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Secretaria Especial do Esporte estabelece pontes para replicar o Projeto Miratus em outras regiões do Rio de Janeiro
O secretário Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Marcelo Magalhães, acompanhado do secretário adjunto, André Alves, e da secretária Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (Snelis), Fabíola Molina, visitaram, na última sexta-feira (19.03), o Projeto Miratus de Badminton. Idealizado por Sebastião Oliveira, a Miratus funciona na comunidade da Chacrinha, no extremo Oeste do Rio de Janeiro.
O Projeto Miratus a gente já conhece e vem acompanhando de perto o trabalho que o Sebastião desenvolve. A ideia é que a partir deste ano a gente possa ter mais dois núcleos: um na Favela da Maré e um na Cidade de Deus. Temos que valorizar a importância do esporte como movimento de transformação na vida das pessoas”
Marcelo Magalhães, secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania
Os três estiveram acompanhados da gerente nacional da área de patrocínio da Caixa Econômica Federal, Geórgia Oliveira, do assessor estratégico da presidência da Caixa, Raphael Piffer, e da assessora da diretoria de projetos sociais do Serviço Social do Comércio (SESC), Patrícia Amorim. A visita também contou com a presença do ex-jogador de futebol Emerson Sheik, campeão brasileiro pelo Flamengo em 2009, pelo Fluminense em 2010 e pelo Corinthians em 2011 e 2015, equipe pela qual também foi campeão da Copa Libertadores da América e do Mundial de Clubes em 2012.
O objetivo foi fazer uma ponte entre o Projeto Miratus, o Governo Federal, a Caixa e o SESC, no sentido de que parcerias sejam firmadas para que o trabalho social desenvolvido na Chacrinha possa ser replicado em outras comunidades do Rio de Janeiro. “O projeto Miratus a gente já conhece e vem acompanhando de perto o trabalho que o Sebastião desenvolve. A ideia é que a partir deste ano a gente possa ter mais dois núcleos: um na Favela da Maré e um na Cidade de Deus. Temos que valorizar a importância do esporte como movimento de transformação na vida das pessoas”, ressalta o secretário Marcelo Magalhães.
Para Fabíola Molina, uma história de sucesso como a da Miratus credencia o projeto a ser aproveitado em outras comunidades. “Quando visitamos um projeto como esse, vemos a transformação acontecendo com crianças que saíram daqui e que hoje têm oportunidades de viver fora do Brasil, estudando e praticando esporte. É muito bom estar na ponta e ver pessoas como o Sebastião, que estão fazendo esse trabalho transformador. Nós queremos que o projeto cresça e que possamos capacitar outros profissionais para que a gente não tenha apenas um polo de badminton na Chacrinha, mas em outros pontos também, para dar oportunidades a mais crianças e jovens”, reforça a secretária da Snelis.
Foco social
A Miratus é uma entidade não governamental sem fins lucrativos que promove o desenvolvimento social na comunidade da Chacrinha por meio da educação e do esporte, com foco no badminton. Fundado por Sebastião Oliveira em 1998 e coordenado por ele desde então, o projeto é referência de como o esporte pode mudar vidas. Mais de três mil crianças e jovens já passaram pela Miratus, que acumula números expressivos e títulos importantes.
“Esse é um projeto que tem 28 títulos pan-americanos, 45 sul-americanos, três títulos europeus e dois atletas que foram para as Olimpíadas”, enumera Sebastião Oliveira, referindo-se a Lohaynny Vicente e Ygor Coelho, que disputaram os Jogos Rio 2016 e foram revelados pela Miratus. “É um projeto que fica dentro de uma favela de conflito armado e que, agora, podendo ter esse apoio, temos como trabalhar para fazer com que a Miratus possa chegar a outras comunidades”, continua Sebastião.
Para ele, iniciativas como a promovida pela Secretaria Especial do Esporte, de organizar uma visita para que representantes da Caixa Econômica e do SESC pudessem conhecer de perto o trabalho da Miratus são importantíssimas. “Nessa equipe da Secretaria Especial do Esporte existem pessoas que têm essa característica: de ir até a ponta. Essas pessoas visitam os locais e acabam vendo ali possibilidades de impulsionar ainda mais os projetos e a partir daí vão conectando as pessoas”, frisa Sebastião.
O projeto da Miratus é muito importante para a minha família. Todos os meus filhos participam. Eles têm oportunidades que eu, como moradora de uma comunidade, não teria como oferecer. Meu filho mais velho, o Jonathan, mora na Dinamarca. E foi através desse projeto aqui que ele teve a oportunidade de morar fora praticando um esporte”
Silvia Rosa, mãe de cinco filhos e moradora da Comunidade da Chacrinha
“Ter recebido aqui representantes do Governo Federal, da Caixa Econômica e do SESC é o sinal de que a gente está no caminho certo. Eu estou aqui, na parte social, tentando resgatar outras pessoas para que elas possam enxergar muito além da favela. Essas empresas podem nos dar uma ajuda e fazer com que a gente possa resgatar muito mais do que estamos fazendo. Elas podem fazer os nossos braços terem tentáculos maiores”, prossegue.
Transformação
A família da dona de casa Silvia Rosa é um exemplo de como projetos como a Miratus modificam a vida das pessoas. Moradora da Chacrinha, Silva é mãe de cinco filhos: Maria Luiza, de 4 anos; Esther, 6; Luiz Henrique, 11; Gabriel, 12; e Jonathan, 21.
“O projeto da Miratus é muito importante para a minha família. Todos os meus filhos participam. Eles têm oportunidades que eu, como moradora de uma comunidade, não teria como oferecer. Meu filho mais velho, o Jonathan, mora na Dinamarca. E foi através desse projeto aqui que ele teve a oportunidade de estar morando fora e praticando um esporte”.
“Eu estou na Miratus desde os cinco anos. O badminton tem toda importância na minha vida. Meu sonho é ser jogador. Quero disputar campeonatos e ser campeão de muitas coisas", diz Gabriel, que sonha seguir os passos do irmão mais velho e um dia conhecer outros países.
Nascido em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, Emerson Sheik ficou comovido com o que viu na Miratus. Ele conta que reconheceu um pouco de suas origens no projeto de Sebastião Oliveira. “Eu me emocionei absurdamente e me identifico com cada frase, com cada palavra e com cada imagem de tudo o que vi aqui. Eu saí exatamente de um lugar como esse. Queria chamar a atenção de tudo o que vi aqui para um ponto: oportunidade. Se não tiver oportunidade não tem como resgatar essas crianças das ruas e do tráfico de drogas”, frisou Sheik.
Quem também saiu impressionada foi Geórgia Oliveira, gerente nacional da área de patrocínio da Caixa Econômica Federal. “A Caixa é voltada para projetos como o da Miratus, que são de inclusão, de cidadania, e que através do esporte transformam vidas. Uma coisa que a gente sempre questiona no patrocínio é: ‘esse projeto transforma vidas?’ Se ele transforma vidas a Caixa pode vir a ser apoiadora”, diz Geórgia.
Os R$ 2 milhões captados via Lei de Incentivo permitiram que montássemos a nossa academia e finalizássemos a conclusão das áreas externas das nossas instalações, com a camada de concreto que reveste a parte externa do nosso prédio. Esses recursos também nos permitiram pagar toda a parte de pessoal, com médico, psicólogo, instrutores, uma verba importantíssima"
Sebastião Oliveira, idealizador do Projeto Miratus
“A estrutura do projeto é boa. E a história é melhor ainda. O Sebastião demonstrou ser um grande exemplo, não só para a família dele, mas para toda essa comunidade. E tem a questão do ser possível. Muitas vezes a gente, frente a barreiras, recua e diz: ‘Daqui não vou passar’. Ele é um exemplo de que barreiras estão aí para serem superadas. Nós precisamos construir pontes e não muros. Estou feliz de estar aqui”, continuou a representante da Caixa.
Lei de Incentivo
Ao longo de sua jornada, o Projeto Miratus contou com o auxílio da Lei de Incentivo ao Esporte para crescer. Desde 2007 – quanto protocolou o primeiro de seus oito projetos chancelados para captar recursos por meio do incentivo fiscal do Governo Federal – até 2019, a Miratus levantou cerca de R$ 2 milhões em recursos via Lei de Incentivo ao Esporte, que foram aplicados em diversas frentes. Sebastião adianta que em breve voltará a apresentar projetos.
“Esses dois milhões foram de grande importância porque permitiram que nós montássemos a nossa academia e finalizássemos a conclusão das áreas externas das nossas instalações, com a camada de concreto que reveste a parte externa do nosso prédio. Esses recursos também nos permitiram pagar toda a parte de pessoal. Tínhamos médico, psicólogo, instrutores, ou seja, foi uma verba importantíssima. Agora estamos com um novo estatuto na Miratus, estamos finalizando a documentação, e em breve vamos voltar a apresentar projetos para captar recursos via Lei de Incentivo ao Esporte”, diz Sebastião.
Diretoria de Comunicação – Ministério da Cidadania