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CIÊNCIA E ACOLHIMENTO
Abraão Rosa de Lima Machado: “O SAE mostra que ciência, educação e cuidado caminham juntos.”
Rio Grande (RS) – Desde o terceiro ano da Faculdade de Medicina/Furg, o acadêmico Abraão Rosa de Lima Machado tem contato com o SAE Infectologia do HU-Furg/Ebserh. Primeiro, por meio do Programa de Iniciação Científica (PIC), e, depois, durante a disciplina de Doenças Infectoparasitárias coordenada pela professora Rossana Basso, Abraão descobriu um espaço onde ciência, tecnologia e humanidade caminham juntas. Para ele, o SAE vai além do aprendizado técnico: é um lugar que ensina a olhar o paciente como um todo, respeitando sua história, contexto social e individualidade. Ele relata sua experiência com entusiasmo:
Como você conheceu o SAE Infectologia?
“Na verdade, meu primeiro contato foi indireto, ainda no terceiro ano, quando participei do Programa de Iniciação Científica (PIC) da Ebserh. Eu trabalhava no Laboratório de Micologia da Famed/Furg e usava os consultórios do SAE para acessar informações de pacientes com doenças fúngicas. Foi nesse contexto que conheci a professora Rossana, que me recebeu com muita atenção e me orientou sobre como lidar com essas informações. Desde então, comecei a conhecer o Serviço, especialmente na área de Microbiologia.”
E quando esse contato se tornou mais próximo?
“No quarto ano, durante a disciplina de Doenças Infectoparasitárias, passei a entender melhor as outras áreas do SAE, principalmente relacionadas ao HIV e outras infecções. Foi nesse momento que percebi a importância de um serviço organizado, com atenção e intencionalidade no cuidado ao paciente.”
O que o SAE representa para você?
“Para mim, o SAE é um espaço único, que vai muito além do atendimento médico tradicional. Aqui aprendi que cuidar de um paciente não significa apenas tratar a doença, mas compreender toda a sua história, seu contexto social, suas vulnerabilidades e necessidades. A abordagem multiprofissional é um dos pontos mais valiosos: Enfermagem, Farmácia, Medicina, Nutrição — cada área tem autonomia e protagonismo, e juntas constroem um cuidado integral, onde o paciente é visto como um todo. Esse aprendizado constante também nos ensina a levar conhecimento para fora do Hospital. Participamos de projetos de extensão, campanhas de prevenção e ações comunitárias, como testagem de HIV e outras infecções, distribuição de preservativos e difusão de informações sobre doenças infecciosas. O SAE mostra que ciência, educação e cuidado caminham juntos, e que a atuação do profissional de saúde pode transformar vidas, não apenas dentro das paredes do Hospital, mas em toda a comunidade. Isso ficou muito claro para mim durante o estágio: saúde não é só técnica, é atenção ao contexto social e à vida do paciente.”
Como você percebe a integração entre ciência e tecnologia no SAE?
“É uma área extremamente dinâmica, que exige atualização constante e um olhar atento às evidências científicas. No SAE, ciência e tecnologia caminham lado a lado com o cuidado do paciente. Desde o uso de fármacos de última geração até a realização de testes diagnósticos avançados, tudo é pensado para oferecer o melhor tratamento possível, adaptado à realidade de cada pessoa. Além disso, os estudos realizados no SAE são fundamentais para aprimorar protocolos, desenvolver estratégias de prevenção e aperfeiçoar intervenções clínicas. É um ambiente onde a pesquisa aplicada encontra o cuidado direto, e onde cada profissional aprende a interpretar os dados científicos no contexto humano do paciente. Essa integração fortalece não apenas a qualidade do atendimento, mas também a formação dos acadêmicos e residentes, que vivenciam na prática como ciência, tecnologia e empatia podem transformar vidas.”
Alguma situação ou pessoa te marcou durante a experiência no SAE?
“O que mais me marcou foi perceber que o cuidado não existe no vácuo. Não adianta ter as melhores medicações ou tecnologias se não há adaptação ao contexto da pessoa. No SAE, todos os profissionais entendem que o cuidado é socialmente determinado, e isso transformou minha visão sobre a Medicina. E claro, a professora Rossana merece destaque: ela me inspira não apenas na Infectologia, mas como médica e profissional da saúde. Sempre que conversamos, ela aborda o paciente de forma integral, considerando aspectos psicossociais, raça, gênero e vulnerabilidade social.”
Qual futuro você projeta para o SAE?
“Desejo que o Serviço cresça ainda mais, expandindo sua capilaridade no Hospital e impactando outras áreas. Que o acolhimento, a ciência e a atenção multiprofissional que aprendemos aqui possam se espalhar, garantindo que pessoas vivendo com HIV ou outras doenças infecciosas tenham atendimento integral, respeitoso e humano em todos os pontos da rede de saúde. Quero que o SAE continue sendo referência na cidade e inspire outros serviços. Quero deixar meu agradecimento especial a todos os profissionais do SAE. É maravilhoso ver como todos trabalham de forma integrada, compartilhando conhecimento e esforços para cuidar das pessoas. Esse Serviço mostra que saúde é um direito, e cada profissional contribui para que esse direito seja cumprido. Fui muito bem acolhido durante meu estágio e serei eternamente grato por isso.”
Sobre a Ebserh
O HU-Furg faz parte da Rede Ebserh desde julho de 2015. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Andreia Pires
Apoio de Leonardo Andrada de Mello/UCR15 e Alan Bastos/UAO5
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh