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Outubro Rosa reforça conscientização sobre câncer de mama
O câncer de mama ocorre a partir de uma multiplicação incontrolável de células anormais, resultantes de alterações genéticas, que podem ser hereditárias ou adquiridas. Há vários tipos de câncer de mama. Alguns evoluem de forma rápida, mas a maioria se desenvolve de maneira favorável quando diagnosticados e tratados com tempo adequado.
Criado no início da década de 90, nos Estados Unidos, o movimento Outubro Rosa surgiu para despertar na população a atenção para a importância do diagnóstico precoce, do controle do câncer de mama e das medidas protetivas contra a doença, que é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do câncer de pele não melanoma.
Sinais da doença
O nódulo mamário endurecido, fixo e geralmente indolor é o principal sinal do câncer de mama. Nódulo no pescoço ou axilas, vermelhidão e saída espontânea de líquido do mamilo, bem como mudança de sua posição ou formato, também podem ser sinais da doença, além de mudanças na pele da mama como “aparência de casca de laranja”.
Fatores de Risco e de Proteção
O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre mulheres em todo o mundo, representando quase um terço de todos os casos da doença. No Brasil, estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que cerca de 66.000 mulheres desenvolverão esse tipo de câncer a cada ano entre 2020 e 2022.
O desenvolvimento da doença está relacionado a diversos fatores, dentre eles os hormonais como primeira menstruação antes dos 12 anos, menopausa após os 55 anos, primeira gravidez após os 30 anos e uso de terapia de reposição hormonal; os ambientais como sobrepeso, inatividade física, consumo de bebidas alcoólicas e a hereditariedade, como histórico de câncer de mama em familiares de primeiro grau, sendo que o risco de incidência aumenta a partir dos 50 anos de idade.
“Estudos comprovam que a prática regular de exercícios físicos, pelo menos três vezes por semana, durante 30 minutos em intensidade moderada a forte, reduz o risco de câncer de mama e também de reincidência em pacientes que já tiveram a doença”, explica a mastologista do CHC-UFPR/Ebserh Maira Teixeira Doria.
A alimentação também é fundamental para a chamada prevenção primária, que são as práticas tomadas para reduzir fatores de risco para o desenvolvimento de doenças. Assim, existem alimentos que reduzem e outros que aumentam a inflamação do organismo. “Alimentos industrializados, açúcar e farinha branca, por exemplo, são pró-inflamatórios. Enquanto o gengibre, chá verde, cúrcuma, brócolis, couve-flor, dentre outros, diminuem a inflamação do corpo e podem reduzir o risco do câncer de mama e de outros tipos de câncer também”, relata Maira.
Diagnóstico e Tratamento
Existem vários exames que podem ser realizados para verificar se há alterações nas mamas, mas o único que confirma o câncer de mama é a biópsia. Assim, quando é detectado um nódulo que pode ser associado à doença, serão solicitados os exames de imagem necessários para auxiliar o fechamento do diagnóstico, como ultrassonografia, ressonância magnética e mamografia. O tratamento combina abordagem local, que envolve a cirurgia e radioterapia e a sistêmica, que atinge o corpo todo por meio de medicamentos, incluindo quimioterapia, hormonioterapia e tratamento com anticorpos. Cada paciente precisa de uma avaliação individualizada que irá definir o melhor tipo de tratamento.
“Os exames regulares são extremamente importantes. São denominados de prevenção secundária: não vão evitar que a paciente desenvolva um câncer, mas vão detectar precocemente e propiciar que a doença seja tratada em estágio inicial, tendo muito mais chances de cura”, explica a médica.
Atendimento no CHC-UFPR/Ebserh
O Complexo do Hospital de Clínicas da UFPR/Ebserh faz parte de uma rede de combate ao câncer de mama em Curitiba e região. Tem a capacidade de absorver e tratar de forma individualizada sua demanda, seguindo as diretrizes propostas pela Sociedade Brasileira de Mastologia.
Por ser um hospital terciário, ou seja, que atende casos de alta complexidade, as pacientes atendidas no ambulatório de mastologia são encaminhadas por uma Unidade Básica de saúde, onde realizam o atendimento primário. Ao realizar consulta médica no hospital, será levantado todo o histórico de saúde da paciente e também de sua família, seus hábitos diários e por fim o motivo que a levou para a consulta.
A equipe médica está apta para o atendimento em mastologia geral, oncologia mamária, reconstrução mamária e acolhimento de pacientes de alto risco. Associados aos atendimentos em doenças da mama, o CHC-UFPR/Ebserh conta com profissionais de oncologia clínica, cirurgia plástica, psicologia, fisioterapia, curativos, enfermagem, ginecologia e patologia.
Para o correto diagnóstico e seguimento em mastologia, a Unidade da Mama está equipada com aparelhos de tomossíntese, mamografia, estereotaxia e ultrassonografia. A Unidade de Ginecologia é responsável pelo rastreamento das pacientes com histórico pessoal de câncer de mama, elucidação diagnóstica através de imagem e biópsia bem como procedimentos para marcação de lesões não-palpáveis e pré quimioterapia.
A estrutura ambulatorial da instituição garante a segurança e o conforto da paciente que pode agendar consultas médicas em um mesmo dia, sem a necessidade de deslocamento para outro hospital. Todo o tratamento cirúrgico e sistêmico é realizado nas dependências do hospital.
“Nosso atendimento é extremamente acolhedor. Temos uma agilidade muito grande no encaminhamento para os tratamentos necessários, pois sabemos da importância do cumprimento de prazos para pacientes com diagnóstico de câncer de mama”, relata a médica.
Após o tratamento de câncer de mama, a paciente permanece em vigilância por um período de 5 a 10 anos, dependendo do risco de recorrência da doença. Para um seguimento correto, são agendadas consultas semestrais intercaladas entre oncologia clínica e mastologia. Além da mamografia anual, exames de imagem como tomografia, ressonância e ultrassonografia podem ser utilizados conforme a suspeita clínica.
Além disso, as pacientes são acolhidas por assistentes sociais, no Serviço de Hemato-Oncologia e Unidade de Quimioterapia. Esse acolhimento ocorre desde quando a paciente tem conhecimento de seu diagnóstico até a conclusão do tratamento, permitindo esclarecimentos sobre seus direitos sociais, trabalhistas e previdenciários e proporcionando encaminhamentos para a rede de proteção social, quando necessário. As ações desenvolvidas por assistentes sociais contribuem não só para garantir direitos dos pacientes, mas para tornar o atendimento humanizado e de qualidade.
Os casos de maior complexidade, com necessidade de reabilitação após o tratamento, são atendidos em conjunto pelas equipes de cuidados paliativos, fisioterapia, cirurgia plástica e psicologia, além da mastologia.