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Desporto universitário
Jogos Universitários Brasileiros reúnem esporte, educação, interação e novas experiências
Os cerca de sete mil participantes que frequentam os pavilhões dos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs), em Brasília (DF), estão vivenciando experiências que vão além das disputas em quadra. As 28 modalidades da 69ª edição do evento são acompanhadas por outras atividades que, paralelamente, promovem a interação entre atletas, a descoberta de outras práticas esportivas e o conhecimento de novos conteúdos.
O torneio multiesportivo é realizado no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), e conta com uma área de convivência para atletas onde eles podem descansar nas redes, jogar tênis de mesa, curtir apresentações de dança e acompanhar palestras. Nesse espaço, o Ministério da Cidadania montou dois estandes. Com a Secretaria Nacional de Paradesporto, é possível vivenciar a prática de modalidades paradesportivas, como bocha, vôlei sentado, futebol de 5 e xadrez para cegos.
Optamos por um estande de vivências para que os participantes deste evento possam experimentar, na prática, as modalidades. Em alguns momentos há filas para vivenciar o futebol de cegos, que as pessoas só veem na televisão ou nem sabem que existe. É importante para a visibilidade do paradesporto"
Agtônio Guedes, secretário de Paradesporto da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania
"Optamos por montar um estande de vivências paradesportivas para que os participantes deste evento possam experimentar, na prática, as modalidades", explica o secretário nacional de Paradesporto, Agtônio Guedes. "Em alguns momentos há filas para vivenciar, por exemplo, o futebol de cegos, que as pessoas só veem na televisão ou nem sabem que existe. Então isso é bacana, é importante para a visibilidade do paradesporto no Brasil", completa.
Quem também passou pela área de convivência do JUBs foi o time de futebol de cegos da ADEF. A equipe, criada neste ano, disputou o campeonato regional e conseguiu a vaga para o torneio brasileiro, que será em novembro, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. No estande do paradesporto, os jogadores promovem uma oficina para quem quiser colocar a venda nos olhos e experimentar o futebol de 5 ( confira mais detalhes abaixo ).
No mesmo local, houve apresentações de várias modalidades paralímpicas de clubes do Distrito Federal, como as equipes de goalball e vôlei sentado do Cetefe. Diariamente, atletas de bocha do Instituto Bombeiros de Responsabilidade Social (IBRES) protagonizam vivências da modalidade. Também estiveram presentes os integrantes do Bsb Quad Rugy, de rúgbi em cadeira de rodas, além do Instituto de Promoção das Pessoas com Deficiência Visual e do Centro de Ensino de pessoas com deficiência visual, na modalidade de xadrez para cegos.
As secretárias Luisa Parente (ABCD) e Fabiola Molina (Lazer e Inclusão Social) ao lado da campeã do US Open no tênis em cadeira de rodas, Jade Lanai. Foto: Ana Claudia Felizola/ Min. Cidadania |
ABCD
Outro estande montado no JUBs é o da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD). "A estação Jogo Limpo é uma das ações educacionais do programa de educação da ABCD. Oferecemos atividades interativas, dinâmicas e palestras direcionadas para o conteúdo da antidopagem", comenta a secretária nacional da ABCD, Luisa Parente. "Os atletas assistem atentamente às palestras, participam empolgados das atividades e fazem muitas perguntas, o que é maravilhoso porque não pode sair ninguém com dúvida", afirma.
Primeira brasileira a vencer um Grand Slam de tênis em cadeira de rodas, ao conquistar o título de simples e de duplas no US Open Júnior, no último dia 10, Jade Lanai foi convidada pelo Ministério da Cidadania para um bate-papo no JUBs, onde compartilhou conquistas na carreira. "A ficha ainda não caiu, mas fico muito feliz com toda a torcida que recebi e com todo o carinho que tive. Tenho certeza de que ainda é o primeiro de muitos que vêm pela frente, já que eu só tenho 17 anos. Espero conseguir ainda mais feitos como esse", conta a jogadora, sonhando com os Jogos Paralímpicos de Paris.
"Tóquio não estava nos meus planos porque sempre fui bem instruída a não pular etapas. Penso, sim, em Paris 2024. Acho que estou em um momento bom da carreira e consigo conquistar essa vaga", projeta. "Com certeza, Paris 2024 não é só um sonho para mim, mas uma possibilidade".
Os atletas assistem atentamente às palestras, participam empolgados das atividades e fazem muitas perguntas, o que é maravilhoso porque não pode sair ninguém com dúvida"
Luisa Parente, secretária nacional da ABCD
JUBs
Os Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) seguem até domingo (25.09) com a participação de delegações dos 26 estados e do Distrito Federal. A edição de 2022 conta com o suporte de um Termo de Fomento estabelecido entre a Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU), responsável pela organização da competição, e a Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. O valor total é de R$ 8,7 milhões. São R$ 5,7 milhões a partir de emendas parlamentares e R$ 3 milhões do orçamento do Ministério da Cidadania.
Voltado para atletas matriculados no ensino superior, o megaevento tem disputas em 28 modalidades, entre acadêmicas, olímpicas, paralímpicas e de esportes eletrônicos. São mais de 20 locais de competição. Brasília também sediou a edição de 2021, que não contou com a presença de público em função da pandemia de Covid-19.
Foto: ADEF/Divulgação |
Experiência única
O futebol de cegos da ADEF foi uma das atrações que encantou os participantes da competição universitária. Atletas que estavam no CICB foram convidados a vendar os olhos e junto com os jogadores da ADEF vivenciaram o que é o futebol de cegos, que tem como diferencial a bola com guizos para que os atletas consigam localizá-la.
Uma das estudantes que esteve na ativação foi a jogadora de futsal do Rio Grande do Norte Gislene da Silva, 22. Aluna de turismo, ela ficou encantada com a habilidade dos meninos e exaltou a dificuldade que teve dentro de quadra. “Tem que ficar atenta no barulho da bola e no chamador para a gente se posicionar dentro de quadra, não é fácil. Os meninos são ótimos jogadores e é incrível a habilidade que eles têm, fiquei muito feliz em participar dessa dinâmica que trabalha a inclusão”, afirmou.
O atacante da ADEF, Alexandre Neto, 37, perdeu a visão aos sete anos devido a um glaucoma congênito. Ele ficou entusiasmado com a participação e a quantidade de pessoas que estavam na arquibancada acompanhando a atividade. “Espero que a gente seja espelho para todos porque um simples tropeço não pode ser motivo para parar. Todos do nosso time estão de parabéns e o futebol nos ajuda no desejo de sonhar e realizar os nossos objetivos”, afirmou.
Asssessoria de Comunicação - Ministério da Cidadania