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Gestão esportiva
Série Futebol & Debate – Câmaras Temáticas realiza segunda webinar
Dando sequência à série Futebol & Debate – Câmaras Temáticas, a Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor (SNFDT) da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania realizou, nesta terça-feira (01.09), o segundo webinar de sua programação.
O evento debateu o tema “Sociedades Anônimas de futebol” e contou com a participação, como palestrantes, de Marcelo Contini, vice-presidente da Autoridade Pública de Governança do Futebol (Apfut); de Wilson Nakamura, professor da FGV e do Mackenzie; de Lucas Pedroso, CEO do Coritiba; de Pedro Daniel, consultor da Ernst & Young; e de Reynaldo Buzzoni, diretor de Registro, Transferência e Licenciamento da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
O evento ainda contou com a participação de Ronaldo Lima, secretário da SNFDT; e dos mediadores Christiano Puppi, diretor de futebol da SNFDT; e Wagner Matias, chefe de divisão na SNFDT.
“Gostaria, inicialmente, de agradecer a todos pela participação em mais uma de nossas webinares. O tema de hoje é muito importante para aquilo que pretendemos fazer, que é a revisão da legislação e a busca por soluções para o futebol brasileiro. Ideias novas e sugestões novas são o que nós queremos e precisamos para uma futura proposta do Estatuto do Futebol”, afirmou Ronaldo Lima.
Durante as palestras, diversos números foram apresentados para demonstrar a força do futebol no Brasil. Autor do livro Gestão Financeira no Esporte, Pedro Daniel, trouxe dados relevantes:
» 7.020 clubes registrados
» 1.430 clubes registrados ativos
» 874 clubes profissionais ativos
» 556 clubes amadores ativos
» 798 estádios
» mais de 250 competições
» 360 mil atletas
Apesar disso, Pedro Daniel pontuou que poucas equipes se encaixam na denominação de Sociedades Anônimas no país. “Somente 83 clubes no Brasil são geridos por empresas. Temos uma minoria. São apenas cerca de 10% dos clubes profissionais ativos geridos por empresas. É um número bem baixo, se compararmos com outros mercados”, destacou o consultor.
Em 2018, segundo Pedro Daniel, o futebol gerou recursos que representaram 0,72% do PIB do país. Algo em torno de R$ 48,8 bilhões, enquanto, na Espanha, esse valor representa 3% do PIB. A indústria brasileira do futebol é responsável por 156 mil empregos e paga, entre salários e encargos sociais, R$ 3,34 bilhões.
“Hoje, o futebol gera 156 mil empregos. É bastante, mas temos um potencial muito maior para ser atingido, lembrando que o número de empregos gerados não é só de atletas, treinadores, preparadores físicos e outros profissionais do futebol em campo. A cadeia produtiva do futebol impacta muito mais do que isso. Uma operação de jogo traz empregos na parte de segurança, alimentação, logística, rede hoteleira... Estamos falando de um impacto muito grande para ser trabalhado”, pontuou Pedro Daniel, que apresentou números comparativos entre o futebol brasileiro e importantes centros na Europa.
Um estudo feito no começo de 2020 apontou que o faturamento da Premier League (da Inglaterra) é seis vezes maior do que o do Brasil. O da La Liga (Espanha) e da Bundesliga (Alemanha) são três vezes maior, enquanto o da Série A (Itália) é duas vezes maior.
Segundo o consultor, para aumentar o faturamento brasileiro seria preciso investir em alguns pontos-chave, como a internacionalização do futebol brasileiro, ou seja, a capacidade de acessar novos mercados. É preciso, ainda, aprimorar a gestão e a governança do futebol no país e aprimorar serviços e produtos ao torcedor.
E há, também, a necessidade de haver mais segurança jurídica para o setor. “Ter um marco regulatório é extremamente importante para trazer segurança, não só no âmbito legal, mas no sentido de regulamentação da indústria do futebol. Ela é muito aberta, o que afasta o investidor. O que eu consigo identificar claramente, dentro de um diagnóstico muito óbvio, é que não somos atrativos para o investimento das grandes empresas no Brasil no âmbito da indústria do futebol e isso nós temos que mudar”, afirmou Pedro Daniel.
O presidente do Coritiba elogiou a iniciativa da SNFDT ao afirmar que o governo deve, sim, integrar as discussões para a modernização do futebol no país. “Se queremos construir um futebol novo, precisamos debater e sem dúvida alguma o governo é parte fundamental nisso. Esse evento conseguiu reunir nomes por quem tenho o maior apreço”, declarou Lucas Pedroso.
Programação
A série Futebol & Debate – Câmaras Temáticas terá mais 10 webinares nas próximas semanas, período em que serão debatidos os seguintes temas:
08.09 - Relações trabalhistas
15.09 - Direitos de Transmissão e publicidade
22.09 - Acordos coletivos e direitos de imagem
29.09 - Aspectos tributários e fiscais do futebol
06.10 - Direitos do torcedor
13.10 - Futebol e a constituição de clubes
20.10 - Comissão técnica e os direitos no futebol
27.10 - A arbitragem no futebol e os direitos
03.11 - Calendário
10.11 - Seleções Brasileiras
Diretoria de Comunicação - Ministério da Cidadania