Tecnologias Críticas
A metodologia IMATEC
O Índice de Maturidade Tecnológica (IMATEC) descreve a maturidade de certa tecnologia no seu ciclo tecnológico. Isso é feito por meio de uma escala de nove níveis conforme mostra a tabela abaixo.
Vantagens da aplicação da metodologia IMATEC:
- Permite melhor compreensão das incertezas de um projeto, sendo que o processo de avaliação do índice pode ser mapeado em uma avaliação de risco;
- Quanto maior o nível de maturidade tecnológica, menores são os atrasos no projeto, pois parte dos componentes já foi “qualificado” para a aplicação final;
- O índice permite identificar quais itens/componentes demandam maiores investimentos para se alcançar certo nível de maturidade;
- A aplicação sistemática do índice ao longo do projeto permite que requisitos sejam progressivamente estabelecidos de acordo com os recursos disponíveis para certo nível de risco aceitável;
- O índice pode ser adaptado para outras áreas ou contextos tecnológicos;
O IMATEC reflete, assim, o próprio processo de desenvolvimento.
IMATEC e o ambiente de desenvolvimento
Existem interfaces entre as fronteiras onde o desenvolvimento tecnológico se dá: academia, institutos de pesquisa e a indústria. Em algum momento do desenvolvimento, o produto é transferido para a organização seguinte, que tem recursos e objetivos adequados para continuar o desenvolvimento. Conforme mostrado na Fig. 1 em (A), o desenvolvimento é muitas vezes iniciado em uma universidade, que não tem os recursos suficientes nem os objetivos dos centros de pesquisa para viabilizar a continuação da próxima fase. Da mesma forma, em (B), centros de pesquisa não têm o foco no ambiente de negócios e no mercado necessário para viabilizar a implementação da fase de desenvolvimento de produto, que é papel da indústria. O nível 9 caracteriza a fase final de produto ou serviço plenamente desenvolvido. É a fase da missão cumprida.
O programa Tec-n
As motivações para o estabelecimento da Plataforma E2T são o domínio de tecnologias espaciais, seja por meio da aquisição direta ou pelo desenvolvimento fundamental. No primeiro caso isso ocorrerá quando a aquisição tiver menor impacto no cronograma de desenvolvimento e não se trata de tecnologia crítica. No desenvolvimento fundamental, não existe progresso sem cooperação conjunta com recursos externos, ao mesmo tempo em que se realiza uma evolução interna do ambiente de desenvolvimento. De qualquer forma, a fim de se atingir os objetivos, deve-se utilizar combinações desses princípios orientadores. O objetivo do Programa Tec-n é financiar o desenvolvimento de tecnologias inovadoras, com IMATEC superior a n-3, onde n é o nível de maturidade final a ser atingido, conforme a tabela “Critérios de Sucesso”.
Uma característica das tecnologias críticas é o uso da escala do IMATEC com base em herança e demonstração de testes. Importante considerar que, quando uma tecnologia é inventada ou conceituada, ela não pode ser aplicada imediatamente. Inicialmente, ela deve ser experimentada, refinada e submetida a testes realísticos. Uma vez validada e maturada, ela pode ser incorporada a um sistema.
Dessa forma, um projeto TEC-7 apoia o desenvolvimento de tecnologias inovadoras, com grau de maturidade superior a 4, nos institutos de pesquisa oriundos da academia. Será dada ênfase àquelas instituições que possuam curso de engenharia aeroespacial, até o nível sete de maturidade tecnológica em estreita colaboração com a indústria. Um projeto desse tipo abarca a área de atuação de um instituto de pesquisa e desenvolvimento e opera os testes no chamado “ambiente relevante”.
O escopo e o objetivo do programa de Tecnologias Críticas atendem aos objetivos dos programas anteriores “Uniespaço” e “Microgravidade” e os substituem de fato. O primeiro por ter alvos praticamente idênticos ao programa de Tecnologias Críticas e o segundo por fornecer um ambiente de teste em microgravidade para desenvolvimentos Tec-6 ou Tec-7, que constituem laboratórios avançados de teste espacial. Assim, através de um projeto Tec-n é possível cumprir os objetivos do “Uniespaço” e do “Microgravidade” com maior abrangência, sem perda dos objetivos ligados a eles.
Para saber mais
Para uma introdução mais detalhada à metodologia IMATEC, sugere-se a leitura do documento (arquivo PDF): “Introdução ao IMATEC como ferramenta de avalição de maturidade tecnológica em projetos espaciais“.