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REGULAÇÃO DE LEITOS
Serviço de regulação é aprimorado durante a pandemia
A pandemia de Covid-19 tem desafiado os serviços de saúde, e um dos setores mais importantes foi o de regulação de leitos no Sistema Único de Saúde. No Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF/Ebserh) não foi diferente. Para o responsável pelo setor, Wellington Moraes, a pandemia veio reforçar o papel e a importância que a regulação tem no processo articulador e de direcionamento de paciente.
Mas afinal, o que faz a regulação? O setor de regulação é a porta de entrada dos usuários de saúde no hospital: tanto na parte ambulatorial (consultas, exames, fisioterapia, atendimento na hemodiálise, entre outros), quanto na parte de internação eletiva e de urgência. Na parte ambulatorial, também atua na construção e manutenção das grades de consultas, exames, com interfaceamento do serviço interno e avaliação constante das condições de cada serviço, para poder ofertar vagas, tanto interna como externamente, aquelas que são gerenciadas pelo gestor municipal.
Quando o gestor municipal tem autonomia para fazer o agendamento dos atendimentos, ele utiliza o Sistema Sisreg, responsável pela regulação nacional. Na parte de internação, as vagas são 100% reguladas pelo município de Juiz de Fora. “O processo é todo informatizado, as solicitações de internação são direcionadas para a tela e o Núcleo Interno de Regulação (NIR) avalia junto às especialidades médicas a possibilidade de ofertar a vaga. Tudo compilado no AGHU, que é o nosso sistema principal”, explica Wellington.
Durante a pandemia, esse processo mudou. “Foi um desafio para o hospital, porque tínhamos uma estrutura de 137 leitos: UTI, pediatria, leitos clínicos e cirúrgicos. Tivemos que fazer uma reorganização institucional, foi criado um espaço físico para internação de pacientes Covid, que levou à transferência de leitos clínicos e redução de leitos cirúrgicos, com nova distribuição de leitos, um desafio de articular isso com os serviços e, ao mesmo tempo, continuar atendendo a demanda crescente da rede”, acrescenta o profissional.
Outro desafio foi no recebimento de pacientes no hospital, um processo ainda em construção, porque a regulação depende das informações que vêm da unidade de origem. É um processo que está em constante aprimoramento com o gestor municipal, para que o diagnóstico do paciente reflita o mais próximo possível do seu quadro clínico.
A partir dessa parceria, o HU começou também a estabelecer critérios e perguntas necessárias para poder definir se um paciente é suspeito ou não de estar contaminado pelo coronavírus. Posteriormente, esse trabalho foi expandido e uniformizado pela própria rede. Assim, informações como histórico do paciente, evolução clínica, sinais e sintomas aparecem na tela e orientam o plantão do NIR. Os profissionais fazem essa avaliação sobre os diagnósticos e o quadro clínico do paciente para o aceite ou não no hospital.
De acordo com Wellington Moraes, esse processo na pandemia acabou levando a uma maior articulação entre as próprias equipes do hospital, do NIR com a equipe de enfermagem e com o serviço médico. Também ajudou no processo de comunicação com o gestor municipal, “porque o hospital pôde reiterar o seu perfil assistencial, nós conseguimos demonstrar qual é a característica principal do Hospital Universitário, as características e o perfil de cada serviço. Então isso contribuiu para melhorar essa regulação de tela. Por exemplo, no ano passado, nesse mesmo período de 2020, a gente tinha em média 90 solicitações diárias de internação de paciente. Com essa comunicação, esses ajustes e refinamentos que a gente vem fazendo com o gestor municipal, o número caiu para em média 30 a 40 solicitações de internação”, pontua. Se o hospital informa hoje que tem 13 leitos de UTIs ocupados, não há motivo para que aquele paciente seja encaminhado novamente para a nossa tela. “A gente vem fazendo esse ajuste, e o gestor vem entendendo essa nossa realidade. Mas lógico que há momentos em que a demanda da rede é muito maior”, afirma.
Hoje a equipe do NIR é composta por recepcionistas, assistente administrativo, técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos reguladores. São em média 15 profissionais. O serviço funciona 24 horas, porque as solicitações de tela chegam a qualquer momento. A equipe de recepção é responsável por operar a tela e a solicitação passa a ser avaliada pelo enfermeiro e pelo médico regulador, que fazem a primeira triagem e a comunicação para direcionar melhor esse quadro. Posteriormente, a solicitação é encaminhada para avaliação e um possível aceite para internação pelo serviço médico.