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MUDANÇA DO CLIMA
Fato ou fake? Brasil, ONU e UNESCO lançam Iniciativa Global para Integridade da Informação sobre Mudanças do Clima
Iniciativa conjunta lançada no último dia da Cúpula de Líderes do G20 Brasil tem o objetivo de fortalecer pesquisas e ações de comunicação para combater a desinformação. Notícias falsas e boatos contribuem para o atraso e inviabilizam ações de mitigação contra mudanças do Clima.
A Iniciativa Global para Integridade da Informação sobre Mudanças do Clima é uma intervenção importante para impulsionar o apoio a ações globais urgentes em um momento em que os cientistas alertam que o tempo do mundo está se esgotando.
Embora inicialmente discutida no âmbito do G20, a Iniciativa se configura como uma colaboração dedicada e multilateral entre Estados e organizações internacionais para financiar pesquisas e ações que promovam a integridade da informação sobre questões climáticas. Com o objetivo de expandir o escopo e a amplitude da pesquisa sobre desinformação climática e seus impactos, a iniciativa irá reunir evidências de todo o mundo para informar e reforçar ações estratégicas, apoios e comunicações. “As ações de combate às mudanças do clima também são muito afetadas pelo negacionismo e pela desinformação. Os países não podem solucionar este problema sozinhos. Esta iniciativa reunirá países, organizações internacionais e redes de pesquisadores para apoiar esforços conjuntos de combate à desinformação e promover ações para a COP30 no Brasil”, disse o presidente Lula em discurso de abertura do segundo e último dia da Cúpula de Líderes do G20 Brasil, realizada no Rio de Janeiro, cujo tema foi “Desenvolvimento Sustentável e Transição Energética”.
O risco que a desinformação representa para a concretização das metas climáticas foi reconhecido pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que afirmou em 2022 que "a desvalorização deliberada da ciência" estava contribuindo para “percepções errôneas do consenso científico, incertezas, divergências e negligência de perigos e urgências”.
Fundo financiará pesquisas e ações de comunicação
Os países envolvidos na Iniciativa contribuirão para um fundo administrado pela UNESCO, com o objetivo inicial de arrecadar de 10 a 15 milhões de dólares nos próximos 36 meses, a serem distribuídos como doações a organizações não-governamentais que realizam pesquisas sobre a integridade da informação climática, desenvolvem estratégias de comunicação e realizam campanhas públicas de conscientização.
A Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização das Nações Unidas para a Esducação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) tornaram-se parceiras importantes do governo brasileiro neste desafio. Outros países e organizações internacionais comprometidos com as metas climáticas e o compromisso com a integridade da informação estão sendo convidados a participar. Até agora, Chile, Dinamarca, França, Marrocos, Reino Unido e Suécia já confirmaram participação.
“Devemos combater as campanhas coordenadas de desinformação que impedem o progresso global em relação às mudanças do climas, incluindo negação, greenwashing e a intimidação contra cientistas do clima. Por meio desta Iniciativa, trabalharemos com pesquisadores e parceiros para fortalecer a ação contra a desinformação climática”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres.
O risco que a desinformação representa para a concretização das metas climáticas foi reconhecido pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que afirmou em 2022 que "a desvalorização deliberada da ciência" estava contribuindo para “percepções errôneas do consenso científico, incertezas, divergências e negligência de perigos e urgências”.
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta, afirmou que a presidência brasileira do G20 priorizou entregas concretas e que a iniciativa se soma a este esforço de juntar forças para enfrentar problemas em comum. “Assim como a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, a Iniciativa que lançamos hoje também pretende sair do discurso e partir para ações cornetas”, disse.
Ele ressaltou que o tema da desinformação tem ganhado relevância nos fóruns internacionais e que a construção de protocolos e iniciativas comuns para coibir esta prática é urgente. Pimenta citou a COP 30, que será realizada em 2025 no Brasil, como uma oportunidade de pautar definitivamente este tema globalmente. “Queremos construir alternativas que sirvam de referência para a informação confiável, investir em educação midiática e incorporar a inteligência artificial nesta agenda. Precisamos sair das generalizações e agir concretamente”, concluiu.
“Sem acesso a informações confiáveis sobre os problemas climáticos, nunca poderemos superá-los. Por meio desta iniciativa, apoiaremos jornalistas e pesquisadores que investigam questões climáticas, muitas vezes se expondo a riscos, e combateremos a desinformação relacionada ao clima veiculada nas redes sociais”, afirmou Audrey Azoulay, diretora-geral da UNESCO.
A Iniciativa corresponde ao compromisso do Pacto Global Digital, adotado em setembro pelos Estados Membros da ONU, que incentiva as entidades da ONU, em colaboração com governos e grupos de interesse, a avaliar o impacto da desinformação na concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Para mais informações:
https://www.unesco.org/pt/information-integrity-climate-change
Página da ONU sobre a Iniciativa Climática: www.un.org/climatechange/information-integrity