Boletim G20 Ed. 73 - Inclusão financeira precisa ter processo para evitar endividamento
A avaliação da reunião da Parceria Global para a Inclusão Financeira do G20 foi feita pelo chefe do Departamento de Promoção da Cidadania Financeira do Banco Central. Ouça e saiba mais!
Repórter: Hoje 84% dos brasileiros adultos possuem conta bancária, sendo que 75% da população já realizou uma transferência via PIX. Já o índice de bancarização no mundo está em torno de 76% e, nos países emergentes, 71%. Diante desses dados, o Brasil é um caso de sucesso em termos de inclusão financeira e não foi apenas uma política pública que levou a um número tão alto - foi feita uma série de iniciativas, como os correspondentes bancários e a digitalização dos bancos.
Luis Gustavo Mansur, chefe do Departamento de Promoção da Cidadania Financeira do Banco Central, apresentou números sobre o sistema bancário brasileiro e conversou com a imprensa sobre as principais questões debatidas pelos membros da Parceria Global para a Inclusão Financeira nesta sexta-feira (15), em Brasília.
Segundo Mansur, o aumento da inclusão também gerou um número alto de endividamento por um uso inadequado dos produtos e serviços financeiros. Por isso a importância de discutir, no âmbito do G20, o que pode ser entendido como bem-estar financeiro.
Luis Gustavo Mansur: É importante que essa inclusão seja acompanhada de um processo de qualidade, que esse aumento não seja acompanhado por níveis elevados de endividamento, de superendividamento. É preciso que a população saiba como usar o crédito de maneira eficiente, saiba como poupar, como planejar o uso dos seus recursos.
Repórter: A partir do debate, o grupo espera chegar a uma definição de bem-estar financeiro e, ao final do ano, propor métricas para medir a satisfação da população com o processo de inclusão. O objetivo é monitorar a qualidade da inserção das pessoas no sistema bancário formal e poder acompanhar se elas terão uma vida financeira equilibrada de fato.
