Banco de Olhos
O Banco de Olhos (BO) do Hospital Escola iniciou suas atividades em 2006, sendo responsável por realizar a captação, preservação, avaliação, distribuição de tecidos oculares humanos e entrevista familiar. Através desses procedimentos, ele fornece córneas para todos os hospitais credenciados para transplantes no Rio Grande do Sul ou até mesmo para fora do estado, conforme deliberação da Central de Notificação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) e do Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
O BO é composto por uma equipe altamente capacitada, que conta com médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e secretária, em esquema de plantão de 24 horas. O serviço atua em parceria com outros hospitais da região, informando e esclarecendo a comunidade sobre a importância da doação de córneas, no intuito de minimizar o tempo das pessoas que atualmente aguardam por um transplante. Além disso, também é parceiro dos hospitais que compõem a Comissão Intrahospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) na cidade e em Rio Grande, aumentando assim a abrangência das captações de córneas.
O banco tem por missão manter íntegra a aparência do doador e garantir que os tecidos oculares a serem utilizados em transplantes sejam coletados, avaliados, processados, conservados e transportados dentro de padrões éticos, técnicos e de qualidade, para fins terapêuticos, de pesquisa ou de ensino.
TRANSPLANTE DE CÓRNEAS
A córnea é a estrutura mais anterior e transparente do globo ocular, por esse motivo não há influência na cor dos olhos do receptor, tendo em vista que a estrutura responsável por determinar a cor é a íris e fica localizada após a córnea. As funções principais da córnea são proteger as demais estruturas intraoculares e deixar passar as imagens até o seu destino final: a retina.
Para compreender melhor sua função, podemos comparar a estrutura com o vidro de um relógio que necessita de resistência para proteção e transparência para que seja possível ver as horas. Se por alguma razão a córnea perder sua transparência, tornando-se opaca, o paciente não terá uma visão nítida podendo, inclusive, chegar à cegueira.
O receptor da córnea não é escolhido pelo Banco de Olhos, nem pelos familiares do doador. A córnea é destinada ao próximo da lista de espera que segue uma ordem cronológica de inscrição.
Os problemas que podem provocar a perda da transparência da córnea, são:
- Infecções;
- Processos inflamatórios;
- Traumatismos;
- Alterações congênitas ou hereditárias.
ESCLAREÇA SUAS DÚVIDAS
1. Como posso ser um doador?Para ser doador é necessário avisar a família sobre o seu desejo de doar as suas córneas, pois são os seus familiares que irão autorizar a retirada para a doação.
2. Quem pode ser doador?Todas as pessoas com idade entre 2 e 70 anos podem ser doadoras, mediante uma avaliação após a constatação do óbito.
3. Qual é o prazo para a doação?A retirada da córnea pode ser feita até 6 horas após a constatação do óbito.
4. O olho inteiro é transplantado?Não, são usadas para transplantes somente a parte anterior e transparente (córnea) ou a parte branca do olho (esclera).
5. Após a doação, o corpo fica deformado?Não, as córneas são retiradas segundo técnicas cirúrgicas que não deixam qualquer vestígio.
6. Os pacientes que têm catarata ou glaucoma podem ser doadores?Sim. Mesmo as pessoas totalmente cegas, mas com córneas saudáveis, podem doar. Não há relação entre falta de visão e ser apto a se tornar um doador.
CONTRAINDICAÇÕES PARA A CAPTAÇÃO DE CÓRNEAS
Contraindicações gerais:
Idade: menores de 2 anos e maiores de 70 anos, não podem ser doadores;
Parada cardíaca superior a 6 horas;
Morte por causa desconhecida;
Doença ou histórico de doença de etiologia desconhecida;
Receptores de Hormônio do Crescimento derivado da Pituitária Humana;
Pessoas submetidas à transplante de órgãos.
Morte por doença do SNC:
Doença neurológica de diagnóstico indeterminado;
Doença de Creutzfeldt-Jakob;
Panencefalite subaguda esclerosante;
Leucoencefalopatia multifocal progressiva;
Encefalite de origem desconhecida;
Encefalopatia progressiva;
Intervenção neurocirúrgica não documentada (na qual possa ter sido usada dura-máter).
Neoplasias:
Leucemias;
Linfomas ativos disseminados;
Mieloma.
Sorologia positiva:
HbsAg;
Anti-HBc;
Anti-HIV I/II;
Anti-HCV;
HTLV I/II.
Infecções:
Encefalite viral ativa;
Septicemia (avaliação do prontuário);
Endocardite bacteriana ou fúngica ativa;
Hepatite viral aguda;
AIDS;
Raiva;
Zika vírus;
Febre Amarela.
Doenças oculares:
Retinoblastoma;
Tumores malignos do segmento anterior ocular;
Adenocarcinoma ocular de origem primária ou metastática;
Inflamação ativa ocular ou intra-ocular (conjuntivite, ceratite e esclerite).
Outras doenças:
Síndrome de Reye;
Rubéola congênita.
CONTRAINDICAÇÕES RELATIVAS (após serem avaliadas pelo banco de olhos)
Cirurgias prévias:
Cirurgia refrativa corneana;
Ceratotomia radial;
Inserções lamelares;
Cirurgia intraocular prévia ou do segmento anterior;
Catarata;
Glaucoma.
Procedimentos utilizando Laser:
Fotoablação por laser;
Trabeculoplastia;
Fotocoagulação retiniana ou panretiniana.
CONTATO
Banco de Olhos de Pelotas
Rua: Professor Araújo, 538
Fone: (53) 3284-4982
E-mail: bancodeolhos.hepel@ebserh.gov.br