirão. Raysa está muito feliz! ~,https:ÿÿonlinecursos~ gratuitos.comÿaconteceu-~ com-margarida-historia-~ infantil-para-ler-e-~ colorirÿ~, Acesso em: 11/06/2023 :::::::::::::::::::::::: História do dentinho (autor desconhecido) Era uma vez um dentinho feito de coroa e raiz. Ele nasceu, cresceu e era feliz. Até que um dia ficou doente. Seu dono não gostava de escovar os dentes. Ele comia doces, balas, chocolate, sorvete e cachorro-quente, que são inimigos dos dentes. O dono do dentinho com dor começou a chorar e foi procurar o dentista. O dentinho estava cariado e precisando de cuidado. Depois de cuidar do dentinho machucado, o dentista que é legal, lhe apresentou seus novos amigos: a pasta, a escova e o fio dental. O dentinho ficou novamente feliz e limpinho. Seu dono aprendeu a lição e para frutas, verduras e legumes mudou sua alimentação. Fonte: ~,https:ÿÿonline~ cursosgratuitos.comÿ~ historia-do-dentinho-para-~ ler-e-colorirÿ~, Acesso em: 11/06/2023 õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Quebra-cuca Palavras-cruzadas _`[Você vai observar que um nome aparece na vertical e os que aparecem na horizontal tem, pelo menos, uma letra que se cruza com o da vertical. É dica para ajudar você a descobrir a palavra._`] Personagens do Folclore Brasileiro: 1. Alma penada que sai vagando pelo mato às sextas- -feiras depois da meia- -noite. 2. Diz a lenda que, nas noites de festa junina, ele deixa o rio e se transforma em homem.

3. Criatura que protege os animais dos caçadores. 4. Esse personagem folclórico é representado por uma grande serpente de fogo que protege os animais e as matas. 5. É uma personagem muito temida pelas crianças, representada por velha feia e malvada com cara de jacaré que raramente dorme. 6. Personagem de forma metade homem metade lobo e alimenta-se de sangue. 7. Esta personagem é representada por uma sereia belíssima que atrai os pescadores com suas doces canções a fim de matá-los.

1. 2. bééé 3. éééééré 4. ééééaéé d 5. éééa d 6. éoééééééé 7. ééré Resposta: 1. Bradador 2. Boto 3. Caipora 4. Boitatá 5. Cuca 6. Lobisomem 7. Iara õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

Você sabia Que uma das primeiras moedas do mundo tinha o símbolo de uma abelha? Que existem enzimas vivas no mel? Que em contato com colher de metal essas enzimas morrem? E que a melhor forma de comer mel é com colher de pau; se não encontrar, use de plástico. Que o mel contém uma substância que ajuda o cérebro a funcionar melhor? Que o mel é um dos raros alimentos na terra que sozinho pode sustentar a vida humana? Que as abelhas salvaram as pessoas da fome na África?

Que uma colher de mel é suficiente para sustentar a vida humana por 24 horas? Que a própolis produzida pelas abelhas é um dos mais poderosos antibióticos naturais? Você sabia que o mel não tem prazo de validade? Que os corpos dos grandes imperadores do mundo foram enterrados em caixões de ouro e depois cobertos com mel para evitar a putrefação? Que o termo "lua de mel" vem de uma antiga tradição dos povos nórdicos de que os recém-casados deviam consumir mel para receber a bênção dos deuses que proporcionavam fertilidade para conceber filhos?

Que uma abelha vive menos de 40 dias, visita pelo menos 1.000 flores e produz menos de uma colher de chá de mel? Obrigado, abelhas! Fonte: ~,https:ÿÿwww.~ eismeaqui.com.brÿsaudeÿ~ veja-o-poder-do-mel-da-~ abelhaÿ~, Acesso em: 11/06/2023 õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Vamos rir Em uma escola do Rio de Janeiro, a professora pergunta: -- Pedrinho! Me diga alguma coisa sobre a vida de Vasco da Gama. -- Ah, não gosto desse assunto, professora!

-- Como assim não gosta desse assunto? -- É que eu sou flamenguista! O menino chega em casa todo molhado e sua mãe pergunta: -- Meu filho, onde você estava até essa hora que chegou todo molhado? -- Tava brincando, mamãe! -- Brincando de que, se nem chovendo tá? -- Tava brincando de cachorrinho com meus amigos. -- Mas desde quando brincar de cachorrinho molha? -- É que hoje eu era o poste! O menino vendendo laranjas num cruzamento ficava gritando: -- Óia a laranja! Óia a laranja! Ao que um senhor perguntou: -- É doce? -- Claro que não, moço! Senão eu ia tá gritando: óia o doce! A mulher ia andando pela rua e encontrou uma linda menina. -- Qual o seu nome? -- Perguntou ela. -- Meu nome é Margarida! -- Que lindo nome! -- Mamãe me deu esse nome porque, quando eu nasci, caiu uma margarida no meu berço! -- Ohhhh! -- Disse a mulher, emocionada. A mulher continua a andar e vê outra linda garota: -- Qual o seu nome? -- Repete ela. -- Meu nome é rosinha... Porque, quando eu era um bebezinho, caiu uma rosa no meu berço! A mulher ficou encantada. E logo viu um menino: -- Qual o seu nome? O garoto, todo torto, respondeu: -- Armário. Na aula de história, o professor pergunta ao aluno: -- O que aconteceu em 1769? -- Nasceu Napoleão, professor. -- Muito bem! E em 1774? -- Hum... Já sei! Napoleão fez 5 anos! O pai dá bronca no garoto: -- Luís Augusto! Você já está com 12 anos e só sabe contar até 10? Desse jeito você pensa em ser o que na vida, moleque?

-- Ah, pai... Eu posso ser juiz de boxe! õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Historiando Zé Carioca faz 80 anos: saiba como foi a criação do personagem mais brasileiro da Disney Ana Luiza Figueiredo No dia, 24 de agosto de 2022, foi comemorado o aniversário de 80 anos do personagem mais brasileiro da Disney, o Zé Carioca. Então vamos conhecer a origem do papagaio, e como ele se tornou um fenômeno no Brasil e no mundo. Em 24 de agosto de 1942, o Zé Carioca chegou oficialmente ao mundo, por meio do

lançamento do filme da Disney, “Alô Amigos”. Mas, antes disso, uma viagem motivou a criação do personagem. É que o próprio Walt Disney fez um *tour* em 1941 por diversos países da América do Sul, enquanto fazia pesquisas para os conteúdos de seu estúdio, a The Walt Disney Company. Entre as cidades visitadas estava o Rio de Janeiro. Ali, ele se inspirou para a criação do Zé Carioca, dado o amor do brasileiro pela ave falante. Segundo as histórias, Walt Disney criou o Zé Carioca no pomposo hotel Copacabana Palace, onde ficou hospedado durante sua estada no Rio de Janeiro. A estreia de “Alô, Amigos”, no ano seguinte, aconteceu em exibição mundial, com o filme sendo apresentado em salas de cinema do Rio de Janeiro já em 24 de agosto de 1942. Em “Alô, Amigos”, o Pato Donald faz uma viagem ao Brasil, e é recebido pelo Zé Carioca. Juntos, eles fazem um passeio pela América Latina, onde aprendem sobre as culturas de diversos países. O Zé Carioca nasceu como uma inspiração do próprio povo brasileiro, sendo extremamente alegre, criativo, divertido, batalhador e hospitaleiro, além de esperto e sabendo enrolar qualquer um. Ele apareceu em mais filmes, como “Você Já Foi à Bahia?”, de 1944, que mostra o Zé Carioca ao lado do Pato Donald e do galo mexicano Panchito, em um passeio pelo estado brasileiro; e em um

segmento de “Tempo de Melodia”, de 1948, que mostra novamente o papagaio ao lado do Pato Donald. Além disso, o Zé Carioca fez uma aparição em “Uma Cilada para Roger Rabbit”. Além dos cinemas, o papagaio fez sucesso nos quadrinhos, tendo suas histórias publicadas em jornais americanos, e em revistas em quadrinhos no Brasil. Para celebrar os 80 anos do Zé Carioca, é possível assistir “Alô, amigos”, “Você já foi à Bahia?”, “Tempo de melodia” e “Uma cilada para Roger Rabbit” no *Disney Plus*. Fonte: ~,https:ÿÿolhar~ digital.com.brÿ2022ÿ08ÿ~ 24ÿcinema-e-streamingÿ~ ze-carioca-faz-80-anos-~ saiba-como-foi-a-criacao-~ do-personagem-mais-~ brasileiro-da-disneyÿ~, Acesso em: 23/11/2022 õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Leitura interessante Tenho orgulho de meus pais Carla Maria de Souza Certas coisas são tão normais pra mim que tenho dificuldade em entender por que elas não são normais para os outros. Tenho dez anos e habituei- -me a ver meus pais fazendo quase tudo com uma independência que muita gente que enxerga não tem. -- Mariana, a maioria das pessoas usa a visão para tudo e não percebe que tem outros modos de você cozinhar, passar roupa, até mesmo mexer na fiação elétrica -- diz meu pai quando fico meio nervosa com meus vizinhos que fazem umas perguntas meio tolas. Lembro-me sempre da minha mãe me penteando, me vestindo, meu pai me levando pela mão, colocando em mim aquele termômetro que fala, consertando o braço da minha boneca, preparando minha comida preferida -- aqui, é ele quem cozinha e bem. Meu irmão, Daniel, é três anos mais novo do que eu e morre de rir quando alguém fala coisas do tipo: -- Leva a mamãe direitinho, viu? -- É ela quem me leva, moço. Eu nem sei aonde estou indo -- ele responde. Mas tinha uma coisa que me incomodava muito até o dia em que tomei coragem e uma atitude que nem meus pais esperavam. Modéstia à parte, eu sempre tive muitas amigas na escola. Nunca fui de arrumar briga. E o pessoal do colégio gostava muito dos meus pais. Quando a professora da Educação Infantil promoveu uma contação de histórias feita pelos pais, meu pai foi o único da minha turma que participou. Afinal, ele estava tão acostumado a fazer aquilo para a gente que achou a ideia legal. Levou um livro em braille, todo mundo quis conhecer. Fiquei super orgulhosa. Eu era chamada para as festas de aniversário de todo mundo e todo mundo ia nas minhas festas. Mas, na hora das famosas reuniões de pijama, tinha uma coisa estranha: nunca podiam ser na minha casa. As mães se ofereciam para receber a gente -- nunca grupos grandes --, mas quando a minha mãe se oferecia, vinha um monte de sorriso sem graça e diziam: -- Não, vai te dar muito trabalho. Eu ficava chateada porque queria que minhas amigas fossem na minha casa. -- Você já viu que vai ser isso, não é, Andrea? Elas têm medo de deixar as filhas na responsabilidade de cego -- comentou meu pai com minha mãe, sem saber que eu estava ouvindo. Então era isso? Mas, se meus pais podiam cuidar de mim e do meu irmão, por que não podiam cuidar de outras crianças? Um dia, deu uma chuva daquelas que, quando cai no Rio de Janeiro, a melhor solução é você ficar exatamente onde está. Foi o que fizeram os pais do Benjamin, nosso vizinho de seis anos. O problema é que o ônibus da escola já tinha deixado o Benjamin lá na portaria, como fazia todos os dias, e o porteiro ficou atrapalhado porque os pais do menino não chegavam. -- Vem aqui pra casa, Ben. Léo, você tem o telefone da Flávia, mãe do Ben? -- perguntou meu pai. Falaram-se. A mulher queria dizer que não era necessário que meu pai fizesse nada, que ela logo ia chegar, porém era impossível andar e ela cedeu muito agradecida. -- Tio Marcos, eu nunca durmo sem os meus pais -- choramingou o garoto. -- Vamos jantar primeiro e depois resolvemos isso, certo Ben? Você gosta de estrogonofe? -- perguntou meu pai que sabe agradar pelo estômago. Ben comeu tudinho, até a salada e depois a gelatina da sobremesa. Meu pai inventou de a gente jogar dominó e minha mãe arrumou para ele um pijama do Daniel. Depois, meu pai contou uma história da chuva que fazia as plantas crescerem para elas virarem árvores e protegerem a gente do Sol e a história foi tão comprida que o Ben dormiu no colo dele. No outro dia, quando ele acordou, ficou meio confuso, esqueceu que tinha dormido lá em casa e ficou chorando, mas então, a minha mãe o pegou no colo de novo, conversou com ele, ofereceu vitamina no café da manhã e ele foi se conformando. Logo os pais dele chegaram e ficou tudo certo. Então, eu decidi que ia acabar com aquela bobagem dos pais das minhas amigas. Contei a história do Ben na sala de aula, quando a professora perguntou quem tinha tido problemas com a chuva. -- Então, professora, eu descobri que tenho um problema: convencer as mães das minhas amigas que não precisa esperar um dia de chuva, uma tragédia dessas para elas dormirem na minha casa, é só deixar de ter preconceito. Meus pais não são responsáveis só nesses dias, são responsáveis sempre, tanto que cuidam de mim e do meu irmão -- eu disse. Foi a maior confusão. Todo mundo vindo se explicar pros meus pais dizendo que é claro que eles confiavam, só não queriam dar trabalho, que admiravam muito meus pais, que achavam eles superinteligentes e aquele blá-blá-blá todo que quem é deficiente cansa de escutar, tirando quem é surdo que não escuta, mas lê nos lábios ou em LIBRAS. Na semana seguinte, a festa do pijama foi na minha casa! Seis colegas! Nem dormi na véspera com medo de que na hora fosse dar errado. Mas isso não aconteceu. Foi maravilhoso! Minha mãe ensinou para a gente uns jogos de baralho e meu pai ajudou a gente a jogar no computador uns jogos que ele tem e que são ativados por voz. Sempre gostei desses, mas não sei ativar sozinha. Depois disso, a coisa foi ficando cada vez mais tranquila. Trocas de receitas (com meu pai, é claro), contatos de médicos, o melhor salão de beleza, a loja onde vende o que você está procurando... Tenho sim orgulho dos meus pais, como acho que todo filho deveria ter o direito de ter. É quase um direito porque tem pais de quem ninguém consegue se orgulhar, mas dos meus eu me orgulho porque eles trabalham duro, são valorizados no que fazem, ensinam a gente a gostar de estudar, ter responsabilidade, curtem ser nossos pais e nos ensinam todos os dias que a inteligência é a capacidade de a gente se adaptar às situações que vive e que os desafios nos tornam melhores sempre. Daniel e eu aprendemos com meus pais e seus amigos que para ser bom não é preciso ser como quem enxerga; o mais importante é ser você mesmo, encontrar a sua maneira de ser eficiente no que se faz e que não basta ao mundo ser visual, é preciso que ele seja auditivo, tátil, olfativo para que seja realmente inclusivo. Nota LIBRAS: Língua Brasileira de Sinais. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo Cuidando do corpo e da mente Cinco benefícios de praticar atividades ao ar livre com as crianças Em relação às gerações passadas, as crianças de hoje praticam muito menos atividades ao ar livre. Essa di- ferença entre os tipos de

interação vem preocupando especialistas em infância do mundo todo, uma vez que o contato com o ambiente natural estimula o desenvolvimento saudável dos pequenos em todas as suas dimensões: física, emocional, intelectual e social. Com o cenário da pandemia, a situação se agravou ainda mais. Em virtude da necessidade de isolamento social e suspensão temporária das aulas presenciais, as crianças têm ficado muito mais dentro de casa, expostas a um excesso de estímulos provindos, em geral, das telas de celular, videogame, televisão etc. A intensificação do uso da internet combinada à falta de exercícios físicos e interações com o meio ambiente tem contribuído para o aumento de casos de estresse, ansiedade e até obesidade infantil. Por outro lado, brincadeiras “do lado de fora” desencadeiam inúmeros benefícios, tais como estímulo à criatividade, autonomia e concentração, fortalecimento do sistema imunológico, melhora nas conexões sociais e outros aprendizados relevantes. A seguir, listamos cinco dos efeitos positivos das atividades ao ar livre, bem como dicas de brincadeiras que podem ser feitas nesse momento, sem perder de vista a proteção e a segurança de toda a família. Vamos lá? Benefícios das atividades ao ar livre Ganhar mobilidade propicia um salto qualitativo em todas as esferas da vida da criança. O ambiente doméstico, por seu turno, oferece uma série de restrições no que tange à exploração do potencial de seu corpo e de todo o meio que a circunda, o que afeta significativamente o seu desenvolvimento. Em suma, os pequenos necessitam das experiências ao ar livre para crescerem de modo saudável. Conheça alguns dos benefícios dessas práticas! 1. Contato com a natureza Explorar o meio ambiente é uma forma de conhecer e entender mais sobre si mesmo e sobre o universo ao seu redor. O contato com os estímulos naturais (uma infinidade de texturas, cheiros, cores, sons e perspectivas) colabora para

a apuração dos sentidos humanos, essenciais para o aprendizado e desenvolvimento de habilidades futuras. O entendimento sobre ciclo de vida e interdependência entre os seres, na maioria das vezes, é despertado pela observação das plantas, insetos e outros elementos em interação. A natureza propicia também aquela incrível sensação de paz, equilíbrio e calmaria, atuando, assim, na prevenção de transtornos psicológicos como estresse, ansiedade, hiperatividade, déficit de atenção e até mesmo depressão infantil. 2. Saúde integral Criança saudável é criança livre para se movimentar, se sujar, se desafiar, brincar, experimentar, investigar e conhecer tudo o que o mundo tem a oferecer! Assim, a prática de atividades fora do ambiente doméstico estimula a saúde física, mental e emocional dos pequenos. Ao receber luz solar, o corpo humano sintetiza vitamina D, hormônio fundamental para o sistema imunológico. O contato com as bactérias do meio ambiente fortalece igualmente a imunidade da criança. Os exercícios físicos, por sua vez, ajudam a diminuir as chances de obesidade, melhoram o sono, estimulam o foco e a concentração, além de permitir que o corpo produza serotonina e melatonina (conhecidos como hormônios do bem-estar).

3. Autonomia e criatividade Que os pequenos são naturalmente curiosos não é novidade para ninguém. Eles estão descobrindo o mundo, suas conexões e absolutamente tudo desperta seu interesse. Assim, por meio das brincadeiras em ambientes abertos, podem experimentar as diferentes possibilidades não só do local, como também do seu corpo. Ademais, espaços não estruturados e repleto de novos estímulos despertam a imaginação das crianças, assim como as encorajam a criar seus pró- prios recursos para superar desafios, tornando-as mais resilientes, criativas e autônomas.

4. Coordenação e equilíbrio Correr, saltar, sentar, inclinar, rodar, entre outros movimentos, ensinam, na prática, as noções de força, tempo e espaço e, consequentemente, despertam a consciência corporal da criança. As atividades ao ar livre fortalecem a musculatura e também estimulam uma região do sistema nervoso central denominada cerebelo, que é a responsável pela ligação entre os neurônios (sinapses). Esse processo colabora para o desenvolvimento de habilidades espaciais, equilíbrio e coordenação motora. 5. Fortalecimento dos laços afetivos Na medida em que as brincadeiras em espaços livres e abertos são mais criativas e interativas, favorecem as relações positivas com os adultos e entre as próprias crianças. Desse modo, colaboram para o desenvolvimento de importantes competências sociais, tais como empatia, responsabilidade, cooperação, respeito e valorização da diversidade. Isso sem falar que são excelentes oportunidades de vivenciar momentos únicos em família. Essas experiências fortalecem os vínculos afetivos e criam memórias que prometem ficar guardadas para sempre no coração de todos! Ideias de brincadeiras ao ar livre Agora que já sabemos os diversos benefícios que as atividades ao ar livre proporcionam para as crianças e para toda a família, que tal sugestões de brincadeiras simples e muito divertidas para fazer no quintal de casa, na área de lazer do condomínio ou no parquinho? Confira a seguir algumas ideias para brincarem juntos do “lado de fora”: a) bolhas de sabão -- um clássico para todas as idades; b) pipas -- a brincadeira já começa na confecção das pipas; c) caça ao tesouro -- ótimo para atiçar a curiosidade e explorar cada cantinho do ambiente; d) bexigas com água -- fazem muito sucesso nos dias de calor; e) pular corda -- pode ser sozinho ou em grupo; f) amarelinha -- basta giz de cera e pedrinhas; g) esconde-esconde -- garante muitas risadas; h) pega-pega -- super popular, não há criança que não goste; i) bola -- muito versátil, além das tradicionais, dá para inventar várias brincadeiras. Como vimos, além dos múltiplos efeitos positivos que as brincadeiras em espaços abertos trazem para o desenvolvimento integral das crianças, esses momentos são muito importantes para estreitar os laços de afeto entre pais e filhos. Fonte: ~,https:ÿÿescolada~ inteligencia.com.brÿblogÿ~ atividades-ao-ar-livreÿ~, Acesso em: 29/05/2023

Vocabulário: Conexão social: relação com as diversas pessoas do meio social onde se vive. Imunológico: adj. Sistema de defesa de um organismo que o protege contra agentes infecciosos ou tóxicos. Propiciar: v. Oferecer meios para que alguma coisa se realize. Tanger: v. Ação de dizer respeito a ou estar relacionado com. õoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõoõo

õxo !::::::::::::::::::::::::ÿ é l Não gosto de despe- _ é l didas, porém, não dá _ é l para ir embora sem um _ é l tchau e um último co- _ é l mentário: os pais da _ l Mariana são ótimos! _ l Gostei de saber que, _ l no final, as amigas _ l puderam estar na casa _ l dela para a festa do _ l pijama. Como estamos _ l próximos do inverno, _ l não deixe de aprovei- _ l tar o sol e fazer _ l exercícios ao ar li- _ l vre. Um grande abraço _ l e até a próxima _ l edição! _ h::::::::::::::::::::::::j õxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxo Fim da Obra Produzido e distribuído pela Divisão de Imprensa Braille do Instituto Benjamin Constant :::::::::::::::::::::::: Distribuição gratuita de acordo com a Lei n.o 9.610, de 19/02/1998, art. 46, inciso I, alínea *d*.