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APESAR DA PANDEMIA DE COVID-19
Hospital Universitário Walter Cantídio realiza 19 transplantes de medula óssea em 2021 e se consolida entre os 7 maiores centros transplantadores do Brasil
O motorista de carreta Márcio Gomes, de 34 anos, portador de uma leucemia linfoide aguda, foi transplantado no Hospital Universitário Walter Cantídio, do Complexo Hospitalar da UFC/Ebserh/MEC, em fevereiro deste ano, em plena segunda onda da pandemia. “Apesar do medo de realizar o transplante por causa da covid-19, encarei o procedimento por causa das informações recebidas pela equipe assistencial do HUWC. Tudo foi feito com muita segurança”, garante ele. É para garantir a sobrevida de pacientes como Márcio que o Serviço de Transplante de Medula Óssea do HUWC não parou. De janeiro a 31 de março de 2021, 19 transplantes foram realizados.
Em 2020, o HUWC ficou na 7ª posição, em número de procedimentos, entre os 120 centros transplantadores brasileiros. “Em 2019, fizemos 76 procedimentos. No ano passado, 52, o que representa uma redução de aproximadamente 31%. Entretanto, um estudo nacional mostra que, no geral, houve uma queda de 50% no número de transplantes no Brasil. Ou seja, nossos esforços têm sim valido a pena”, destaca Fernando Barroso, médico hematologista responsável pelo Serviço de Transplante de Medula Óssea do HUWC.
“Com testagem de todos os pacientes, doadores e profissionais de saúde assintomáticos para covid com RT-PCR, não paramos nossas atividades. Inclusive, fomos um dos primeiros centros do Brasil a testar profissionais de saúde assintomáticos, além de doadores e pacientes”, afirma o médico transplantador, que também é professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceara (UFC). Barroso destaca, como estratégias de enfrentamento da pandemia adotadas pelo Serviço, orientações repassadas aos pacientes e familiares por telefone, evitando assim o deslocamento desnecessário ao Hospital; e a adoção do distanciamento social na sala de espera, com redução de aproximadamente 30% no atendimento presencial.
Márcio, que se recupera muito bem e já voltou a trabalhar, lembra que a equipe assistencial do HUWC realizou nele três testes para descartar em definitivo a covid-19. “Hoje, eu estou ótimo. Agradeço demais pelo excelente acompanhamento que tive dos profissionais do Hospital”, acrescenta. Todos os esforços empreendidos pela equipe de Fernando Barroso, apesar de não terem garantido a manutenção da média anual de transplantes, tendo em vista a pandemia, mantiveram o HUWC entre as unidades do País que mais transplantaram.
Certificação
A equipe aguerrida do Serviço de Transplante de Medula Óssea do HUWC ainda celebra uma recente e igualmente importante conquista. A Sociedade Brasileira de Terapia Celular e Transplante de Medula Óssea (SBTMO), com apoio do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), certificou o Hospital Universitário por reportar dados ao “Registro multicêntrico de transplantes de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) autólogos e alogênicos para doenças malignas e não malignas realizados no Brasil e relatados no Center for International Blood and Marrow Transplant Research (CIBMTR)”. O HUWC é um dos 24 primeiros centros a serem certificados dos 120 brasileiros existentes.
“Somente nove hospitais públicos receberam esta certificação no Brasil. Isso é algo muito relevante. O único hospital público das regiões Norte e Nordeste na lista é o nosso. Se consideramos 120 centros, menos de 10%. Isso expressa que nossos resultados, de forma transparente, são informados e se equiparam aos dos melhores centros do Brasil e do exterior”, celebra Fernando Barroso.
Um pouco de história
A Unidade de Oncohematologia do Hospital Universitário Walter Cantídio iniciou, em agosto de 2008, os transplantes de medula óssea. Nos últimos 12 anos, 582 procedimentos foram efetivados, sendo 431 autólogos, 110 alogênicos aparentados, 23 alogênicos não aparentados e 18 haploidênticos. O Hospital Universitário Walter Cantídio é a única unidade de saúde pública do Ceará a realizar transplante de medula óssea. Em todos os transplantes, há participação do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), com realização de cadastro de doadores e coleta da medula óssea.
“Temos uma equipe multidisciplinar. Hoje, são médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, farmacêuticos, fisioterapeutas, nutricionista, assistente social, terapeuta ocupacional, psicólogo e dentista. Todos envolvidos nas mais diversas fases do transplante de medula óssea a fim de melhorar a assistência aos nossos pacientes”, resume, Fernando Barroso, a participação da equipe no trabalho realizado. A taxa de sucesso nos transplantes de medula óssea alcança a impressionante marca de 95,3%.
Sobre a Ebserh
O Hospital Universitário Walter Cantídio, do Complexo Hospitalar da UFC/Ebserh/MEC, faz parte da Rede Hospitalar Ebserh desde novembro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Os hospitais universitários são, por sua natureza educacional, campos de formação de profissionais de saúde. A Rede Hospitalar Ebserh não é responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país, apenas atua de forma complementar ao SUS.
Jornalista responsável: Ludmila Wanbergna (MTE 1809)
Unidade de Comunicação Social
Hospital Universitário Walter Cantídio
Complexo Hospitalar da UFC
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares
(85) 9 9265-5460