Órgão vital para o funcionamento do hospital, que pulsa 24 horas por dia com processos de trabalho altamente especializados e com equipamentos de alta tecnologia, o Centro de Material Esterilizado (CME) do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam-Ufes) fornece, todos os meses, cerca de 11 mil caixas de instrumentos, sem os quais nenhuma cirurgia acontece. Neste mês, celebra-se o Junho Celeste, período de valorização dos profissionais que trabalham no CME.
São 37 trabalhadores, entre técnicos e auxiliares de enfermagem, assim como enfermeiros que se dedicam a tarefas que envolvem tecnologias refinadas e especificidades próprias do serviço, como leitura de testes por luz infravermelha, montar e desmontar instrumentos cirúrgicos para a sua correta limpeza e desinfecção, além da inspeção assídua, a fim de garantir um produto seguro para nosso paciente, livre de eventuais contaminações.
"O CME salva vidas. Tudo o que a gente faz aqui é para o paciente. Parte de nossa função compreende um trabalho manual, repetitivo e que envolve características humanas" descreve o enfermeiro Flavio Bazoni, responsável técnico do CME, centro ligado administrativamente à Unidade de Cirurgia RPA e CME do Hucam, um dos 40 hospitais da Rede Ebserh.
As fases da esterilização
É muito mais que o uso da autoclave, equipamento com uma câmara que opera sob alta temperatura para garantir a esterilidade dos artigos. Quando os itens chegam da sala de cirurgia, numa recepção isolada para os artigos contaminados, eles passam pelas fases da limpeza manual, limpeza automatizada e, já na área limpa, vão para a inspeção e montagem. Só então vão para a embalagem dos kits e rotulagem, para o devido encaminhamento às autoclaves. São cerca de 400 pacotes todos os dias.
Cada tipo de serviço hospitalar exige um kit diferente, não só cirurgias, mas também todos os procedimentos de assistência ventilatória, por exemplo. Os mais complexos são os da cirurgia cardíaca, com caixas que contém cerca de 100 instrumentos. Tudo o que acontece está padronizado por resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a RDC nº 15, de 2012.