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Pelé 80 Anos
Vida longa ao Rei
“Pelé foi um dos poucos que contrariaram a minha teoria: em vez de 15 minutos de fama, ele terá 15 séculos”.
A frase acima, dita pelo pintor e cineasta norte-americano Andy Warhol, reflete bem o que Edson Arantes do Nascimento representa para o planeta. O 23 de outubro de 2020 marca a celebração dos 80 anos de um atleta que levou seu talento ao limite e extrapolou as fronteiras de seu país para se tornar uma lenda, um mito, uma quase unanimidade.
Nascido em 23 de outubro de 1940, na cidade mineira de Três Corações, o filho de seu Dondinho e Dona Celeste foi descoberto aos 11 anos pelo jogador Waldemar de Brito, que o levou para jogar no time que estava organizando: o Clube Atlético de Bauru.
Cinco anos depois, em 8 de agosto de 1956, Waldemar apresentou Pelé ao Santos e, na Vila Belmiro, profetizou: “Esse menino vai ser o melhor jogador de futebol do mundo”. Ele estava certo. Era o início de uma carreira sem precedentes no futebol mundial. Foi a partir dali que Pelé iniciou a caminhada rumo a um nível de estrelato e fama que raríssimas figuras na história atingiram.
“Falar sobre o Pelé é sempre motivo de enorme alegria para mim, porque ele fez parte da minha infância no Rio de Janeiro”, diz Ronaldo Lima, secretário Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor do Ministério da Cidadania. “Eu estava no Maracanã quando ele marcou o milésimo gol. Eu me lembro claramente de toda a comemoração e de ver o Andrada socando o gramado após sofrer aquele gol. Eu e meus amigos íamos ao Maracanã para ver o Pelé. Sempre foi assim. Naquela época, a garotada falava uma frase que era a seguinte: ‘Com o Pelé em campo, não tem placar em branco’”, prossegue Ronaldo, que, anos mais tarde viveria outra experiência marcante ao lado do Rei.
O Pelé nos deu muitas alegrias e trouxe orgulho ao Brasil. Então, deixo o nosso parabéns ao Rei e espero que esta sexta-feira seja especial para ele e para toda sua família"
Marcelo Magalhães, secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania
“Eu tive a honra de trabalhar com as categorias de base do Santos, o clube que o revelou e que ele tornou famoso em todo mundo. E lá recebi de Pelé uma camisa autografada para o meu filho. Isso nunca vou esquecer. É uma parte especial da minha vida. Então, em nome da Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, gostaria de desejar um feliz aniversário ao Pelé e dizer que ele merece todas as homenagens que receber hoje e sempre”, diz Ronaldo Lima.
“Eu não tive a honra de vê-lo jogar ou o prazer de conhecê-lo”, ressalta o secretário Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Marcelo Magalhães. “Mas cresci ouvindo falar sobre o Pelé porque meu pai era entusiasta dele. Meu pai dizia que se o Pelé tivesse demorado cinco minutos para nascer ele teria nascido em forma de bola”, recorda.
“Eu assisti a alguns documentários sobre ele, alguns estrangeiros, inclusive, e vi tudo o que ele fez em campo. Foi o jogador mais completo, o maior de todos os tempos e é incomparável. Em nome de toda a equipe do Ministério da Cidadania, desejo a ele felicidades neste dia, que é especial também para o Brasil, pois estamos falando do maior embaixador para o mundo que este país já produziu. O Pelé nos deu muitas alegrias e trouxe orgulho ao Brasil. Então, deixo o nosso parabéns ao Rei e espero que esta sexta-feira seja especial para ele e para toda sua família”, continua Marcelo Magalhães.
Selo e placa
Para marcar os 80 anos de Pelé, o Santos, time que o craque defendeu em incríveis 1.281 jogos ou por 6.662 dias, e pelo qual marcou 1.091 gols, fará uma homenagem com o lançamento de um selo comemorativo, assinado pelo jogador e que poderá ser encomendado nas agências dos Correios. Além disso, Pelé ganhará uma placa em homenagem a seu 80º aniversário na Vila Belmiro (Estádio Urbano Caldeira).
O difícil, o extraordinário, não é fazer mil gols, como Pelé. É fazer um gol como Pelé”
Carlos Drummond de Andrade
Também para homenagear as oito décadas de vida de Pelé, a Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania reapresenta uma entrevista que o Rei concedeu ao Portal da Copa, que era o veículo oficial do Governo Federal para a Copa do Mundo 2014 no Brasil. Nela, Pelé relembra alguns dos principais momentos de sua vida.
Na entrevista, ele fala sobre as lembranças da Copa do Mundo de 1950 e da promessa que fez ao pai quando o Brasil perdeu a final para o Uruguai. Ele relembra sua convocação para a Copa de 1958, fala sobre os gols que marcou na Suécia e recorda a emoção da conquista do primeiro Mundial.
O Rei também recorda os Mundiais de 1962 e 1966, ressalta a formação do timaço de 1970, fala sobre como a camisa 10 foi transformada em algo mítico, lembra o milésimo gol e comenta sua parceria com Garrincha, parceiro com quem jogou 40 partidas na Seleção Brasileira. Com os dois em campo, o Brasil nunca perdeu um jogo. Foram 36 vitórias e quatro empates. Juntos, Pelé e Garrincha marcaram 55 gols.
O Rei também faz uma análise sobre a Seleção Brasileira da Copa de 1982 e recorda quem foram seus principais marcadores. Foi um bate-papo descontraído que vale a pena ser revisto.
Em suas lembranças, Pelé conta que, ao fim da Copa de 1950, o clima mudou em Bauru, que havia preparado para grande uma festa para celebrar o título de campeão do Brasil. De repente, o jovem Edson notou um silêncio e percebeu que havia uma tristeza no ar. Mais do que isso, notou que seu pai, o Dondinho, e seus colegas de time do Bauru Atlético clube estavam inconsoláveis.
“Vi meu pai e os outros jogadores sentados e tristes e perguntei para o meu pai: ‘E aí pai, o que aconteceu?’ Meu pai disse assim: ‘Perdemos a Copa’. Então começou a chorar. Aí eu disse: ‘Pai, nós perdemos a Copa, mas não faz mal. Não se preocupe, porque vou ganhar uma Copa para o senhor’. Eu tinha 9 para 10 anos e essa história é importante contar por que oito anos depois, com 17 para 18 anos, o Brasil estava na Suécia, eu estava na Seleçãoe nós ganhamos a Copa”, lembra Pelé na entrevista.
Incontáveis matérias, livros, filmes, documentários e homenagens foram prestadas a Pelé ao longo de sua carreira. A exemplo, muitas pessoas famosas já se pronunciaram sobre ele. Além de Andy Warhol, que abre esse texto, o poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade também deixou registrada uma frase que simboliza bem a eternidade do Rei: “O difícil, o extraordinário, não é fazer mil gols, como Pelé. É fazer um gol como Pelé”.
Diretoria de Comunicação – Ministério da Cidadania