“Brasil deve ter redução de 20 milhões de pessoas que passam fome”, estima ministro
O ministro Wellington Dias, em coletiva sobre a Força-tarefa do G20 para Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, estimou a redução após o Brasil ultrapassar 33 milhões de pessoas com fome nos últimos anos

Em uma coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (1), o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias, estimou que o Brasil deve confirmar uma redução de 20 milhões de pessoas que passam fome no país. Os números oficiais serão apresentados em julho pelo MDS.
O ministro utilizou dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) para mostrar que o Brasil, em 2022, ultrapassou 33 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar grave. “O país vinha enfrentando um crescimento constante neste indicador, mas em 2023 houve uma mudança de tendência. Estimamos que, no ano passado, mais de 20 milhões de pessoas foram protegidas da fome e da pobreza. Este é um avanço considerável que merece ser celebrado", destacou o Ministro.
Além disso, ele ressaltou que não se trata apenas de redução da fome, mas também de uma diminuição da pobreza em geral. Segundo ele, os dados do Cadastro Único revelam um aumento no número de pessoas buscando emprego e assinando contratos de trabalho, o que contribui para a melhoria das condições de vida da população.
"Os números são animadores. Vemos um aumento no número de pessoas cadastradas em programas sociais, bem como um crescimento no emprego formal. Isso indica que estamos no caminho certo para enfrentar os desafios da pobreza e da fome em nosso país", observou o ministro.

Força-Tarefa pela Aliança Global contra a Fome e a Pobreza
Na conversa com jornalistas da Associação dos Correspondentes de Imprensa Estrangeira no Brasil, Wellington Dias também apresentou as iniciativas do Brasil, para formar uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, no âmbito da presidência brasileira do G20.
O ministro destacou que o Brasil propõe uma estrutura de três pilares para orientar os esforços da Aliança: Nacional, Financeiro e de Conhecimento. O Pilar Nacional visa promover políticas públicas eficazes nos países participantes, enquanto o Pilar Financeiro busca identificar fontes de financiamento para apoiar esses esforços. Por fim, o Pilar do Conhecimento busca promover a cooperação e o compartilhamento de experiências para informar as políticas e práticas mais eficazes.
Essa abordagem integrada não só pretende acelerar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente os relacionados à erradicação da pobreza e à fome zero, mas também reconhece a necessidade de adaptação às realidades e necessidades específicas de cada país participante.
Além disso, a Aliança Global é concebida como uma plataforma para o estabelecimento de compromissos nacionais, convidando não apenas os membros do G20, mas também outros países e organizações internacionais comprometidos com essa causa vital. Com a participação de importantes organizações como a ONU, a FAO e o Banco Mundial, a Aliança quer garantir eficiência e evitar a duplicação de esforços.
Ainda de acordo com o ministro Wellington Dias, ao assumir a liderança nesse importante fórum de cooperação global, o Brasil reafirma seu compromisso em enfrentar os desafios mais urgentes da humanidade. “A Aliança Global será um teste de humanidade para o mundo. Eu digo que o problema de quem passa fome, ele não é um problema só dos mais pobres, ele é também um problema dos mais ricos”, concluiu.