Boletim G20 Ed. 236 - Ministra brasileira das Mulheres faz apelo ao consenso em GT do G20

Destacando a pluralidade que constitui a categoria e as pautas de mulheres no mundo, a ministra Cida Gonçalves, na abertura da última reunião técnica do GT de Empoderamento de Mulheres do G20, fez uma fala contundente sobre os direitos de meninas e mulheres e pediu a colaboração entre os países rumo a um consenso histórico. A reunião acontece em Brasília, Distrito Federal. Ouça a reportagem e saiba mais.

Ministra Cida: Não é possível que as mulheres, sendo a maioria da população do mundo, não sejam reconhecidas, não sejam respeitadas e não sejam incluídas nas principais pautas mundiais. Nós sabemos que desenvolvimento e a economia aqui são as principais pautas e é aqui que nós queremos estar e vamos lutar. E por isso este Grupo do Trabalho é tão importante.

Repórter: Esta fala da ministra das Mulheres do Brasil, Cida Gonçalves, ao realizar a abertura da última reunião técnica do Grupo de Trabalho (GT) de Empoderamento de Mulheres, deu o tom da importância dos debates de gênero no G20. A ministra também tratou de questões que permeiam a violência política de gênero, citando o cenário eleitoral brasileiro neste ano, em que muitas candidatas foram ameaçadas e sofreram ataques de cunho misógino como tentativas de descredibilização de suas candidaturas. O combate às violências contra meninas e mulheres é um dos eixos prioritários do grupo.

Ministra Cida: Nós não estamos nos lugares dos poderes, não estamos nos espaços de políticas públicas, porque o ódio contra as mulheres têm sido muito forte no mundo. E aqui eu falo não só os espaços de poder como a Presidência da República, mas também de liderança nas comunidades. Nós precisamos ter uma carta consensual para que nós possamos colocar para os chefes de Estado que nós mulheres não somos a periferia ou preâmbulo de qualquer discussão e debate. Nós somos a centralidade do debate.

Repórter: Cida pediu a colaboração entre os países rumo a um consenso que permita ao Grupo sua primeira declaração da história, e também recordou o papel das mulheres na Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que 70% da população mundial que passa fome é feminina. A iniciativa brasileira no G20 também é aberta a demais países que não constituem o fórum mas buscam contribuir e acessar recursos e conhecimentos para a implementação de políticas públicas e tecnologias sociais comprovadamente eficazes na redução da fome e da pobreza no mundo. 

A reunião segue nesta quarta-feira (9). Na quinta-feira será realizado um evento paralelo sobre as questões de gênero nas demais pautas do G20. Na sexta-feira, dia 11 de outubro, acontece a reunião ministerial de mulheres, na sede do G20, na capital federal.