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DEZEMBRO LARANJA
19ª edição da Campanha de Prevenção ao Câncer de Pele acontece no HC-UFG/Ebserh
Dezembro é o mês das férias para algumas pessoas, mas, para outras, é o período das grandes vendas de fim de ano. Sendo em momentos de lazer ou de trabalho, ao ar livre, a exposição ao sol é inevitável e até mesmo desejada. No entanto, essa é a principal causa do câncer mais comum no Brasil e no mundo: o câncer de pele.
Por isso, aconteceu no último sábado, 3, a campanha Dezembro Laranja, em parceria com a Sociedade Brasileira de Dermatologia - Regional Goiás (SDB-GO). A ação promovida anualmente tem como objetivo prevenir, diagnosticar e encaminhar os pacientes da rede pública de saúde para o tratamento. A 19ª edição teve como tema: “Não espere até sentir na pele”. O evento, realizado no Bloco Ambulatorial, acontece há mais de 20 anos e o Hospital das Clínicas da UFG, vinculado à Rede Ebserh, participou de todas as edições.
Cerca de cem médicos dermatologistas voluntários trabalharam no mutirão de atendimento gratuito da população com suspeita de câncer de pele, contabilizando 444 pessoas atendidas nos dois postos (HC-UFG/Ebserh e UniRV).
Um dos pacientes atendidos no HC pela campanha foi o senhor Valdemir Oliveira, trabalhador da construção civil. Ele explicou que seu ofício o demandou muitas horas de exposição ao sol durante toda a vida. “Dez anos atrás eu já tinha feito uma cirurgia, mas o câncer voltou para o mesmo lugar. O médico na época falou que eu deveria me proteger do sol, mas eu não passei protetor solar. Consegui atendimento aqui na campanha, e já vou sair daqui com a nova cirurgia marcada. Dessa vez, vou me cuidar!”, contou o pedreiro, ao explicar que a desproteção pode ter sido a causa da reincidência do câncer de pele.
PREVENIR
O fator causal mais relevante do câncer de pele é a exposição às radiações ultravioleta do sol. Por isso, a prevenção vai além de passar protetor solar a cada 4 horas. “É preciso evitar exposição ao sol do período das 10 às 15 horas do dia. Além disso, é necessário se proteger adequadamente usando um boné, chapéu e uma roupa mais fechada que proteja colo, antebraços e braços”, explicou Samir Pereira, médico dermatologista coordenador da campanha Dezembro Laranja no HC-UFG.
Outro esclarecimento feito pelo especialista à população é sobre as diferenças entre o filtro solar para crianças (versões kids) e para adultos. “Esses tipos diferentes para o mesmo produto se devem ao fato de que as crianças costumam ter muita sensibilidade aos componentes químicos. Por isso, a versão kids não leva esses componentes”. Independentemente do tipo de protetor solar, a aplicação deve acontecer a cada 4 horas de exposição. Caso haja transpiração ou contato direto com a água, o protetor tem que ser reaplicado mais vezes, preferencialmente a cada 2 horas.
DIAGNOSTICAR E TRATAR
Entender as formas como o câncer de pele pode se manifestar no próprio corpo é um importante fator de identificação da doença. Samir Pereira explica: “O carcinoma do tipo basocelular corresponde a 75% dos casos e normalmente se parece com um carocinho que aumenta progressivamente de tamanho, sem cicatrizar. Já o tipo espinocelular, correspondente em 25% dos diagnósticos, é um pouco mais agressivo e parece com uma lesão de crescimento rápido e que pode ser ferida e sangrar”. Segundo ele, esses dois tipos de carcinomas atingem as mesmas regiões do corpo: face, orelhas, costas das mãos e antebraço.
O menos frequente, porém, mais agressivo tipo de câncer de pele é o melanoma. “Ele se origina a partir de uma pinta, ou pode aparecer com uma pinta nova. Se você tem uma pinta que, de repente, mudou de formato, de cor ou aumentou de tamanho, cuidado. Pode ser um melanoma”, alertou o especialista ao explicar que esse tipo de lesão tem a capacidade de se espalhar pelo corpo inteiro, mesmo sendo pequena e não manifestando sintomas.
Uma vez que existe a suspeita do câncer de pele, é feita uma biópsia para confirmar do que realmente se trata. O tratamento é feito por meio da cirurgia de remoção total da lesão.
As pessoas atendidas na campanha que tiveram diagnóstico de câncer de pele foram encaminhadas para tratamento no serviço de Dermatologia do HC-UFG/Ebserh.
Por Vitória Regina Dutra de Castro (estagiária de Jornalismo)