G20 Brasil conquista consenso para comunicado próprio; declaração sobre tributação e temas geopolíticos
Sob a presidência brasileira, G20 quebra jejum de anos sem documentos de consenso. Na Trilha de Finanças, comunicados deixam explícitos urgência da cooperação internacional para tributação, medidas para o alívio da dívida dos países, reforma do sistema financeiro internacional e da governança global, entre outros.

Por Mara Karina Sousa-Silva/Site G20 Brasil
O G20 Brasil conquista consenso para o documento da Trilha Financeira; uma declaração ministerial sobre cooperação para tributação internacional; uma terceira sobre temas geopolíticos e quebra o jejum de anos sem comunicados dos países-membros do fórum. O anúncio foi feito por Fernando Haddad, ministro da Fazenda do Brasil, nesta sexta-feira, 26/7, no Rio de Janeiro.
De acordo com o ministro, os documentos foram assinados por ministros de Finanças e presidentes dos Bancos Centrais do G20 incluem menções explícitas as prioridades brasileiras como taxação de super-ricos na agenda econômica internacional, ampliação do financiamento para a transição ecológica, fortalecimento dos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (MDBs, na sigla em inglês), apoio à países endividados e promoção de reformas na governança global.
“É considerado por nós uma vitória do Brasil e da comunidade internacional após alguns anos, sem um único documento completo, seus 35 parágrafos adotados de maneira consensual, incorpora os entendimentos das mais importantes áreas da economia mundial. Trabalhar para sistemas tributários mais transparentes, justos e equitativos, inclusive ao que se refere aos ultra-ricos, que devem contribuir para sociedades mais igualitárias e sustentáveis na medida do seu potencial contributivo”, celebrou Haddad.
Agendas centrais na economia global
Haddad pontuou ainda que os debates já avançaram para a construção de um roteiro para a reforma dos MDBs, que incluirá recomendações abrangentes sobre as principais economias do mundo para a ampliação da capacidade financeira destas instituições, a fim que atuem como um sistema. Além disso, os países-membros também buscam reforçar o mecanismo de alívio da dívida dos países mais pobres e liberar recursos em troca de investimento em saúde, por exemplo, e ampliar o diálogo com a sociedade civil.
“A Trilha Financeira tem um papel a cumprir para criar um ambiente mais favorável à cooperação mais favorável, a solidariedade até porque os problemas que estão sendo enfrentados são de natureza global. Não tem solução nacional para a crise climática. Então, é aproveitar essa trilha para reforçar os mecanismos de cooperação”, salientou o ministro brasileiro.

Financiamento da Aliança Global contra a Fome
Haddad resgatou que o diagnóstico do grupo de trabalho responsável pela criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza do G20 identificou que haviam dispersos nos esforços para garantir a segurança alimentar. A presidência brasileira do fórum buscou reunir uma cesta de boas práticas em políticas públicas para o tema, a fim de compartilhá-los entre os países que aderirem à iniciativa.
“O Brasil tem tecnologia social para colocar à disposição, mas muitos outros países também têm. No nosso país estão sendo reativadas com o mesmo objetivo de reduzir a fome. Vamos desenvolver um ambiente virtual com foco mais específico nas ferramentas que já se provaram eficazes. É a coordenação em um apoio técnico aos países e financiamento para acompanhar esses esforços”, indicou Haddad.