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HC-UFPE/Ebserh testa dispositivo de Inteligência Artificial da UFPE Aurora 2.0 para desinfecção de ambientes
O Hospital das Clínicas da UFPE participa de um projeto de pesquisa que está em processo de testes na unidade hospitalar e que propõe, através de um robô, realizar a desinfecção de ambientes. Trata-se do dispositivo inteligente Aurora 2.0, desenvolvido por pesquisadores do Centro de Informática (CIn) da UFPE, que utiliza Inteligência Artificial (IA) e radiação ultravioleta, e está sendo testado no hospital-escola, para avaliação da usabilidade e da neutralização de vírus (como o novo coronavírus) e outros micro-organismos patogênicos, como bactérias e fungos. O HC é unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
Por meio de Inteligência Artificial, o dispositivo é controlado remotamente por um aplicativo e atua verificando as dimensões do local e calculando a quantidade de doses de radiação UV necessárias para a esterilização num local fechado. Assim, não há a necessidade do contato humano constante com um ambiente que possa conter o vírus (e vários outros patógenos) e evita o contato do operador com a radiação usada na desinfecção do ambiente. Após um primeiro uso, o trajeto fica gravado na memória do robô para que o operador possa se retirar do ambiente e dar início ao processo de varredura.
“O projeto é dividido em duas partes: a confecção do robô com os ensaios em ambiente de escritório que foram feitos lá no CIn e agora começou a etapa na área de saúde, aqui no HC, obedecendo a todas as normas e critérios de uma pesquisa científica. Neste momento, estamos avaliando questões técnicas de usabilidade como o uso do aplicativo, se o dispositivo para em algum lugar, como é a durabilidade da bateria, entre outros, e, claro, a eficácia da desinfecção do ambiente por meio da análise de placas com micro-organismos para saber se foram neutralizados”, explica a professora do Centro de Ciências Médicas (CCM) da UFPE, Sylvia Lemos Hinrichsen.
O teste no Aurora 2.0 está restrito à Unidade de Processamento de Materiais Esterilizados ( UPME ) do HC por ser um ambiente mais controlado. “A expectativa é que o dispositivo possa ajudar a reduzir as taxas de infecções em instituições de saúde. Além disso, estamos estudando e desenvolvendo pesquisas científicas sobre a sua utilização no ambiente hospitalar. Quanto ao uso, todos os 20 profissionais que trabalham na Unidade testarão o Aurora 2.0”, explica a enfermeira e chefe da UPME do HC, Nadja Ferreira.
Os pesquisadores já estão analisando a sensação que o Aurora 2.0 desperta nas pessoas (os funcionários da UPME), se a locomoção no ambiente hospitalar é satisfatória, em que horários pode ser utilizado e, claro, a eficácia na desinfecção. “É importante aprimorar a experiência de uso de quem vai comandar porque precisa ser um produto de uso simples e adequado ao ambiente hospitalar ou de qualquer outro ambiente que tenha os protocolos necessários”, explica o professor do CIn, Leandro Almeida, um dos idealizadores do projeto.
Em sua fase inicial de testes, em ambientes controlados - com a aerolização de bactérias e fungos em superfícies fixas como metal, alvenaria, aço inox, alumínio, vidro e plástico -, sob a coordenação do professor do CCM da UFPE, Reginaldo Gonçalves de Lima-Neto, o dispositivo mostrou-se capaz de otimizar automaticamente o tempo de irradiação necessário para desinfetar as superfícies avaliadas, sem riscos para o operador humano.
Mais sobre o projeto
O dispositivo foi elaborado por meio de parcerias com o Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) e com o Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN) e está em sua segunda versão. Aprovada no Edital Propesqi “Emergencial de Credenciamento e Fomento de Projetos, visando Ações para o Diagnóstico e Prevenção da Covid-19”, a iniciativa partiu da necessidade de desenvolver ações de cautela e diligência que intensifiquem a higienização pessoal, de equipamentos e de ambientes