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Programa que insere meninas e professoras nas Ciências ganhará o Brasil em 2023
Em 10 anos, centenas de alunas e professoras das redes públicas de ensino da Paraíba, de Pernambuco e de Sergipe passaram pelo Futuras Cientistas. Em 2023, o programa do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), ampliará sua atuação para todas as unidades da federação. Com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), 470 vagas serão ofertadas para a Imersão Científica, destinadas a alunas do 2º do ensino médio e professoras da rede pública de todo o Brasil. As inscrições têm início na próxima segunda-feira (19) e seguem até 10 de outubro.
Com quatro módulos de atuação, o Programa Futuras Cientistas tem na Imersão Científica sua porta de entrada. A primeira modalidade é promovida anualmente, sempre no período de férias escolares, e recebe em laboratórios de pesquisa estudantes e professoras para um mergulho de semanas no cotidiano de um cientista. Para subsidiar a participação, as selecionadas recebem um auxílio de R$ 483. Na modalidade remota, elas também receberão todos os materiais necessários para a realização dos experimentos dos planos de trabalho. Neste ano, 108 propostas de atividades foram inscritas. As aprovadas podem ser conferidas no site oficial da Instituição.
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A imersão será promovida em 25 estados brasileiros dos dias 3 a 31 de janeiro. As exceções são os estados do Acre, com atividades programadas de 20 de janeiro a 17 de fevereiro, e do Pará, de 6 a 24 de fevereiro; considerando o calendário letivo de ambas unidades federativas. Das vagas disponíveis, 160 são destinadas a alunas matriculadas em escolas regulares, 160 destinadas a estudantes de tempo integral, semi-integral ou do ensino técnico. As docentes contarão com 150 vagas e, no escopo geral, 10% das vagas são destinadas preferencialmente a pessoas com deficiência.
Moradora de Casa Amarela, bairro da Zona Norte do Recife, a estudante Manuella Jatobá, 17 anos, criou o seu próprio robô na Imersão. Durante a pandemia e as atividades remotas, ela integrou o Laboratório de Robótica, com tutoria no estado de Sergipe. “Foi graças ao Futuras que consegui entrar nessa área que é muito linda. A experiência abriu minha mente para a computação. Eu queria, mas não tinha tanta certeza. Hoje tenho confiança para eu realmente ingressar nesta área, pesquisar sobre, procurar cursos e entrar na faculdade futuramente”, divide a estudante da Escola de Referência do Ensino Médio Ageu Magalhães.
Atuação e reconhecimento
Em 2022, o Futuras foi o vencedor do Prêmio Movimento LED na categoria Educação Não-formal, o certame realizado pela Rede Globo e a Fundação Roberto Marinho é voltado a iniciativas de inovação na educação brasileira. A premiação exibida em horário nobre na programação da TV Aberta lançou ainda mais holofotes para o programa, que antes da nacionalização já recebia propostas de participação de meninas de diversos lugares do País. Com o apoio do Consulado dos Estados Unidos da América, no Recife, a iniciativa que nasceu na capital pernambucana ganhou edições na Paraíba e em Sergipe.
A cientista Dra. Giovanna Machado, diretora do Cetene e criadora do Programa, destaca a importância social do projeto. “O Futuras Cientistas mostrou que é possível, sim, contribuir com a inserção de meninas e mulheres nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática. ‘STEM’, como dizemos em inglês. Embora sejamos, nós, mulheres, maioria nessas áreas, continuamos muito aquém das oportunidades e dos cargos de liderança, somos uma sub-representação. Nosso objetivo é transformar essa realidade, é nossa responsabilidade”, declara a especialista em Nanotecnologia.
De 2012 até aqui, 205 meninas e mulheres foram contempladas. “Em 2023, em um só ano, estaremos oferecendo mais que o dobro de vagas”, comemora Machado, que reforça a importância da participação do professorado. “A nossa ação é coletiva, envolve diversos agentes, temos orgulho de conhecer essas meninas que são esse futuro possível, mas também é essencial contar com a participação das professoras, afinal elas são as primeiras multiplicadoras”, crava Giovanna, ao explicar que os experimentos da imersão devem contribuir com a didática adotada para o ensino das Ciências Exatas em sala de aula.
Outro módulo importante para a missão do programa é a Banca de Estudos, destinado a alunas em fase final. “A banca é uma espécie de cursinho popular, um preparatório para o vestibular. Nós recrutamos pós-graduados e acadêmicos em outras modalidades de ensino para dividirem seu conhecimento com as inscritas, que ainda recebem uma bolsa para minimizar os desafios de manutenção nas aulas”, explica Luísa Almeida, voluntária do Futuras Cientistas. Estimados 70% das meninas que passaram pela experiência, foram aprovadas em vestibulares. Sendo que, destas, 80% ingressaram nas áreas de STEM.
Vagas por estado
Acre |
10 |
Alagoas |
10 |
Amapá |
10 |
Amazonas |
15 |
Bahia |
30 |
Ceará |
20 |
Distrito Federal |
10 |
Espírito Santo |
10 |
Goiás |
15 |
Maranhão |
20 |
Mato Grosso |
10 |
Mato Grosso do Sul |
10 |
Minas Gerais |
25 |
Pará |
30 |
Paraíba |
10 |
Paraná |
20 |
Pernambuco |
45 |
Piauí |
20 |
Rio de Janeiro |
25 |
Rio Grande do Norte |
10 |
Rio Grande do Sul |
20 |
Rondônia |
10 |
Roraima |
10 |
Santa Catarina |
15 |
São Paulo |
40 |
Sergipe |
10 |
Tocantins |
10 |