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GT TRANSIÇÕES ENERGÉTICAS

Grupo de Trabalho de Transições Energéticas chega a consenso em Foz do Iguaçu

Desde 2021 não havia consenso no G20 de energia e membros reconhecem as desigualdades e os desafios que existem no atual cenário energético no mundo, em particular aqueles enfrentados pelos países em desenvolvimento. Além da declaração ministerial, foram aprovados princípios para transições energéticas justas e inclusivas.

04/10/2024 20:19 - Modificado há um ano
Reunião ministerial do Grupo de Trabalho de Transições Energéticas em Foz do Iguaçu (PR). Crédito: : Tauan Alencar/MME
Reunião ministerial do Grupo de Trabalho de Transições Energéticas em Foz do Iguaçu (PR). Crédito: : Tauan Alencar/MME

Após uma semana de intenso trabalho, os países membros do GT de Transições Energéticas chegaram a um consenso e se comprometeram a acelerar transições energéticas limpas, sustentáveis, justas, acessíveis e inclusivas. Sobretudo que não deixem ninguém para trás, especialmente os pobres e aqueles em situações vulneráveis. A declaração ministerial de resultados foi apresentada nesta sexta-feira (4) no último dia de reunião em Foz do Iguaçu, no estado brasileiro do Paraná.

Os membros também reconhecem as desigualdades e os desafios que existem no atual cenário energético no mundo, em particular aqueles enfrentados pelos países em desenvolvimento. Ao mesmo tempo em que é preciso garantir segurança energética, a estabilidade do mercado e o acesso universal à energia sustentável para todos.

Desde 2021 não havia consenso no G20 de energia no mundo. O que demonstra, segundo Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, a capacidade do Brasil de dialogar e fazer diplomacia. Na noite passada, a equipe se debruçou sobre documentos até as 4 horas da madrugada e depois de debates calorosos, ao final a declaração ministerial foi aprovada por unanimidade. “Um documento essencial para o planeta, fundamental para a sustentabilidade e para a proteção global e também para a vertente econômica, para geração de emprego e renda. E para a descarbonização das matrizes, em especial do setor de transporte e indústria”, afirmou o ministro.

Foram aprovados também princípios para transições energéticas justas e inclusivas, entre eles, triplicar a capacidade de energia renovável e dobrar a taxa média anual. Além de esforços para acelerar e alcançar o acesso universal a um método de cozimento limpo até 2030. Bem como, investir em soluções acessíveis e confiáveis e explorar mecanismos eficientes para alocação de custos em soluções energéticas e seu impacto no custo da energia, com foco na mobilização de recursos. E trabalhar para facilitar o financiamento de baixo custo em países em desenvolvimento para tecnologias e modelos de negócios inovadores, compartilhar os benefícios e ajudar a mitigar o peso das transições energéticas, especialmente nos segmentos mais pobres da população.

Mariana Espécie, coordenadora do GT de Transições Energéticas e assessora especial do Ministério de Minas e Energia (MME), ressaltou que o Brasil trabalhou um texto que buscou internalizar uma série de construções que estão alinhadas às prioridades da presidência brasileira do G20. Para ela, a ideia é avançar com um espírito de coletividade porque há vários caminhos para se fazer uma transição. “A gente precisa pensar no como, em como substituir os combustíveis fósseis. A gente precisa pensar em novos combustíveis que possam substituí-los e pensar em modelos de negócios adequados. Quais são as tecnologias que estão maduras? Ainda há espaços para aprimoramento? Precisamos pensar e detalhar”, disse.

De acordo com Mariana, existe um gargalo para acesso ao financiamento, embora esse número tenha aumentado ano após ano. Mas ainda está muito abaixo do que se precisa e os investimentos não estão indo para os países em desenvolvimento, a maior parte dos recursos é direcionado aos mercados estabelecidos e sólidos. O que revela que uma transição justa e inclusiva anda a passos lentos e por isso a importância das propostas da presidência brasileiras referendadas hoje.

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