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Esporte Educacional
Projeto de massificação dos saltos ornamentais pretende triplicar número de praticantes no Brasil
Foto: Roberto Castro/rededoesporte.gov.br
O Brasil conta hoje com cerca de 450 a 500 praticantes de saltos ornamentais, de acordo com uma estimativa da confederação brasileira da modalidade (Saltos Brasil). Com um projeto aprovado pela Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, por meio da Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (Snelis), o número pode triplicar em breve.
É a realização de um sonho. Vamos ter a oportunidade de levar a prática a mais de mil crianças em todo o país. Só com esse projeto vamos mais do que triplicar o número de participantes no país, em dez estados das cinco regiões"
Ricardo Moreira, presidente da Confederação Brasileira de Saltos Ornamentais
"O projeto Um Salto na Educação é para massificar os saltos ornamentas no Brasil. É a realização de um sonho. Vamos ter a oportunidade de levar a prática a mais de mil crianças em todo o país", celebra o presidente da confederação, Ricardo Moreira. "Só com esse projeto vamos mais do que triplicar o número de participantes no país, em dez estados das cinco regiões. Vamos, de fato, democratizar o acesso aos saltos ornamentais", acrescenta.
A iniciativa recebeu repasse de R$ 4,44 milhões do Governo Federal a partir da publicação do extrato do Termo de Execução Descentralizada nº 26 , em dezembro do ano passado. A proposta é voltada a crianças e adolescentes dos seis aos 14 anos, prioritariamente estudantes de escolas públicas, para a prática gratuita da modalidade no contraturno escolar.
São 24 meses de vigência, e 12 cidades já demonstraram interesse na implantação dos núcleos: Goiânia (GO), Manaus (AM), Palhoça (SC), São Paulo (SP), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Cuiabá (MT), Maceió (AL), Rio de Janeiro (RJ), Belém (PA), Aracaju (SE) e Brasília (DF). Ao todo, são previstos 1.120 beneficiários. Em Fortaleza, o núcleo funcionará dentro do Centro de Formação Olímpica do Nordeste (CFO), um legado dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.
"Não é nosso objetivo formar atletas olímpicos, mas despertar o interesse pela modalidade. Não vamos escolher as crianças que vão participar do projeto, elas que vão escolher participar", explica Ricardo. "Se dentro disso aparecer uma criança que queira participar de forma mais séria, que queira competir, vamos direcioná-la a um treinamento específico. Nesse projeto, o objetivo é dar a oportunidade da vivência da modalidade a qualquer criança, independentemente do biotipo dela", esclarece.
Esses e outros detalhes da iniciativa foram passados aos estados interessados por meio de uma reunião virtual realizada na última quarta-feira (07.04). "Vamos dar prioridade de atendimento a crianças matriculadas em escolas públicas e que estão expostas a riscos sociais. Podemos atender outro tipo de público também, mas, onde a procura for grande, essas crianças terão prioridade", explica o coordenador administrativo da Confederação Brasileira de Saltos Ornamentais, Ângelo Bortoli.
A entidade é a responsável pela coordenação técnica do projeto, resultado de uma parceria entre o Ministério da Cidadania e a Universidade de Brasília (UnB). "Não temos a expectativa de formar um campeão regional, brasileiro ou alguém que faça parte da seleção. A expectativa é que a criança tenha a oportunidade de praticar a modalidade da melhor forma possível e com a melhor qualidade ", acrescenta Ângelo. "A nossa obrigação é fazer com que a criança se apaixone pelos saltos", define.
Foto: Abelardo Mendes Jr./rededoesporte.gov.br |
Apoio olímpico
Apesar de não ser voltado ao alto rendimento, o projeto contará com um apoio de quem já passou por quatro edições dos Jogos Olímpicos. Representante do Brasil nos saltos ornamentais em Atenas 2004, Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016, Hugo Parisi espera contribuir com todas as etapas do processo de implantação dos novos núcleos.
Vou estar bem à frente desse projeto. Desde a elaboração estive presente, e agora na execução, no desenvolvimento e na capacitação dos profissionais também. Vou acompanhar de pertinho, entregando todo o conhecimento que tenho na modalidade e passando a experiência não só para os atletas, mas para todos os profissionais que vão estar envolvidos no projeto"
Hugo Parisi, representante da Seleção Brasileira em quatro edições de Jogos Olímpicos
"Eu vou estar bem à frente desse projeto. Desde a elaboração estive muito presente, e agora na execução, no desenvolvimento e na capacitação dos profissionais também. Vou acompanhar de pertinho, entregando todo o conhecimento que tenho na modalidade e passando toda a experiência não só para os atletas, mas para todos os profissionais que vão estar envolvidos no projeto", adianta o atleta de 36 anos que ainda representa a Marinha do Brasil.
"Sempre digo que a principal responsabilidade do atleta é fora das piscinas. Dentro da piscina é o mais fácil, mas fora a gente pode contribuir mais com o desenvolvimento do esporte, e é o que tenho feito", conta. "Tenho ajudado bastante todas as equipes, desde a prática esportiva até o alto rendimento", completa.
Para quem já vive no esporte há tanto tempo, ver a massificação por todo o país é a realização de um sonho antigo. "O projeto Um Salto na Educação vem para mudar a cara dos saltos ornamentais do país. É sonhado e idealizado por muitos, por toda a comunidade dos saltos ornamentais e agora está virando realidade", acredita Hugo. "Infelizmente a pandemia está atrasando um pouco o início, mas é por um bom motivo, para não deixar nenhuma criança sofrer o risco de contaminação pela Covid-19", reforça.
A iniciativa passará por, no mínimo, três meses de estruturação antes de iniciar os 21 meses de aulas. Ao longo dos dois anos de contrato, serão capacitados os profissionais e entregues materiais como coletes salva-vidas, colchonetes e kits de uniformes (sungas ou maiôs, camisetas, bermudas e toalhas). Cada núcleo terá oito turmas, com 14 alunos cada, que receberão as aulas duas vezes por semana.
Diretoria de Comunicação - Ministério da Cidadania